domingo, 28 de fevereiro de 2010

Viaje à Marte

A primeira vez que vi este filminho achei ele incrível. Pra ser mais exato, toda vez que o vejo eu acho isso. Fala sobre um menino que sonha em ir à Marte (como várias crianças, que sonham em ser astronauta.... eu sonhava em poder virar japonês quando eu era criança.. rsrs Teria que reprogrmar os meus genes pra isso, um sonho até maior do que ser um cosmonauta, não acham?). Um, dia o avô dele o convida a ir lá fazer um avisita. Como? Em sua caminhonete.

O cara que o fez, o tal de Juan Pablo Zaramella, é extremamente talentoso, muito criativo e mto bom no que faz.



Viaje a Marte (Journey to Mars) from javier cuello on Vimeo.


Espero que vcs curtam

=)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pop-art matemática? (parte 2)

Consegui um link com a entrevista que citei no post  pop-art matemática

http://www.revistapiaui.com.br/edicao_40/artigo_1233/Artur_tem_um_problema.aspx


Boa leitura a todos.

=)


ps: já mudei de idéia quanto ao assunto...ando meio volátil ultimamente rsrs

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Troco meus tendões por cordas de violoncelo

Pulei muito no carnaval.  Muito muito mesmo, de forma que meus tendões vieram a reclamar assim que puderam.

Eles fizeram isso hoje. Nem pude sair de casa, estou em repouso: meus tendões doem, meus pés doem... preciso de tendões novos.

Por ser assim, tão desagradável, resolvi ir ao médico, o que o fiz pela manhã. Ao expor o problema a ele, ouvi:


O senhor não  pode ficar mto tempo nas pontas dos pés, seus tendões estão inflamados!


E para que eu gostaria de ficar na ponta dos pés? O sr acha que eu sou oque: uma bailarina?

Me desculpe.....Não, não quis dizer isso....


Sobrou na sala um silêncio....silêncio inerte e imutável, que me fazia ouvir até a ponta de sua caneta marcando o papel no qual me escrevia uma receita numa letra garranchosa...pior que a minha até. Ainda assim tomei coragem e perguntei

Dr Alessandro, uma pergunta...

Ele levantou a cabeça e me olhou, mas sem me encarar nos olhos.

Eu poderia trocar meus tendões por cordas de violoncelo? Adiantaria?

Ele parecia não acreditar no que ouvia. Me deu a impressão de que ele até pensou em responder. Acho até que ouvi algum ruído vindo de sua garganta.... mas ele ficou mudo: voltou pra sua receita, a terminou e me disse

Toma isso, de doze em doze horas, durante 5 dias. Qualquer coisa me procure de novo.

Saí...fui pra casa mancando levemente da perna direita. Desiludido


ps: na foto, duas bailarinas indo para o trabalho de ônibus.... vc consegue reconhecer alguma delas? =P

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

...e que toda escolha é uma forma de renúncia - continuação e fim

Bom, ontem não consegui dormir direito e enquento ficava rolando na cama eu pensei no por que a renuncia e a escolha parecem ser a mesma coisa quando na verdade não são. Bom, me parece inconcebível que sejam a mesma coisa, mas o grande segredo de uma discussão é começar assumindo que a verdade está desde já nas pontas dos seus dedos, ali, brincando com o seu mouse e tomando do seu café (isso se vc não o derrubou na sua roupa, como o fiz hoje rsrs)

Ontem me veio uma explicação de por que isso tudo acontece: a renuncia e a escolha, por mais distintas que sejam, acontecem sempre simultaneamente. Isso faz com que, embora não sejam idênticas, elas sejam indissociáveis, o que torna mais difícil de vê-las separadamente. Talvez, para tanto, precisássemos de um grande colisor de escolhas , observar o resultado num detector e ver como isto tudo se dissocia em partículas de renúncia, particulas de bom senso, particulas de falta do que fazer, partículas de vá para a direita, vá para a esquerda... ciência de verdade.

Logo, a escolha e a renuncia sempre vão parecer a mesma coisa aos olhos dos homens, embora elas estejam sempre juntas somente por suas naturezas, não por serem idênticamente uma mesma coisa.


Acho que é assim que termina

=)


ps: quanto à  foto, trata-se um experimento do colisor de hádrons. No nosso novo colisor, os experimentos dariam resultados semelhantes..ao menos visualmente.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

...e que toda escolha é uma forma de renúncia

Saudações efusivas e cansadas numa quarta feira de cinzas!

