quarta-feira, 27 de março de 2019

"When you got nothing, you have nothing to lose" (parte 1)

Uma coisa que me tem sido bastante complicada é harmonizar minhas escolhas com as escolhas daqueles que me cercam; vejo amigos aceitando posições acadêmicas ao redor do mundo e, por mais que não as busque mais, me retraio e penso que era justamente isso que eu almejava quando comecei: fazer pesquisa em matemática. Mudarmos e nos oferecermos a oportunidade de mudar: são coisas distintas. No entanto, ao me imaginar na posição deles eu vejo que... que não, que não é bem isso que eu quero: realmente, ter dado ouvido a colegas/terapeutas/família/ex, somado à vida acadêmica no Japão, foram fatores cruciais pra que eu visse que o futuro há de me reservar outras coisas que não a vida universitária.

Ainda sinto que estou me debatendo diante de tanta coisa que me cerca: um tanto preso no passado, insatisfeito com o presente, e assustado diante do futuro; não é uma boa combinação, não é? No entanto, mesmo entre os amigos que finalmente "hit the jackpot" vejo que não há unanimidades, não há certezas, não há muito: só há caminhos, que as pessoas seguem aos tropeços e/ou pequenos passos. A grande verdade é que no fundo ninguém faz bem idéia de como as coisas procedem, porque viver, crescer e se profissionalizar é uma grande incógnita, e ninguém faz idéia da maneira correta de se seguir adiante. 

Isso me remete a um conto indiano:

"A group of blind men heard that a strange animal, called an elephant, had been brought to the town, but none of them were aware of its shape and form. Out of curiosity, they said: "We must inspect and know it by touch, of which we are capable". So, they sought it out, and when they found it they groped about it. In the case of the first person, whose hand landed on the trunk, said "This being is like a thick snake". For another one whose hand reached its ear, it seemed like a kind of fan. As for another person, whose hand was upon its leg, said, the elephant is a pillar like a tree-trunk. The blind man who placed his hand upon its side said the elephant, "is a wall". Another who felt its tail, described it as a rope. The last felt its tusk, stating the elephant is that which is hard, smooth and like a spear."
[de Blind men and an elephant, Indian parable] 


oque, não sabia, também ganhou um poema:

[que com certeza mereceria um belo desenho]
[pro qual não tenho tempo agora, infelizmente]

THE BLIND MEN AND THE ELEPHANT - A HINDOO FABLE.

I.

It was six men of Indostan 
To learning much inclined,
Who went to see the Elephant 
(Though all of them were blind),
That each by observation 
Might satisfy his mind.

II.

The First approached the Elephant, 
And happening to fall
Against his broad and sturdy side, 
At once began to bawl:
"God bless me!—but the Elephant 
Is very like a wall!"

III.

The Second, feeling of the tusk, 
Cried: "Ho!—what have we here
So very round and smooth and sharp? 
To me 't is mighty clear
This wonder of an Elephant 
Is very like a spear!"

IV.

The Third approached the animal, 
And happening to take
The squirming trunk within his hands, 
Thus boldly up and spake:
"I see," quoth he, "the Elephant 
Is very like a snake!"

V.

The Fourth reached out his eager hand, 
And felt about the knee.
"What most this wondrous beast is like 
Is mighty plain," quoth he;
"'T is clear enough the Elephant 
Is very like a tree!"

VI.

The Fifth, who chanced to touch the ear, 
Said: "E'en the blindest man
Can tell what this resembles most; 
Deny the fact who can,
This marvel of an Elephant 
Is very like a fan!"

VII.

The Sixth no sooner had begun 
About the beast to grope,
Than, seizing on the swinging tail 
That fell within his scope,
"I see," quoth he, "the Elephant 
Is very like a rope!"

VIII.

And so these men of Indostan 
Disputed loud and long,
Each in his own opinion 
Exceeding stiff and strong,
Though each was partly in the right, 
And all were in the wrong!

