segunda-feira, 28 de junho de 2010

SOR ...ou melhor, SOS

Meu sucessive over relaxation estava uma porcaria,
meu programinha de computador estava dando errado
eu estava querendo jogar este pc na parede...

até que, com uma matriz transposta, eu resolvi o problema do meu algoritmo
 \o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/*



Ó Matlab, vc é um pequeno deus! =)




*(será que daria pra representar uma ôla?)

ps: muita gente me pergunta o que eu faço aqui, estudando .... geralmente eu fico desenhando umas funções no micro, coisas do tipo ..já ponho uma foto aqui, só esperem o meu micro parar de ficar lento



Não parece uma arraia, desenhada com lápis de cor?  Parece, né? Coloquei este gráfico aqui só por isso, achei muito grande a semelhança...será efeito colateral de ficar quase há uma semana neste lab, eu e as máquinas somente (?)... passei a desconhecer as formas humanas, as formas dos animais e das plantas?  De qqr forma, o desenho é bonito
%=)

domingo, 27 de junho de 2010

O princípio das atenções divididas

 É fato que, ao dividir  cérebro entre o andar e o assobiar, seu corpo não faz direito nem um, nem outro: vc pode cair de lado após dar um chute no próprio pé, ou esquecer-se de respirar enquanto caminha, só por achar que no fundo ndo fundo, não dividiu-se em mais de um para fazer o que achou que conseguiria.

Realmente, nem se anda e nem se assobia: só esperamos, só seguimos adiante (no meu caso, sigo adiante ouvindo os papagaios do meu vizinho cantarem ilarilariê todas as manhãs)

E nessas horas, quando vc pára e pensa há quantas horas deixou de encher os pulmões com um pouquinho de oxigênio, que vc se dá conta de como ele é importante pra vc.

Quero ar (limpo) nos pulmões!!!
amor pra dar e vender,
balas de goma,
linguas de sogra,
matar minha saudades no grito

a saudades que eu já ando sentindo de muita coisa, mesmo antes de sair de casa. Sair de casa, virar a esquina, achar 2 "real" no chão e sair correndo pra comprar um sorvete.

O que eu levo de tudo é a saudades...por mais que não possa preencher todos os momentos que gostaria ao seu lado,  esse tudo- abstrato - é o que ganha minhas lágrimas, ri de mim, me cobre no meio da noite quando tenho frio, pinga remédio no meu nariz quando fico doente, chega de asa-deltas pra jogar bola à terças, me oferece carona nos dias de chuva, me fala do que acontece no outro lado do mundo,  canta baixinho aquela música dos los hermanos....faz bolo, faz cachecol, faz bolo, come meu brownie

Mas qdo me leva, me põe no bolso junto com umas notas velhas de supermercado e umas poucas moedas... saudades saudades, gostaria de te manter um pouco mais longe de mim

sábado, 26 de junho de 2010

Self handmade

Ai caramba... cortei meus cabelos por estes dias, mas acho que estava meio escuro e acabei por cortá-los meio tortos... Só que ficou tão engraçado que eu não to querendo mais arrumá-los. Sorte que minha mãe não tá por perto; ela vivia falando que não entende como essa juventude gosta de ficar bizarra

aí eu pensei em mostrar pra vcs verem, mas fiquei meio envergonhado (sou um rapaz tímido, alguns de vcs bem sabem). Criei coragem e então tirei a foto torta tbm pra constrastar um pouco com os cabelos bem cortados,  à lá Guggenhein rsrs

Talvez alguém encare isso como arte (éxotico, mas.. rsrs)



Até agora ninguém reagiu adversamente a isso..nem o pessoal daqui de casa ficou abismado...

acho que vai ficar assim mesmo

=) 

ou melhor    %=)        <--- é o bonequiinho da carmen miranda!!! Não parece?!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Parte 3/Fim: Um documentarista se dirige a cientistas: Arte, ciência e desenvolvimento

Continuando o post  Um documentarista se dirige a cientistas: Arte, ciência e desenvolvimento, com o final do texto do João Moreira Salles que saiu na folha do dia 06 de junho de 2010.



