domingo, 30 de junho de 2019

Acordando pra realidade

Ela liga, e pede desculpas. Eu estou tenso, acho que tenho um motivo pra estar bravo, mas meu corpo parece ceder ao nervosismo e felicidade. Estou bravo por aquele momento ter demorado tanto pra acontecer: por que não ligou antes? Ela diz pouco quase nada, mas ouço o silêncio, e no silêncio sinto o contentamento descompasado no meu coração que bate num crescendo... crescendo... crescendo... tão alto e tão forte que logo sinto meu alarme vibrando, e me acordando pra realidade.

sábado, 29 de junho de 2019

Job interview -- depois da chuva, a ressaca

A diferença de fuso fez com que, por volta das 10da noite daqui do Japão eu abrisse meu laptop para uma entrevista de emprego. Antes de começá-la preparei um café grego, daqueles bem fortes, com borra: mesmo antes, estava elétrico, agitado. Hoje acordei cansado, como se estivesse de ressaca. Uffa.... passou o primeiro passo pra um emprego não acadêmico.

Sim, a entrevista me deixou um pouco nervoso no começo. 

Sim, me perguntaram por que eu procuro um emprego com eles.

E sim, me perguntaram onde me vejo em cinco anos. 

[ao que quase respondi que não sabia: 
" -vocês podem me garantir um emprego por tanto tempo?!"
 Mas achei melhor ficar quieto]

Tentei e acho que não fui ríspido diante das perguntas. Me saí melhor do que imaginava, dado os momentos em que hesitei e titubeei um pouco nas respostas (por nervosismo). Foi bom ouvir de um especialista na área que a minha resposta à parte tecnica foi "não-ortodoxa", oque ponderei ser algo positivo ou negativo, mas sobre o qual ouvi que sim, que minha resposta foi "refreshing and very interesting", sobre a qual o entrevistador pareceu ter pensado e refletido bastante a respeito (já que ele tentou me explicar de volta oque eu fiz,  nas palavras dele).

Me questiono se devo fazer tantas piadas...acho que eu transito entre esse mundo de ser piadista e ser sério... é algo da minha personalidade que estou aprendendo a entender.

Acredito que, indiferentemente do feedback deles ser positivo ou não, foi uma boa experiência. Talvez seja nisso que deva me apegar assim que vier a resposta na semana que vem: a melhor maneira de navegar esse processo turbulento de procurar um emprego E sair da academia E mudar de país E dar uma guinada na carreira é tentar aprender com cada tropeço. 

Mas enfim, nada de sofrer por antecipação. E nada de sofrer por apego também: há milhares de coisas que gostaria de ter finalizado enquanto na academia, mas... pra se abrir pra coisas novas temos que nos desapegar de idéias antigas, de medos, de confortos que uma área, um tema nos dá. Mas poutz, estou entrando em outro assunto. Vou deixar isso pra depois.


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Job interview -- terceiro e último round

- Bom dia, candidato

-Oi. Bom dia!

- hahaha que bom, estamos feliz que deu certo.

-Claro...claro... também estou

- Candidato, vamos conversar com algumas perguntas comportamentais... o senhor poderia nos falar de algum defeito teu?

-Vishhhhh...mas tenho vários... pergunta pra Marlene, minha tia, ou por Zé, meu irmão...

-Não, não, a gente quer que você fale de você, candidato.

- Ok. ok... ó, ó esse: eu sou muito fominha no futebol. Se estou ali na grande área, aí não tenho como: não passo a bola pra ninguém e, em geral e convenhamos, em geral eu faço o gol. Mas futebol é assi, mêmo, você tem que passar a bola pros colega.

- Tá bom, candidato, mas a gente quer algo ainda mais específico... da área do teu interesse e pertinente pra entrevista: falta de liderança, impaciência...?

- Ahhh agora entendi!!! Vocês fazem essas perguntas sem pé nem cabeça, aí fica difícil de entender... Vamos lá...um defeito... hummm vamos lá... olha, eu sei que isso me limita um pouco na dinâmica pra visitas ao exterior, lugares muito refinados e gente que tem a visão mais limitada da vida e das pessoas aqui da nossa terra... mas eu gosto de comer sabão... assim, não que eu o faça sempre.

- Como assim, candidato... comer sabão?

- É... eu gosto de comer sabão... não que eu faça isso, não não... há anos que eu não faço!! Juro juro mesmo! Mas eu acho aquele cheiro tão gostoso...

-Mas... qualquer tipo de de sabão? Em barra? Em..

- ...'m geral só em barra.. vocês usam sabonete líquido aí, né?

- Sim.... sim.

- Ahh então tá bão... acho que vou me dar bem nesse emprego.