MORAL.

So, oft in theologic wars 
The disputants, I ween,
Rail on in utter ignorance 
Of what each other mean,
And prate about an Elephant
Not one of them has seen!



Acho que esse conto pode ser visto de diversas formas. Por mais que oque eu vá dizer destoe um pouco da moral da estória (se é que havia alguma), lembrei dele por achar que profissões são um pouco como esse elefante (os que a exercecem são os cegos, tateando): por mais que tenha uma forma, não é a mesma pra todas as pessoas. E o elefante, se abstrairmos um bom bocado, é realmente tudo aquilo ao mesmo tempo: uma parede, um ventilador, uma corda etc.

Permitir que essa mudança de marcha ocorra é realmente a coisa mais brusca que me ocorreu nesses últimos anos (mais do que vir pro Japão até) e a vejo como um grande sinal de que a rigidez com a qual via oque faço - no que tange à progressão "faculdade, mestrado, doutorado, pós-doc, tenure track..." - pôde sim ser quebrada por uma boa causa. Por que, no fundo, crescer e se permitir crescer é de certa maneira mudar e se permitir mudar.

Enfim... é isso por hoje. De tão cansado nem nadei hoje; mais parece que um elefante sentou em cima de mim de tão quebrado que estou :P  Termino a noite em descanso.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Outras vidas (part 2 de 2)

(continuando o post A vida dos outros

Como disse anteriormente, tudo que nos é desconhecido traz teorias e hipóteses à mente, oque me parece ser o caso quando lidamos com pessoas que não conhecemos. Curiosamente, não fazemos isso só quanto a pessoas que encontramos, mas também quanto os outros encontraram um dia - tendo em mente "ex"es de alguém: como era tal pessoa, será que ela era assim, de tal jeito, melhor, maior pior do que ele/ela diz? E por que exatamente digo isso? Pura e simplesmente por que toda pessoa que tem ex é ex de alguém

[pausa pra risos e aplausos]

Ok, Ok, disse o óbvio rsrs!! Me explico: recentemente uma ex com a qual me dou muito bem veio me dizer que está pra se casar. Muito sem graça, começou a rodear e rodear.... até que entendi e a antecipei

"- não se preocupe, você não precisa me convidar. Eu não quero de maneira alguma que teu futuro marido se sinta desconfortável. Eu me sinto honrado de ter sido parte do teu crescimento e você do meu."

Pelo semblante dela pude ver que minhas palavras haviam sido um alívio. Reiterei:  "-Fico muito feliz por vocês." 

Aí vi: eu sou um desconhecido pro atual dela, apesar dele saber de mim. Reparei então que sempre me senti mais confortável com as namoradas que tinham uma ótima relação com os ex delas do que o contrário. O ex-namorado cujo-nome-não-pode-ser-mencionado, ou aquele ex de um relacionamento abusivo: esses sempre me pareceram monstros no armário, espreitando nas sombras pelo momento adequado de bagunçar minha relação. 

Futuros rolos, ex-rolos... Claro, tracemos uma risca no chão: no primeiro caso há uma curiosidade em se conhecer e se adentrar naquele mundo novo, enquanto no segundo caso a curiosidade não se sustenta, e não queremos em geral saber muito sobre aquela pessoa ("a/o ex"). A exemplo: há poucos dias  um amigo me contou que começara a se envolver com uma moça que, como todo mundo, tem um ex. No caso, um ex "que a perseguia". É estranho dizer isso, sei que ninguém está imune a relacionamentos ruins. Mas a raíz do meu desconforto está em pensar:

i) como será que ela teve um relacionamento com um cara desses? 

ii) como ela deixou que o relacionamento chegasse a esse ponto? 