PESADELO Existem no Rio quatro universidades que oferecem cursos de cinema; no Brasil, são ao todo 28, segundo o Cadastro da Educação Superior do MEC. No ano passado, a PUC-Rio formou três físicos, dois matemáticos e 27 bacharéis em cinema. Existem 128 cursos superiores de moda no Brasil. Em 2008, segundo o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], o país formou 1.114 físicos, 1.972 matemáticos e 2.066
modistas. Alimento o pesadelo de que, em alguns anos, os aviões não decolarão, mas todos nós seremos muito elegantes. É evidente que um país pode ter documentaristas demais e físicos de menos. O Brasil já sofre uma carência de engenheiros. Segundo dados de um relatório do Iedi [Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial] entregue ao ministro da Educação, Fernando Haddad, a taxa de formação de engenheiros no Brasil é inferior à da China, da Índia e da Rússia, países emergentes com os quais competimos.
A Rússia forma 190 mil engenheiros por ano, a Índia, 220 mil e a China, 650 mil, diz o relatório. Nós formamos 47 mil. Os números da China são pouco confiáveis, mas outras comparações eliminam possíveis dúvidas. A Coreia do Sul, por exemplo, com 50 milhões de habitantes, forma 80 mil engenheiros por ano, 26% de todos os formandos. Na China, a crer nas métricas, essa proporção chega a 40%. Em 2006, a taxa por aqui era de apenas 8%. Até o México, país com indicadores sociais semelhantes aos nossos, hoje possui 14% de seus formandos nessa área.

ESTAGNAÇÃO Companhias que integram a "Fortune 500", lista das maiores
empresas do mundo, mantêm 98 centros de pesquisa e desenvolvimento na
China e outros 63 na Índia. No Brasil aparentemente não é feita esta contagem; se o número existe, consegui-lo é uma proeza, o que só confirma a pouca importância atribuída ao assunto. O relatório do Iedi mostrou que os gastos totais em pesquisa e desenvolvimento como proporção do PIB estão estagnados no país. Há cinco anos não cresce o número de empresas que investem em desenvolvimento. Em 2009, apesar da crise, a Toyota sozinha registrou mais de mil patentes. A soma de todas as patentes requeridas pelas empresas
brasileiras não chegou à metade disso, segundo a Anpei [Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras]. Somos detentores de 0,3% das patentes do planeta. Em termos de inovação, ocupamos o 24º lugar entre as nações. O país prospera à força de consumo, não de investimento ou invenção. Compramos coisas que foram pensadas lá longe, as quais serão
brevemente superadas por outras coisas que também não terão sido pensadas aqui. É um processo estéril. Escritores, cineastas e editores de suplementos dominicais se espantariam em saber que, na China, a proficiência em matemática desfruta de uma forte valorização simbólica. Na Índia, um jovem programador de software se sente no topo do mundo. Há pouco tempo, o jornalista Thomas Friedman, do "New York Times", publicou uma coluna sobre os 40 finalistas de um concurso promovido pela empresa de processadores Intel, que premia os melhores alunos de matemática e ciências do ensino médio americano.Cada um deles solucionou um problema científico. Eis o nome dos jovens americanos premiados: Linda Zhou, Alice Wei Zhao, Lori Ying, Angela
Yu-Yun Yeung, Kevin Young Xu, Sunanda Sharma, Sarine Gayaneh Shahmirian, Arjun Ranganath Puranik, Raman Venkat Nelakant -assim prossegue a lista, até terminar com Yale Wang Fan, Yuval Yaacov Calev, Levent Alpoge, John Vincenzo Capodilupo e Namrata Anand.