Ando um pouco sumido, não? É pessoal, as coisas por aqui estão difíceis: fim de mestrado, fim de carnaval, listas de exercícios, monitorias de análise... mas nem por isso eu deixei de viver!! E de conversar com as pessoas (sobre coisas que não matemática)

A história de hoje é sobre uma discussão que tive sentado a guia da rua, no meio do carnaval. Não sei se é otimismo meu ter discordado de quando me disseram que toda escolha é uma renúncia. É difícil discordar disso, parece até que são coisas equivalentes, que podem até constar num dicionário como um mesmo verbete. Nem sei por que discuto isso aqui, publicamente.. talvez não passe de  uma grande perda de tempo (como várias coisas que eu faço)...vou seguir adiante de qqqr forma. Ainda mais para não perder o hábito =)

O grande ponto das discussões sem sentido é que vc tem que começar elas como se o ponto a ser discutido fosse realmente importante. Esse artifício, mto comum em livros de auto ajuda, espirituais, e de física moderna, é o que torna a coisa toda digna de nota (ou que ao menos dá a impressão de ser relevante  este ponto)


...puts...vou ter que terminar isso depois.


[suspense]
[mais suspense]

[pare de roer as unhas, isso é feio]

=)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A arte e a ciência se engalfinham em plena luz do dia, no carnaval carioca

Bom...apesar do título do post (não sabia qual seria o título do post de hoje rsrs) eu passei aqui só pra postar sobre o carnaval. Na verdade, pra falar sobre as conversas que eu travo com outros matemáticos à respeito das pessoas e as relações que elas tecem entre si (relações sociais..não estou falando de putaria...rsrs). Uma espécie de antropologia matemática...ou matemática aplicada ao estudo de interações sociais....bem, qqr coisa que se pareça com isso.

O que nós mais discutimos e tentamos desenvolver  são novas  concepções científicas e, nas árduas conferências que temos no meio dos bloquinhos de carnaval, discutimos novos teoremas, conjecturas, e outros avanços deste "novo" ramo da matemática. Certamente, dizer que é um novo ramo não passa de pretensão da minha parte, mas esta nova forma de se fazer ciência no século XXI é bem recente =)


Dos teoremas que ouvi, deixo uns aqui:


Teorema de Manél: se você se aproxima de uma mulher, conversa com ela, e ela ri mais de três vezes das coisas que vc fala, ela está te dando mole.

Corolário: o teorema anterior também vale substituindo a palavra mulher por homem (e os pronomes, de forma adequada), ipsis literis



Teorema dos óculos importunantes: duas pessoas com óculos não conseguem se beijar direito. E mais, s eno meio de um bloco elas tentam fazer isso, a probabilidade de isso dar errado é 1 (probabilidade quase certa)

Nota: o teorema acima é bem mais sutil, por que vc tem que definir o que é beijar direito, que entra um pouco em teoria da utilidade dos beijos (algo com um papel semelhante ao da função utilidade em microeconomia). Outra coisa bonita da prova deste teorema é que, se a probabilidade de dar errado o beijo (alguém cair, tropeçar, ou engolir o outro durante o beijo) for menor do que um, então um dos beijantes teria que estar sem óculos. Este novo tipo de prova (uma prova probabilística) abriu horizontes no estudo de interações aleatórias entre pessoas aleatórias num, mundo real (que só existe na cabeça dos cientistas, certamente)


Pra vocês não dizerem que eu não interajo com os caros leitores, que não vos agrado com problemas para um fim de tarde, coisas para lerem quando no café da manhã, sudokus para impressão e lazer doméstico, vou deixar aqui alguns problemas em aberto. Se alguém tiver uma prova, por favor, me envie ou publique num paper (como na science, ou no physical review letters)


Conjectura: não existe pecado do lado de baixo do Equador

Nota: a conjectura acima perdura há mais de 5 séculos, desde que os espanhóis começaram a explorar as americanas, digo, as américas.A igreja bem tentou justificar isso na marra, com uso de lemas escusos, como existência de deuses, vendas de indulgências, o fato do planeta ser uma placa e não uma esfera.... mas isso foi recusado no maior de todos os meios científicos do mundo: o bom senso humano =)

Bom ..é isso. Se alguém tiver mais teoremas carnavalescos, pfv, enviem..digo, submetam-no a este blog! Ele será lido cuidadosamente pelos maiores especialistas do mundo no assunto. Coisa criteriosa mesmo, de respeito.

ps: é sério!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Visitantes e curiosos

Saudações binárias a todos!!!

Meu contador de visitantes e curiosos deu "tilt"....

Como poderei conviver com isso!!!??? Acordar nas manhãs de sábado, ir ver quantas mil pessoas leram as besteiras que eu penso, contar, acrescentar, dividir,  planejar chegar nos 10 mil...