Enfim... as pessoas com as quais nos relacionamos dizem muito do que somos. E também a maneira como lidamos com as pessoas que já tiveram nas nossas vidas: o respeito, o carinho, a gratidão. Me sinto confortável em olhar pra trás com gratidão, e não com vergonha, e acho que este respeito algo admirável nas pessoas que buscam crescer sem destruir oque um dia fizeram crescer


Uma amiga me disse algo interessante sobre o marido dela e sobre o fato dele se dar bem e falar bem das ex dele: "ele demonstrava tanto respeito e gratidão pelo que tinha tido que eu certamente via nisso a maneira como ele, caso nosso relacionamento não desse certo, me trataria." 

Isso me traz à lembrança um quadro do Caravaggio (que retrata Narciso, na verdade, mas acredito que admite mais significados): ao se olhar um poço/lago você pode atentar tanto pro fundo dele como pra tua imagem refletida. Ex-relacionamentos, de uma certa forma, são um pouco isso.



Acho que o passado nunca deve ser jogado pra debaixo do tapete e, quando em casal, a faxina deve ser feita em conjunto - o digo por experiência própria. Eu pensei bastante nesse assunto após ler um artigo (link) muito interessante no nytimes  que me pos a pensar sobre relacionamentos passados (no caso, um relacionamento abusivo pelo qual a moça se sentia atraída), e como lidamos com o fato. Achei bonita a parte que diz:
 "It’s not that we banish our desires. We simply learn to manage them, so that they no longer hold the power to destroy our happiness."
Ter clareza, poder discutir o passado e o presente pra se poder pensar num futuro a dois... me parece que não muitos casais se dão essa possibilidade. O passado pode ser uma eterna fonte de desconfortos e inseguranças. Cabe às duas partes discutirem, conversarem, (se) entenderem. 



[E parei tbm de ficar postando sobre relacionamentos!!! PQP!!]

segunda-feira, 18 de março de 2019

Direto da Terra do Sol Nascente #47: "A well respected man"

Depois de ter ficado bem doente por aqui eu contrasto o quanto minha saúde mudou -pra pior- desde que cheguei ao Japão. Paro e me observo numa vida  no estilo "salary-man", onde tudo segue regradinho -  o bom dia pra senhora que passa na rua, um gato que passa na rua, o pônei, o carteiro, eu indo pro trabalho, a secretária que é sempre simpática e paciente diante das minhas perguntas sobre gramática japonesa....


[The Kinks, "A well-respected man"]

Difícil separar oque é minha vontade de ir embora daqui e meu desencanto com o trabalho acadêmico. Tudo vem junto, não é fácil desemaranhar esse novelo de acontecimentos/fatos: o medo de mudar de rumo de um lado, a curiosidade quanto ao que vem adiante do outro... estou desde já contando os dias pra ir embora, num misto de nostalgia (apesar das cores cinzas com as quais pinto a vida no Japão, há coisas das quais gosto: pra ser justo, preciso fazer um post sobre isso), receio, e empolgação, pois nada como remar em águas novas, em novas direções.. ainda com o mesmo barco, mas aberto pra novos horizontes :)

domingo, 17 de março de 2019

A vida dos outros (parte 1 de 2)


Há uma parte no fime "Alta fidelidade" (High fidelity) da qual gosto muito: nela o ator principal, dono de uma loja de discos, é entrevistado por uma reporter fofinha. Aí ele fica meio que interessado na garota. Entrevista vai, entrevista vem, até que ele fala em gravar um "tape" pra ela (se você não sabe ou se lembra daquelas fitas K7, aqui vai um link ... sei lá: vai ver há pessoas de outras gerações lendo este blog hahaha). Em casa, quanto interpelado/questionado pela namorada sobre o tal "tape pra uma jornalista", ele pára e pensa: por que estou fazendo isso?



Aí ele chega nesta parte



A vida dos outros é sempre um nevoeiro de mistérios, que fica ainda mais anuviado pela nossa curiosidade: projetamos muitas das nossas expectativas nas pessoas que encontramos, há idealização que não acaba mais.