VALORIZAÇÃO PÍFIA Enquanto isso, como lembra o matemático César Camacho, diretor do Impa, várias universidades brasileiras têm vagas abertas para professores de matemática, não preenchidas por falta de candidatos. A valorização das ciências entre nós é pífia. Sempre me espanto com a presença cada vez maior de projetos sociais que levam dança, música, teatro e cinema a lugares onde falta quase tudo. Nenhuma objeção, mas é o caso de perguntar por que somente a arte teria poderes civilizatórios. Ninguém pensa em levar a esses jovens um telescópio ou um laboratório de química ou biologia? Centenas de estudantes universitários gostariam de participar de iniciativas assim. Com entusiasmo -e um pró-labore-, mostrariam que a ciência também é legal e  despertariam talentos. Seria bom também se o nosso sistema educacional fosse mais flexível, com cadeiras de humanidades e iniciação científica no ciclo básico de todos os cursos universitários. É imprudente tomar uma decisão definitiva aos 18 anos de idade, mas é exatamente o que têm de fazer os alunos ao entrar na universidade -embora, como norma, eles não saibam para o que têm vocação. Uma vez escolhido o escaninho, somem as oportunidades de conhecer outras áreas e eventualmente migrar. Se em algum momento a vocação se manifesta, em geral o aluno e sua família consideram que é tarde. Circunstâncias econômicas ou psicológicas -começar de novo exige  determinação férrea- dificultam muito um ajuste de rota. (Sei bem como é, porque foi o meu caso.) É absolutamente certo que, neste momento, alguns milhares de jovens estão prestes a cometer o mesmo equívoco. Muitos se revelarão apenas medianos ou preguiçosos, e é provável que a ciência não  tenha como alcançá-los. Sem desmerecer os excelentes alunos de cinema, letras ou sociologia, é impossível negar que, para alguém sem grande talento ou dedicação, será sempre mais fácil ser medíocre num curso de humanas do que num de exatas. Alguns desses jovens sem orientação provavelmente terão inclinação para as ciências e ainda não descobriram. É preciso criar mecanismos que os ajudem a escolher o caminho certo. Infelizmente, as artes e as humanidades, pelo menos por enquanto, não colaboram muito. Ao contrário. Nós disputamos esses jovens e, infelizmente, até aqui estamos ganhando a guerra.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Parte 2: Um documentarista se dirige a cientistas: Arte, ciência e desenvolvimento




RESPONSABILIDADE Vivendo quase exclusivamente no hemisfério das humanidades, recebo poucas notícias do lado de lá. O que eu teria a dizer sobre ciência fica perto do zero. Por outro lado, como especialista na minha própria ignorância, posso discorrer sobre ela sem embaraços. Com as devidas ressalvas às exceções que devem existir por aí, estendo minha ignorância a todo um grupo de pessoas e me pergunto de quem seria a responsabilidade por sabermos tão pouco sobre as leis que regem o que nos cerca. As respostas são previsíveis. Em parte, a responsabilidade é dos próprios cientistas, que não fazem questão de se comunicar com a comunidade não-científica; em parte é dos governos, que raramente têm uma política eficaz de promoção da ciência nas escolas; e em parte -e essa é a parte que mais me interessa- é nossa, das humanidades, que tomamos as ciências como um objeto estranho, alheio a tudo o que nos diz respeito. A quase totalidade dos personagens de classe média da
literatura e do cinema brasileiro contemporâneos pertence ao mundo dos
artistas e intelectuais. São jornalistas, escritores (geralmente em crise e com bloqueio), professores (quase sempre de história, filosofia ou letras),
antropólogos, viajantes (à deriva), cineastas, atores, gente de TV ou filósofos de botequim. Quando muito, um empresário aqui, um advogado acolá. Para encontrar um engenheiro ou médico, é preciso voltar quase a Machado de Assis. Cientistas são pouquíssimos, se bem que no momento não me lembro de nenhum. (Os filmes de Jorge Duran são uma exceção, mas ele nasceu no Chile.)
É como se, do lado de fora das disciplinas criativas, não houvesse redenção. Em "Cidade de Deus", o menino escapa do ciclo de violência quando recebe uma máquina fotográfica e vira fotógrafo. Não parece ocorrer a ninguém -nem aos personagens, nem ao público- a possibilidade de ele virar biólogo,  meteorologista ou mesmo técnico em ciência. "Cidade de Deus" é uma narrativa realista, e portanto tende a preferir o provável ao possível. Mas não é só isso. Nenhuma daquelas profissões soaria suficientemente cool ao público -seria um anticlímax. Em nome da eficácia narrativa, bem melhor ele virar artista. Eleição para a Academia Brasileira de Letras dá página de jornal.
Já no caso da Academia Brasileira de Ciências, saindo da comunidade
científica, é improvável achar alguém que tenha pelo menos noção de onde ela fica, que dirá saber o nome de algum acadêmico. Há pouco tempo, escrevi o perfil de um jovem matemático carioca, Artur Avila. Boa parte dos meus amigos -alguns deles muito bem informados- não sabia da existência do Impa [Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada], sob vários aspectos a melhor instituição de ensino superior do país (o número de artigos publicados em revistas de circulação internacional de alto padrão científico, por exemplo, põe o Impa de par em par com alguns dos grandes centros americanos de
matemática, como Chicago e Princeton). 