Acho que preciso de um terapeuta... ou fazer um pneumotórax 

=\

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Um dia na vida do homem monossilábico

Um cano de gás monossilábico estourou no meu prédio esta madrugada, algo que eu só fui saber mais tarde. Dificilmente acordo cedo nos sábados, algo que fiz neste último. Levantei já  me sentindo estranho... dei oi para o mundo: oi para o sol, oi para o passarinho que canta alto e tira meu sono, oi para a maçaneta, oi para os vasos de plantas.

Era tudo o que eu sabia falar: Oi

Me apressei e saí de casa de qualquer forma, pois acordara cedo justamente para isso. Comecei dizendo um "opa" para o porteiro..era pra ter sido o usual e cortez bom dia que sempre dou, mas não consegui.  Saí então pelas ruas do rio de janeiro, num estado de leve torpor causado por algo que estava dentro de mim (e eu não sabia o que era).  Segui andando, segui andando... (ia comprar frutas ). Entro num velho mercado.

Pego uma fruta...dou uma apertada... cheiros, gostos... pego uma folha de verdura... pego uma sacola. Sigo pro caixa, com mais clareza do problema que me atormenta. A mulher que me atende parece estranha, como tudo mais que me cerca. Não me diz nada, nem mesmo bom dia. Forço uma abordagem simpática:

Oi...

O almejado bom dia saiu como um "oi" também. Não me assustei desta vez, ao menos não pelo oi em si; me assustou ter falado o oi com as reticências mesmo. Parecia que algo me impedia de falar  mais: um mecanismo de objetividade extrema, uma máquina de ecos reversa? Um constritor de pregas vocais, ou de expressividade (???)... parece que o mundo não queria mais ouvir minhas palavras

bip
[R$ 3,49]
bip bip
[R$5,67]
bip bip bip biiiip
.
.
.
[vários bips depois]

Débito

Voltei para casa pensativo e, de certo modo, triste. Tentei dormir para fugir do que poderia ser apenas uma manhã ruim.... não poder me comunicar com meus semelhantes de uma maneira ...não... não se pode dizer que é razoável pronunciar mais de dez palavras quando o que deveria ser dito não precisa de nada além de um "sim", um "claro", ou uma palavra apenas, das tantas que existem pelo mundo e que têm algum sentido, sejam elas o quão pequenas elas forem.... mas precisava ser assim mesmo? Não consegui dormir na primeira uma hora, pensando nas consequências daquilo para a minha vida: e meu trabalho, e meus amigos..... compreenderiam?  O sono veio, e dormi até às 18 horas. Acordei meio cansado, mas mesmo assim me levanto rápidamente e sigo direto para a cozinha fazer um café. De maneira igualmente súbita, como que agindo fora de mim,  saio de casa. Camiho sem destino por algumas poucas horas, até parar na frente de um cinema. Entro. Algo que me convida a entrar, me parece.

Meia

Vejo um filme....nada que me agrade muito, ainda mais por não ter conseguido esquecer do problema que me aflige. Caminho para a casa de forma calma ( até daria para se pensar que eu estava calmo mesmo). Na mesma calçada que eu, vindo em minha direção, vejo uma mulher bonita com um vestido florido e leve, que se arrasta com o vento.  Ela se aproxima...bem perto.. mais perto... Ela tem um sorriso bonito e parece rir para mim gratuitamente, como se me conhecesse.... ok, já vi... ela tem um dente da frente torto, muuuuito torto mesmo... não consigo parar de olhar para ele... tento me lembrar do nome do dente... qual é mesmo? Passo alguns instantes me martirizando para lembrar, algo que parece uma eternidade pra mim. Falo em voz baixa.

Incisivo???....

...mas isso é detalhe. Quando volto a mim, ela está me dizendo algo

...go?

Como?

Você tem fogo?

Me disse isso com os lábios abrindo bem devagar, passando a lingua nos dentes. Disse, meio atordoado, um "não". No entanto ela continua o assunto, puxando conversa; ela fala por quase um minuto sem parar. Me diz seu nome (que não me lembro qual era), onde mora e o que faz... ao sentir que a conversa ia adentrar em detalhes da minha vida, os quais estaria até disposto a fornecer, a chamá-la para sair "de novo", porém.... minha condição... as poucas sílabas de que disponho ... digo, de maneira meio atordoada:

Espera!

Ela me olha surpresa, mas interessada. Eu começo a fazer mímicas, ela parece não entender. Sua face muda completamente: parece me achar louco. Faço um gesto brusco sinalizando uma caneta e um papel. Parece não adiantar. Ela dá alguns passos pra traz, se vira e parte, dizendo qualquer coisa que me parecesse uma desculpa.. acho que falando sobre acender seu cigarro.

Ando mais algumas quadras e atravesso a rua. Estou novamente na frente de casa.