De certa maneira, tudo que nos é desconhecido traz teorias e hipóteses à mente. Mas.... uma vez que se ganha consciência desse processo (que é essencialmente oque ocorre no segundo vídeo acima) as coisas passam a se suceder de maneira mais fiel àquilo que realmente são. No que diz respeito à essa dualidade ter consciência/projeção de expectativas: minha memória me remete a uma música do Edu Lobo com o Chico Buarque que essencialmente fala sobre uma mulher que não existe -  uma que não tenha ex-namorado, problemas, calcinha molhada deixada no chuveiro etc E sejamos justos aqui: um homem sem ex-namorada, sem filhos (pqp, é verdade, tá assim já haha), que não seja cabeça dura em algumas coisas... dificilmente há de existir!


Esse assunto se ramifica facilmente... acho que este post continua.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Para os dias de barco furado: um pouco de Buster Keaton

Tenho me sentido meio seco, sem sentido, sem vontade, desinteressado nos amigos, mais ainda em virtudo da distância, que me faz ter contato com eles por redes sociais apenas.  Nesse meio tempo, me esforço em procurar significado e beleza nas coisas pra quem sabe me encantar de novo pelo mundo que me cerca. Pra isso tenho tentado, quando possível (re)ver um pouco daquilo que nós, humanos, conseguimos fazer tão bem (às vezes): arte.

Recentemente vim a conhecer o trabalho de alguém que totalmente desconhecia: Buster Keaton. Simplesmente um gênio! A maneira como ele busca surpreender a audiência com o inesperado é algo tão universal e presente que mesmo hoje, quase cem anos depois desse filme ter sido feito, ele continua atual em sua linguagem.


["One Week", por Buster Keaton, de 1920]

O de cima é curtinho, tem 20 e tantos minutos. Caso tenha tempo, o filme abaixo é outro que me deixou estarrecido: tantas idéias num mesmo filme! Admirável.



["The General", por Buster Keaton, de 1927]

domingo, 10 de março de 2019

Quem lê tanta notícia?

Me lembro uma vez ter visto que um adulto no final do século XIX (ou seria XVIII?) lia durante a vida algo equivalente em tamanho a uma edição de jornal de domingo. Isso por que, se pararmos pra pensar, livros, quando começaram a ser produzidos, tinham um custo absurdamente alto: estima-se que o custo de um livro girava em torno de $40 por página. Ou seja, um livrinho de 100 páginas custava nada mais nada menos que $4000!! :O Assustador, não? 

[Há várias estatísticas e gráficos legais aqui : https://ourworldindata.org/books#prices-of-books-productivity-in-book-production
https://ourworldindata.org/books#consumption-of-books]

Por que estou falando isso? Bom, primeiro porque hoje me veio à cabeça que a estrutura de classes no Japão se baseia não só na hegemonia de uma "elite intelectual e financeira", mas também na impossibilidade de acesso à outras classes e grupos aos meios para que esta estrutura mude. A exemplo deste artigo

Each year since 2010, Tokyo Medical University fraudulently lowered the scores of female applicants who took the annual entrance exam, keeping the percentage of young women admitted at about 30 percent.
[Japan Times, Agosto de 2018] 

Me estarreceu pensar em como, ao negar acesso à cultura e a mecanismos de ascensão social, a sociedade enrijece de forma a perpetuar o domínio das classes dominantes (e dos seus descendentes). Me lembrei do Brasil, onde muitos amigos com filhos em colégios caros acham injusto a existência do Bolsa Família, pois o "governo não dá nada pra eles".

[Em maior ou menor grau, minha mãe repete esta última frase em outros contextos..]
[...a meu ver, igualmente recrimináveis]

Pensei em números, em como o acesso tão fácil à informação (de variadas qualidades) nos levará a um mundo que passará por algo similar ao que nossa saúde alimentar tem passado: rótulos de junkie food ou comida saudável e coisas assim. Há de acontecer o mesmo com informação: fake news, tweeters, livros etc No futuro, só consumirá notícias de qualidade quem tiver "meios".... ou seja, a internet não vai mudar a ordem de nada (ou será que me engano?)