[Entrevistadores se entre olham]

- Ok, vamos pra segunda pergunta. Me diga como o senhor media conflitos?

- Eu tranco a porta e falo pras pessoas se resolverem, e que só saem quando ficarem amigas.

- Candidato, a gente está falando no trabalho: oque o senhor faz quando alguém discorda de você num projeto, por exemplo.

- Ahhhh.... em geral eu ignoro e faço do meu jeito. Por que, modéstia a parte, em geral a pessoa tá falando do que não sabe.

[Entrevistadores se mostram impacientes]

- Ok.. ok.. candidato, foi um prazer enorme ter você aqui.

- Vocês vão enviar um email dizendo quando eu começo logo?

- Em breve... em breve...

- Dá um toque aqui então!

[Levanda a mão pra dar um high-five pros entrevistadores, e ali espera]
[Entrevistadores se entreolham, envergonhados] 

-.....Posso só dizer uma coisa.... essa entrevista me lembrou de uma estória engraçada.. posso contar uma piada pra vocês?


[NOTA:]
[amanhã, última entrevista!]
[Torçam por muita paciência e serenidade da minha parte :) ]

domingo, 23 de junho de 2019

sábado, 22 de junho de 2019

Pequeno ensaio sobre a cegueira acadêmica

Esse talvez seja o primeiro post de alguns. Por que o assunto vai longe, longe mesmo. 

Acabo de voltar a uma visita a uns colaboradores, ansioso por discutir inteligência artificial e machine learning com eles e, assim, escrever meu primeiro artigo na área.

Mas as coisas foram um pouco mais delicadas, pois o conceito de ciência pode variar de área pra área (e de pessoa pra pessoa: muito matemático aceita um "it is clear that", ou um "it holds by inspection", ou ainda um "it is similar to the results in [2,3,43,65]").

  • First red flag: o colaborador senta na frente de um computador pra dizer que está trabalhando na introdução do artigo e me envia depois de uma hora um rascunho cheio de erros de inglês, e igualzinho a todos os outros artigos que eu li dele. 
  • Second red flag: o colaborador quer tirar conclusões sem ter dados o bastante, ou sem embasamento. Seria o mesmo que fazermos uma pesquisa de intenção de votos de um país só entrevistando nossos amigos, ou entrevistando pessoas na saída da convenção de um partido somente.
  • Third red flag: o colaborador diz que está muito ocupado porque está escrevendo 5 artigos na (mesma) semana. E, sem nem estarmos próximos do fim deste, já quer escrever outros dois.
  • Fourth red flag: o colaborador quer me ludibriar com títulos e convites. "Vou colocar teu nome como pesquisador visitante", "colaborador extraordinário". vamos escrever 50 milhões de artigos e dominar a área"... um monte de  besteira pra tentar inflar meu ego me ganhar.
Dentre muitas outros sinais de alerta, eu saí de lá abismado com tanta inconsistência, já que é um americano falando mal do Japão e dos pesquisadores japoneses, mas fazendo igualzinho a eles. . Saí de lá triste e um tanto chocado com a falta de rigor científico em prol do "vamos publicar isso de qualquer forma". Isso me lembra um pouco um aspecto do que Paulo Freire fala quanto a hospedar o opressor (bom, uma adaptação tosca, que talvez não valha se você olhar mais profundamente): você critica, cirtica e critica, mas quando te é dado a chance de fazer algo diferente você vai e.... faz igualzinho àqueles que criticava! Isso por que você não se dá conta que o que leva as pessoas a agirem daquela forma é o contexto em que elas estão, e que agora é o mesmo que o teu. E mais: acredite ou não, depois de ouvir um monólogo de demonização da academia nipônica, eu que critico os cientistas japoneses várias vezes saí em defesa deles. 

"-Já vi o mesmo acontecer nos EUA, no Brasil, e na Europa, aqui não é nem melhor nem pior em alguns aspectos," disse.

Olha: eu realmente não sou o cientista de maior sucesso do mundo, super produtivo, muito menos um cara super inteligente. Mas eu tenho meus limites éticos, e não me sinto confortável se me pedirem pra colocar meu nome em coisas nas quais não acredito: simplesmente digo não. Quando esses limites ultrapassam algumas barreiras eu não faço objeção alguma em dizer, contestar, e até mesmo em jogar o trabalho inteiro fora pra não fazer parte dele. Talvez minha grande virtude - e provavelmente meu grande defeito - seja este, de ter que acreditar com meus próprios olhos pra poder ajudar a remar o barco. Do contrário, melhor não contar comigo. Eu não tenho vergonha de abrir mão de algo que escrevi, de melhorar uma idéia, um parágrafo, escrever um artigo de um jeito que eu gostaria, ou mesmo de fazer as coisas de um jeito que quero, contanto que eu me sinta satisfeito e confiante de que oque fizemos ali está correto e bem fundamentado. Agora.... ir aos tropeços...? Não... aí eu não consigo. 