DESCOLADOS Uma das minhas obsessões é folhear a revista dominical do
jornal "O Globo" . Existe ali uma seção na qual eles abordam jovens descolados na saída da praia, de cinemas, lojas e livrarias, para conferir o que andam vestindo. No pé da imagem, informa-se o nome e a profissão da pessoa. Um número recente trazia um designer, uma produtora de moda, um estudante, uma dona de restaurante, um assistente de estilo, outra designer, uma jornalista, uma publicitária, um "dramaturg" (estava assim mesmo), uma  estilista, outra estilista e alguém que exercia a misteriosa profissão de "coordenadora de estilo". Acompanho essas páginas há um bom tempo, e estatisticamente o resultado é assombroso. Conto nos dedos o número de engenheiros, médicos ou biólogos que vi passar por ali. Eles não podem ser tão
malvestidos assim. De duas, uma: ou são relativamente poucos, ou a revista prefere destacar as profissões que considera mais charmosas. As duas alternativas são muito ruins, mas a segunda me incomoda particularmente, pois sei por experiência como é poderosa a atração exercida por algumas profissões com alto cachê simbólico. Dou aula na PUC-Rio, no departamento de comunicação, que num passado recente oferecia apenas cursos de jornalismo e publicidade. Durante alguns anos, lecionei história do documentário para turmas de futuros jornalistas. Em 2005 foi criada a especialização em cinema -e, hoje, quase todos os meus trinta e poucos alunos são estudam cinema.

sábado, 19 de junho de 2010

Um documentarista se dirige a cientistas: Arte, ciência e desenvolvimento

O texto abaixo foi retirado da Folha de São Paulo do dia 06 de junho de 2010, no caderno Ilustríssima.  Vou postá-lo em duas ou mais  partes por ser um texto muito grande... eu conheço vcs: passou de 20 linhas, ninguém lê! =P

  Neste ensaio, derivado de uma participação do documentarista João Moreira Salles em simpósio da Academia Brasileira de Ciências, discute-se a hipervalorização das artes e humanidades em detrimento das ciências "duras" e da engenharia, e as consequências do processo para o desenvolvimento tecnológico, científico e cultural do país.


