domingo, 29 de maio de 2022

8 dias entre o oriente e o ocidente: "no sanba, no samba"

 Tem sido difícil dizer tchau, acho até que já falei sobre. Fico me alongando, dizendo que na semana que vem sobra um tempo ali, entre o acordar e o lavar o rosto, ou entre o almoço e o depois do almoço. Quando vejo, não sobra tempo pra nada, nem pra mim mesmo.

Estou esgotado. Nem eu sabia que conhecia tanta gente. Um casal de amigos me deu um sanba, um instrumento percussivo de Okinawa, uma região ao sul que é a Bahia deles. Até os estereótipos são iguais!!! O de falarem que o pessoal de lá é preguiçoso etc. Tudo inveja, porque é uma das regiões mais gostosas do país. Há um vídeo super bonito de duas japonesas cantando uma música local de lá. A da esquerda está tocando um sanba (ainda não toco tão bem :).



ティンクティンク ♪谷茶前節


[Acho lindo o jeito que elas vocalizam, várias vezes de boca fechada! Incrível!]
[Tentei achar o instrumento de corda que a da direita pra comprar... ]
[... mas é quase coisa de família: quem tem não vende]
[...ou só vende por um preço exorbitante]

Tanta coisa pra se falar e escrever... algumas coisas têm sido um alento nesses dias, mas no todo estou simplesmente cansado fisicamente e, apesar de bem melhor, um tanto cansado emocionalmente. Várias coisas pra se fazer sentido, tentar aceitar, admitir, admirar, desapegar, apegar, deixar de lado, colocar na mala, esquecer, e ser forçado a lembrar... 

Ainda me deparo várias vezes estarrecido com essa realidade que veio tão súbita e virou o barco, fazendo voar um tanto de coisas pro mar: idéias, planos, expectativas... desacredito, num misto de desapontamento com compaixão com saudades com mágoa, tudo junto e misturado num sentimento só que não tem nome ou qualquer kanji Japonês que dê conta. Há tempos deixou de ser frio, de ser ciúmes, de ser ruído, deixou de ser culpa, deixou de ser tanta coisa, e virou essa bagunça disforme, um tempo que corre atrás de mim a constantemente me lembrar que uma parte da minha estória está pra mudar assim, como se nada tivesse acontecido e só fosse uma questão de contar de 7 até 0 e "puff", me teleporto pra América do Sul. Uma coisa que talvez tenha que admitir a mim mesmo é que só consigo ver 50% (ou menos) de algumas estórias e que ainda falta ler/ouvir a outra metade delas. 

"Give me an example of some work that you did in group?" 
O entrevistado começa a falar dos seus fracassos amorosos. 
A entrevista termina em soluços, entrevistador enxugando lágrimas.

[Pequena pausa-intervenção imaginária]

Enfim... hora de dormir. Amanhã tem mais burocracia pra resolver e um monte de coisas pra ir atrás. #lifesometimeshasnopoetry ... só sono...só sonhos

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