Serviu pra que eu visse também que muita gente usando umas ferramentas incrivelmente poderosas por aí (como um computador 250 mais potente que o meu) não faz a menor idéia do por que das coisas serem do jeito que são: triste saber e testemunhar, mas ciência (well... "ciência") parece progredir mais aos tropeços do que em passos firmes. Pior ainda é me perceber, mais uma vez, numa colaboração em que eu me sinto dando mais que a outra parte.

Pra não dizer que só chorei pitangas: há idéias bem legais no projeto, e dá pra seguir adiante. Mas... não dá pra deixar a raposa tomando conta do galinheiro hahaha :P

Pra finalizar, recentemente, enquanto no Brasil, ao me ouvir falar sobre as impressões sobre a academia no Japão, minha irmã me recomendou esses artigo 


[Durante a visita terminei minha "prova-entrevista"]
[Tô na última fase!!!]
[Semana que vem é entrevista pelo Skype já e.... quem sabe já role a oferta :) ]

sábado, 15 de junho de 2019

Job (technical) interview -- segundo round

- Bom dia candidato.

-...eer... bom dia, senhor entrevistador. Marlon, né? 

- Isso, Marlon. Parabéns por chegar até aqui. Você está ciente de como essa fase procede, não?

- Sim, me disseram à respeito.

-Então comecemos. 

- Tá.

- Imagine que te deram milhares de vestidos... 2000 deles...  e você tem um vestido nas mãos... da tua filha, por exemplo.

- Eu não tenho filh..

-Sim sim, é hipotético. Pode ser da tua esposa, por exemplo

- Não tenho esposa também, mas ok..

- Você entendeu...acho... Então, o senhor gostaria de encontrar, dentre estes 2000 vestidos, aquele que é o mais próximo do que você tem em mãos.

- hummm sei.. mas eu não uso vestidos (bom...exceto uma vez no carnaval)..mas em geral não uso.

-Isso é hipotético. O problema é esse.

- Tá

- Você quer encontrar um outro que te agrada igualmente. Imagina, pra simplificar, que só tenham 50 em estoque, mas na base de dados haja os 2000 vestidos, aos quais o senhor só tem acesso por fotos. Oque você faria? Oque você falaria pro cliente? Como desenvolveria uma forma de resolver o problema.

- Eu falaria que só tem os 50 que estão no estoque e pronto. Resolvi o problema.

- Não não... não é isso. A gente quer que o senhor encontre o mais parecido.

- Não, Sr Marlon. Eu resolvi o problema. Primeiro, diminuí a dimensão do problema: de 2000 pra somente os 50 que estão em estoque, oque é realmente significativo. Segundo: agora o cliente que decide. Satisfação dele, imediata(!!!): em procurar... passear pelos corredores... você não gosta disso? Quem não gosta!? Eu particularmente adoro.

- Não, candidato,  você não resolveu o problema: e se o cliente for pra uma outra loja? 

- Tenho certeza que lá o estoque também vai ser pequeno. 

-Candidato, você  tem que fazer um pouco mais que isso. Você  tem que usar algum algoritmo de classificação, predição..

- Olha... eu já estou usando....

- Mas...

- Você quer ver meu algoritmo? Quer mesmo? Eu tenho duas mãos e você tem dois olhos. Adivinha qual mão vai colidir com qual olho?

- Isso é uma ameaça? 

- Não, você não entendeu o problema, isso é AI. 

- Não, não... isso é uma ameaça. 

- Você não respondeu a per...

- Eu vou chamar a segurança...

[barulhos de walkie-talkies]
[seguido de barulho de passos rápidos]
[em correria]

- Agora imagina que eu tenha 1000 pessoas que queiram atingir teu olho. Qual é o melhor método de prev...ei, me larga seu filho da... me larga, eu não terminei minha entrevista!! Me larga!!! Estão roubando o meu emprego! Eu quero meu emprego! Eu to prevendo tudo já, essa empresa vai à falência!

[Isso tudo pra dizer que sim, estou no segundo round de entrevistas ]
[:) ]
[Claro, a situação acima é hipotética... tanto quanto a pergunta rsrs]

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Direto da Terra do Sol Nascente #52: "where do you live?"

-Oh... so I've heard you live in Japan now!

-No no... I just work there.