JOÃO MOREIRA SALLES

Agradeço ao professor Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências, o convite que me fez para falar a uma plateia de colegas seus, na crença de que eu pudesse servir de porta-voz das humanidades num encontro de cientistas. Peço desculpas por desapontá-lo. Sou ligado ao cinema documental e, mais recentemente, ao jornalismo, atividades que, se não são propriamente artísticas, decerto existem na fronteira da criação. Jornalismo não é literatura nem documentário é cinema de ficção. Nosso capital simbólico é muito menor e nosso horizonte de possibilidades é limitado pelos constrangimentos do mundo concreto.

Não podemos voar tanto, e essa é a primeira razão pela qual, com notáveis exceções, o que produzimos é efêmero, sem grande chance de permanência. Não obstante, é fato que minhas afinidades pessoais e profissionais estão muito mais próximas de um livro ou de um filme do que de uma equação diferencial -o que não me impede de achar que há um limite para a quantidade de escritores, cineastas e bacharéis em letras que um país é capaz de sustentar.

Isso deve valer também para sociólogos, cientistas políticos e economistas, mas deixo a suspeita por conta deles. Na minha área, creio que já ultrapassamos o teto há muito tempo, e me pergunto de quem é a responsabilidade. Em 1959, o físico e escritor inglês C.P. Snow deu uma famosa palestra na Universidade de Cambridge sobre a relação entre as ciências e as humanidades. Snow observou que a vida intelectual do Ocidente havia se partido ao meio. De um lado, o mundo dos cientistas; do outro, a comunidade dos homens de letras, representada por indivíduos comumente chamados de intelectuais, termo que, segundo Snow, fora sequestrado pelas humanidades e pelas ciências sociais. As características de cada grupo seriam bem peculiares. Enquanto artistas tenderiam ao pessimismo, cientistas seriam otimistas. 

Aos artistas, interessaria refletir sobre a precariedade da condição humana e sobre o drama do indivíduo no mundo. O interesse dos cientistas, por sua vez, seria decifrar os segredos do mundo natural e, se possível, fazer as coisas funcionarem. Como frequentemente obtinham sucesso, não viam nenhum despropósito na noção de progresso. Estava estabelecida a ruptura: de um lado, o desconforto existencial, agravado pela perspectiva da aniquilação nuclear; do outro, a penicilina, o motor a combustão e o raio-X. Na qualidade de cientista e homem de letras, Snow se movia pelos dois mundos, cumprindo um trajeto que se tornava cada vez mais penoso e solitário. 

"Eu sentia que transitava entre dois grupos que já não se comunicavam", escreveu. 

Certa vez, um amigo seu, cidadão emérito das humanidades, foi convidado para um daqueles jantares solenes que as universidades inglesas cultivam com tanto gosto. Sentando-se a uma mesa no Trinity College -onde Newton viveu e onde descobriu as leis da mecânica clássica- e feitas as apresentações formais, o amigo se virou para a direita e tentou entabular conversa com o senhor ao lado. Recebeu um grunhido como resposta. Sem deixar a peteca cair, virou-se para o lado oposto e repetiu a tentativa com o professor à sua esquerda. Foi acolhido com novos e eloquentes grunhidos. Acostumado ao breviário mínimo da cortesia -segundo o qual não se ignora solenemente um vizinho de mesa-, o amigo de Snow se desconcertou, sendo então socorrido pelo decano da faculdade, que esclareceu: "Ah, aqueles são os matemáticos.
Nós nunca conversamos com eles". Snow concluiu que a falta de diálogo fazia mais do que partir o mundo em dois. A especialização criava novos subgrupos, gerando células cada vez menores que preferiam conversar apenas entre si.

