segunda-feira, 20 de março de 2023

Paradoxos e incompletudes

Interessante dizerem que Brasil e Japão estão em extremos opostos do mundo. Certamente não é o caso. Em todo caso, fico pensando em como minha vida parece ter mudado da água pro vindo desde que vim de laá pra cá: dias com gente viraram dias sem gente, enquanto finais de semana - em geral vazios e silenciosos- passaram a ser dias agitados com gente em casa, amigos por perto e família mimando. 

Que diferença!!

Mesmo assim, tanto contato não é fácil. E aí mora o grande paradoxo de se ter as coisas: quando temos, parece em excesso; quando não temos, nos carece e dói na alma. Ter voltado tem sido uma grande lição. Uma ressocialização (que eu sempre insisti e dizer que todo doutorando deveria fazer! Independentemente da área!). 

Só sei que estar longe não é fácil. Estar perto é igualmente difícil. Mas tudo é questão de escolhas. Não é legal se viver sozinho. Diante dos atritos que tantos contatos geram, paro e penso no silêncio dos dias sozinhos na terra do sol nascente e no grande exercício que era me forçar fora do meu casulo para ganhar asas. Já aqui... parece tudo me dado na mão, mas mesmo assim... me parece ainda assim que me encontro perdido e incompleto.

Oque falta? Ou melhor: será que era pra ser isso mesmo e que, no fundo, nada me falta?