[Durante visita a Europa, ao encontrar colegas que não via há tempos]

domingo, 9 de junho de 2019

Mar de mudanças sem fim

Será que já falei sobre como foi a última visita ao Brasil? Acho que não. Bom... se o fiz eu vou escrever aqui de novo. E eu bem sei, faz tempo já, alguns meses da visita. Mas isso ficou na minha cabeça, e estou há tempos pra elaborar sobre.

Fazia tempo que não visitava meu país de origem (mais de 1 ano e meio!) e voltar foi ao mesmo tempo um pouco incômodo e confortável: é como estar de volta a uma casa que você conhece, onde sabe que aquele lugar aconchegante vai estar ali te esperando, teus amigos vão no geral estar por perto etc, mas onde vc não cabe muito bem.

Muita coisa familiar e claro, várias outras coisas que mudaram também!

Como minha irmã ter tido um filho. Que mudança! Agora, nas festas de família, há um bebêzinho arrancando risadas, engatinhando, gritando e chorando de fome.

Minha irmã, por mais que tenhamos crescido juntos, nunca foi lá muito próxima a mim. Talvez por interesses divergentes, ou por termos uma certa diferença de idade considerável (quando se é adolescente). Só fomos realmente começar a interagir mais e ter amigos em comum na faculdade, oque durou uns 4 anos somente. Logo após saí de São Paulo e caí nessa vida cigana :P 

A vida famíliar enrigesse a maneira como vemos os outros: aquele parente (pai, irmã, mãe) vai ser sempre do jeito A, sempre reagir da maneira B e sempre querer ser C em certas ocasiões. Eu, diante/ aos olhos deles (dela, no caso), sempre vou agir de maneira X, ser um Y, e por aí vai. Enrigecemos a maneira como o outro é por diversos motivos: para nos defendermos, para conseguirmos prever e - de certa forma  entender - os outros. Infelizmente, isso não acontece com família somente, mas também com amigos, namorada(o) etc. E, nesse processo, acabamos por cometer erros enormes ao generalizarmos, terminando por confundir oque a pessoa realmente é com aquilo que imaginamos que ela seja. 

E há um gap enorme entre essas duas coisas!

Sentei numa manhã de céu azul na sala da casa da minha irmã, eu, ela, sobrinho ao colo. Dividimos coisas sobre nossa mãe, sobre nosso pai, sobre a gente. E, a medida que fui falando, fui tentando me despir de tudo oque imaginava que minha irmã era, e fui falando sem muito pudor sobre coisas que achava que fossem trazer alguma hostilidade da parte dela; isso sem ser agressivo, ou assumir um "você é assim, então você vai sempre dizer isso!". Não, simplesmente dividi, compartilhei e, assim, ela me ouviu, eu a ouvi. 

Confesso que me senti estranho. Estranho por ver o quão rígido eu era, fui, e o quanto estávamos os dois ali, crescendo ou tentando crescer e mudar. Não há como querer que os outros mudem se nós mesmos não fomentamos mudança dentro da gente. Como uma grande espiral que pareço sentir em diversas formas da minha vida, vi ali diversas sementes de compreensão, paciência e entendimento, brotando.

Na hora me senti envergonhado por não deixar as pessoas que me cercam, inclusive as que amo, mudarem. Em particular, por não deixar minha irmã mudar, por vê-la de uma maneira fixa. Por me agarrar às minhas crenças do que ela é e me fechar ao que ela mostra e me oferece sobre si mesma. Pensei nos amigos dos quais me afastei por não ter sido paciente, no namoro que terminou com um vácuo enorme dentro de mim - onde cada lado penou em seu próprio jeito em aceitar a mudança do outro, na minha rigidez diante dos japoneses que me cercam, na rigidez diante do mundo que me pede pra me distanciar da academia e seguir adiante de olhos semi-cerrados. Senti que oque limita muito disso é medo (meu/nosso) e que talvez a única forma de superá-lo é tentando, é ouvindo, é me despindo daquilo que ser o mundo, sombras nessa caverna, pra abrir os olhos praquilo que ele realmente é. Oque me lembra um tanto de um trecho do Amir Klink.

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.- Mar sem fim: 360 graus ao redor da Antártica‎, de Amyr Klink

Acho que isso diz tudo: pessoas são um pouco como águas que acreditamos ser frias, gélidas e que, no fundo, são apenas água. Acho que assim que deveríamos vê-las/vivê-las: sem a arrogância de acharmos que sabemos tudo sobre elas, sem medo de entrar nelas por temer o frio, mas simplesmente abraçá-las, acolhê-las pelo que são. 

Vou continuar por aqui (retorno ao trabalho e entrevista hoje!). Escrevo mais em breve. :)