Me perdi pensando nisso enquanto andava de trem... me lembrei de uma das partes que sempre me estarreceu de beleza no "alegria, alegria" do Caetano Veloso, naquela em que ele diz
O sol nas bancas de revista  
Me enche de alegria e preguiça  
Quem lê tanta notícia?  
[Caetano Veloso, Alegria Alegria, do incrível "Caetano Veloso", de 1968] 


Provavelmente só me lembrei disso por que no começo da semana havia lido este artigo antigo do nytimes que descreve um americano que, após a eleição do Trump em 2018, resolveu parar de consumir notícias sobre o mundo. Ele diz num trecho
The fact that it’s working for him — “I’m emotionally healthier than I’ve ever felt,” he said — has made him question the very value of being fed each day by the media. Why do we bother tracking faraway political developments and distant campaign speeches? What good comes of it? Why do we read all these tweets anyway?

“I had been paying attention to the news for decades,” Mr. Hagerman said. “And I never did anything with it.”
[do artigo The man who knew too little, do Nytimes de 10 de Março de 2018]

Fiquei pensando nisso..e na música do Caetano. Vai ver sim, há notícia demais no mundo, mas muito, muito lixo também sendo criado e produzido. Será que isso tudo existe pra ser lido/consumido ou.... pra ser filtrado somente? Talvez isso me ajude a entender o porque de ter evitado ler as notícias de tantos amigos que ficam chorando as pitangas em post e correntes de mensagens sobre Bolsonaro e Trump: se deixarmos isso nos consome e corrói por dentro. Sim, já sei que são dois escroques que não merecem um milionésimo da minha atenção. Assim sendo, pra que ficar lendo mais uma vez sobre um tweeter idiota que um ou outro enviou? Não, essa notícia eu não leio.

sexta-feira, 1 de março de 2019

A raposa e o porco-espinho (parte I)

 πόλλ' οἶδ' ἀλώπηξ, ἀλλ' ἐχῖνος ἓν μέγα 
"a fox knows many things, but a hedgehog one important thing"
 [trecho atribuído ao grego Archilochus]

Era uma vez uma raposa que caiu de amores por um porco-espinho.
O porco-espinho, reciprocamente, amava a raposa.
E assim o relacionamento dos dois seguiu.

Os dois eram muito diferentes: a raposa possuía uma visão de mundo fluida e desapegada, sendo até um pouco frivola por possuir tantas perspectivas simultâneas sobre tudo.
O porco-espinho, por outro lado, era de uma consistência admirável, embora de uma inercia insuplantável no que tange a agregar novos valores: inerte, embora sólido como uma rocha.

Mesmo assim, lado a lado, eles se amavam.

A raposa, em seu instinto de busca por aventuras, aprendeu a ver o mundo sob os olhos do porco-espinho, aprendeu a gostar de unidade e consistência.
O porco-espinho, por outro lado, se esforcava em depreender o olhar multi-facetado da raposa.

Os dois ao sol, um repousando na sombra do outro, cresceram por bons anos.

Mas o tempo passou.

O porco-espinho precisava de seguranca que uma raposa não conseguia dar, e tentava ao máximo se esquivar das barreiras que o mundo parecia lhe impor.
A raposa, dedicada ao ninho que os dois construíam mas volátil em seus interesses, buscava navegar pelas turbulentas águas do mundo animal sem se machucar e assim, intacta, remar até chegar são e salva ao porco-espinho, de cuja companhia tanto gostava.

Vítimas das vicissitudes da vida, foram cada um pra um lado, em busca não de alguém, mas de algo que desse um mínimo de sentido ou razão pras suas existências.

[Fim da parte I]
[Escrito em algum momento de Dezembro de 2018]