SÍNTESE E ORDEM Não sei se alguém já voltou a conversar com os matemáticos. Torço para que sim, apesar das evidências em contrário. Seria um desperdício, pois a matemática, para além dos seus usos, é
guiada por um componente estético, por um conceito de beleza e de elegância que a maioria das pessoas desconhece. O que move os grandes matemáticos e os grandes artistas, desconfio, é um sentimento muito semelhante de síntese e ordem. Os dois grupos teriam muito a dizer um ao outro, mas, até onde sei, quase não se falam. (No passado, o poeta Paul Valéry deu conferências para matemáticos e o matemático Henri Poincaré falou para poetas.) Segundo Snow, com a notável exceção da música, não há muito espaço para as artes na cultura científica: "Discos. Algumas fotografias coloridas. O ouvido, às vezes o olho. Poucos livros, quase nenhuma poesia." Talvez seja exagero, não saberia dizer. Posso falar com mais propriedade sobre a outra parcela do mundo, e concordo quando ele diz que, de maneira geral, as humanidades se atêm a um  conceito estreito de cultura, que não inclui a ciência. Os artistas e boa parte dos cientistas sociais são quase sempre cegos a uma extensa gama do conhecimento. Numa passagem famosa de sua palestra, Snow conta o seguinte: "Já me aconteceu muitas vezes de estar com pessoas que, pelos padrões da cultura tradicional, são
consideradas altamente instruídas. Essas pessoas muitas vezes têm prazer em expressar seu espanto diante da ignorância dos cientistas. De vez em quando, resolvo provocar e pergunto se alguma delas saberia dizer qual é a segunda lei da termodinâmica. A resposta é sempre fria -e sempre negativa. No entanto, essa pergunta é basicamente o equivalente científico de 'Você já leu Shakespeare?'. Hoje, acho que se eu propusesse uma questão ainda mais simples -por exemplo: 'Defina o que você quer dizer quando fala em 'massa' ou 'aceleração'', o equivalente científico de 'Você é alfabetizado?'-, talvez apenas uma em cada dez pessoas altamente instruídas acharia que estávamos falando a mesma língua".

terça-feira, 15 de junho de 2010

Desespero

Dispensaram todos  os funcionários da fac hj... e eu doido pra tomar um café.

Corro pra cantina.... todos os funcionários dispensados tbm (maldito amor pelo futebol!!!!  )

...deve ser sindrome de abstinência...minha mãos treremmmem e eu digirto tudso errraao.

Os outros estudantes também pareciam meio atordoados...vou subir pra ver o segundo tempo com eles. Tomara que abram a cantina depois

=0

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Igor Stravinksy - O dilúvio (The flood / Lé deluge)

Olha, vcs podem dizer que o blog é um lixo. Eu sei, não há como negar que várias vezes eu posto besteiras, coisas sem sentido que só eu acho engraçadas, que rio só das minhas próprias piadas, que enalteço meus passeios de bicicleta enquanto o mundo lá fora chove, assalta as pessoas que andam pela lagoa rodrigo de freitas, me chama de metido a intelectual etc etc... Sim sim, sou um ignorante. Admito. Sou um fraco tbm. Na verdade não só eu, todos nós somos fracos (repetindo palavras recente, que devo ter dito em algum post anterior ou em algum que está por vir).

O post de hoje se trata de uma obra de Stravinsky. Tive o enorme prazer de ouvir a sagração da primavera na sala São Paulo recentemente, o que foi um tesão. Sério, um tesão. Uma peça maravilhosa.
 Stravinsky pra mim está entre as grandes mentes do século XX. O cara era genial, o que ele tocava virava ouro. É difícil ouvir? Posso dizer que sim, que é (não vai tocar nas paradas de radio ou na novela). Mas vale à pena tentar se acostumar, pq uma hora as cortinas caem e vc vê que ele consegue te passar muita informação num pequeno trecho de música, que na verdade contém toda intenção da peça. Um pequeno novelo transformado em tramas e mais tramas totalmente entrelaçadas (de maneira incoerente para alguns), no qual vc percebe o trabalho que ele teve em pensar a música.

Música pensada.
música lazer.
...música de elevador.

Não quero entrar no mérito disso. Todas têm seu valor, mas para hoje lhes reservo esta peça.

