quarta-feira, 17 de agosto de 2011

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Everything is free in America, for a small fee in America - um ano na terra do Tio Sam

Incrível pensar nisso, mas hoje faz um ano que cheguei a esta terra. Eu, Rafael A M Staden, acreditando que seria devorado por selvagens nesse dysneylândinóspito país, acabei resistindo. 

É pessoal... um ano....

Depois das férias no Brasil, em que eu li o livro do Amyr Klink, eu passei a ver essa minha passagem por aqui como uma longa jornada em que eu tenho que remar e remar pra atravessar um oceano de conhecimento, saudade, pessoas, junk food e outras coisas.... para poder aportar enfim em alguma terra e encontrar algo que eu não sei oque pode ser.


[ou seja... futuro vago e incerto =]



A saudade, chega uma hora, deixa de vir tão frequentemente; os selvagens locais já não são mais tão hostis a você, que começa a se adaptar melhor e a ver o que te cerca mais amigavelmente. Acho que aquela frase do Old Boy:

ria e o mundo rirá com vc, Chore, e vc chorará sozinho.  


[acho que era isso]

expresa bem essa mudança de perspectiva. Ter isso em mente faz as coisas fluirem mais facilmente....e então você pode seguir remando, remando...


Embora já há um ano por aqui, sempre me lembro da supresa inicial, do choque, e da angústia. Não houve muito deslumbramento, oque me fazia pensar muito em Pero Vaz quando se dirigiu ao rei de Portugal na sua carta em que descrevia essa terra chamada Brasil.

Termino o posto roubando as palavras de despedida de Pero Vaz:


[meus poucos leitores: a vocês deixo o papel de alteza =]

"Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!

Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo."
[a parte em que ele fala em "salvar a gente" local é demais]
[ hahahaha]


Passando pelo miúdo então, me despeço por hoje




[mentira...não vou passar pelo miúdo não, mas ir ao supermercado, isso sim ]


=)



sábado, 6 de agosto de 2011

Sobre aquilo em que "podemos" acreditar e também sobre aquilo em que queremos acreditar...

Os posts anteriores, sobre a arte de se acreditar no que se quer  me levam a escrever aqui sobre oque separa, no pequeno- grande universo que cada um de nós levamos dentro de nós, nossas crenças daquilo que realmente vemos. Há um outro trecho no livro do Heisenberg- a parte e o todo -no qual eles falam sobre a descoberta do méson-pi. Aí o Heisenberg levanta a questão de se fazia mesmo sentido analisar a trajetória de um átomo por conta do princípio da incerteza; como se oque se visse não fosse a real trajetória do átomo.... pois, pensa-se, pode se ver o átomo ali por que ele deixa um traço numa câmara de vapor (acho que é câmara de vapor... se algum físico ler isos, pfv, corrija-me =), mas pode se pensar no átomo, ou suas partículas componentes, como objetos?

Acreditar é em parte ver, e ver  é um motivo para se acreditar... uma simbiose; posso eu acreditar num átomo se nunca vi um? Posso eu acreditar em deus se nunca o(s) vi? Oque é a indicação direta de uma existência, da presença, de uma verdade, uma realidade, um indício, um princípio? Como no post anterior, onde eu falo sobre aquelas imagens que aparecem em vidros e chegam a reunir algumas mil pessoas, pronunciamento do papa à respeito.


[Para vcs verem como isso vai longe, há outros vídeos sincronizando álbuns de rock com filmes. Vou deixar um link nos comentários aqui a título de curiosidade, sincronizando parte do álbum The wall, do Pink Floyd, com Alice no país das maravilhas]
[Há versões sincronizando o the wall com O Grande ditador, do Chaplin] 




Pensando/refletindo e lendo sobre isso tudo, eu me lembrei de um momento da minha infância- deveria ter uns 7, 8 anos- no qual eu e um amigo ( o mesmo do post da lasanha ) estavamos no último andar do prédio em que nossas famílias moravam, tentando subir para o terraço pra ver oque havia lá. Para colocar mais lenha na fogueira da nossa curiosidade, a chave de entrada pro telhado (sim, há um telhado no terraço) estava ao lado da porta, dentro de uma caixa protegida com um vidro. Aí a nossa imaginação foi longe né:  ter que quebrar aquilo, pegar uma chave (quem precisa de Harry Potter num mundo como estes? =)...  Para dar um clima de terror à coisa toda, havia um barulho muito, mas muuuuito alto mesmo que surgia de tempos em tempos neste corredor à medida que andávamos em direção à caixa com a chave.


[Depois a gente soube que aquele era o barulho da casa de máquinas do elevador, mas a gente acreditava piamente que aquele barulho acontecia porque estavamos pisando nos pontos errados do chão]
[ =P]


 Bom, nem preciso dizer que a gente deve ter perdido por volta de uma hora pulando de um lado pro outro naquele corredor, até que fomos lá, quebramos a caixa com a chave, subimos no terraço do prédio, o síndico descobriu, nossos pais descobriram... e levaram uma multa por conta disso.

Acho engraçado lembrar disso pela "ingenuidade" em acreditar em todo aquele acaso mirabolante do pisar nas pedras erradas ou certas... como no post sobre o dark side of the moon e o mágico de oz: a gente acreditava no que a gente queria acreditar.. talvez não exatamente isso; acho que no que nossa realidade nos permitia acreditar.

Que post confuso, nossa... merda, cheguei num beco sem saída =|

De qualquer forma, há uma animação ilustrando tudo isso que eu falei; talvez seja um dos filminhos mais fodas que eu já vi, no enredo e na qualidade gráfica.



A suspeita - José Miguel Ribeiro, 1999









Incrível ver como o homenzinho articula toda uma história, vendo as coincidências de uma maneira que chega até a convencer a mulher magricela... mas a coisa toda perde todo o sentido quando a verdade vêm à tona, que ele fica até embaraçado por ter ido tão longe em sua imaginação.

Divirtam-se =)