Achar o libretto à primeira vez foi difícil. Incrível não termos isso tão à mão, pqp.Isso é tão útil...tão útil =P



Bem, o vídeo que eu encontrei, acredito, é o original pra qual o Stravinsky compôs a obra. A bbc ao que parece encomendou a peça a ele... o libretto é do Robert Craft (acho...preguiça de olhar na Wikipédia =)

O que me estarrece na obra é a figuração das personagens. No período barroco, para começar a exemplificar, deus era representado por um cantor, e geralmente sua voz é aguda- talvez por que a idéia de agudeza nos remeta às alturas, aquela coisa de céu lá em cima, inferno lá embaixo. Na peça do Stravinsky pra começar, a voz de deus é cantada por DOIS cantores. E sua voz é grave, a de satanás é que é aguda.

Por que?

Bom, não sei...talvez deus seja a base de tudo, e por isso ele está na parte debaixo da pirâmide das coisas...que coisas? Ahhh pare de fazer perguntas! O texto não tem consistência alguma, todos já viram isso =)  Mas percebam o quão incrível é representar uma pessoa na peça por duas vozes.. ( e no vídeo aparece deus dentro de um triângulo que voa..horrível, mas talvez eles tenham chamado isso um dia de tecnologia - vai saber, né?)..eu achei isso intrigante..uma incógnita que me faz pensar sempre no por quê disso acontecer.


Abaixo está a primeira parte. Acho que à partir dela vcs conseguirão encontrar as outras duas. O apelo do post de hoje é somente sonoro. O vídeo em si é bem ruim (até onde eu aguentei assistir, pelo menos). Se concentrem mais no ouvir do que no ver.... valerá mais à pena



E se algúem souber do por que tais coisas acontecem na obra, por favor, me digam, mesmo se vc tiver apenas um leve indício, crença...  curiosidade mata  


vou indo... tenho que entender o teorema de kato-rellich .....=0


ps > o filme nem eh ruim, acabei de ver com mais calma
ps2>  talvez eu poste as outras partes aqui, caso nao tenha o que falar rsrs

sábado, 5 de junho de 2010

Quando eu crescer.....

Eu não me lembro o que eu respondia quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse. Acho que cientista não era algo que passava pela minha cabeça...ainda mais com tias me pentelhando pra que eu fosse advogado, juíz.. tudo sem me perguntar o que eu queria realmente ser (adultos têm essa mania, né? De reprimir vontades de crianças antes que elas ganhem a luz do sol)

Me lembrei estes dias do quão irracional eu era na infância. Tudo indicando pro caminho contrário ao da ciência na forma como a concebemos hoje - ou como a concebo hoje, pelo menos. Era uma brincadeira em que eu...bom, não era brincadeira pq eu levava à sério: eu ficava empurrando o meu prédio por que, ao olhar pra cima enquanto fazia isso, as nuvens andando no céu me davam a impressão de que ele iria cair. Fiz isso vááárias e vááárias vezes na infância, chamava as crianças mais velhas pra me ajudar e tudo. Algumas vinham ao meu socorro (socorrer o prédio e seus moradores, pra ser mais exato), outros não. Não sei qto tempo demorou pra ver que o prédio não caia e que na verdade era o céu que se movia acima dele... talvez, qdo eu percebi isso, foi qdo eu vi como uma coisa pode explicar a outra e como algumas delas têm um porque de ser.

E por falar nisso de ciência, eu me lembrei de uma série do Wallace and Gromit muito boa, mas que está em inglês. Não é impossível de entender, pq as personagens (arghhh preferiria dizer os personagens) têm muita expressividade; neste primeiro eles criam uma máquina pra ir fazer compras por eles





E neste outro o Wallace- que é um cientista- inventa uma espécie de máquina pra ajudar a pegar no sono, o "sonecotron"....pelo menos eu ouvi o nome traduzido assim uma vez.



Aproveitem. A série toda do "cracking contraptions", com os inventos do Wallace, é muito boa.

=)