sábado, 9 de junho de 2012

Children, wake up!!!

[Play]




[O youtube está sabotando os blogs..]
[Agora o mínimo tamanho pra embed um vídeo num blog é de 200X200... ]
[Estéticamente é uma merda...fica feio]
[Me desculpem]
[ =/]



Acordei muito cedo hoje e saí por Seattle -é, aqui estou - pra dar uma volta. Com esforço, mas resistente, vestia um gorro de frio que não me protegia de frio algum. Atravessei a rua correndo, quando o marcador de tempo pra fechar o farol pros pedestres já funcionava:
10, 
9,
8,
7, 
-Good morning  
[passei por um casal. O homem me disse bom dia ]. 
6, 
-Good morning 
[Disse um outro "good morning" sem muito significado]
[...e segui andando]
[ ...pensativo ]

2, 
1

[um desenho aqui ficaria legal...mas não vai sobrar tempo pra isso... ]
Não sei bem se isso é um post ou um registro... foi uma conversa que tive com um amigo peruano que mora nos eua há dez anos: nos encontramos numa coffee shop onde, inesperadamente, encontrei minha ex-roommate com sua filha. Ela, toda como se nada tivesse acontecido, se ofereceu pra me levar ao aeroporto (antes de vir pra cá), às 4 da manhã.  Contei ao meu amigo então as razões dela para se mudar e me dizer que eu tinha que me mudar também: ela queria "ir morar com o namorado que conhecera havia menos de 3 semanas e economizar dinheiro". Ao dizer isto, ele me falou com espanto: "-mas se você está sentido com ela você deveria falar!". Eu disse que ela sabia, mas que nem por isso deixo de conversar com ela: "- não é mais a mesma amizade por não haver uma coisa importante: confiança". Nesta hora ele olhou pra parede e viu uma frase rabiscada "someone I used to know": "-as relações aqui são assim: as pessoas não se preocupam muito se te machucam ou não...as coisas são bem superficiais... mesmo entre pais e filhos. Não que este seja o motivo, mas é tão natural para as pessoas, aos 18 anos, sairem de casa e a partir daí se virarem pra viver, que isso de ir morar com o namorado está mais pra uma sociedade do que pra uma relação em si. No meu país, no teu país acredito que também, é muito mais raro um casal ir morar junto...e quando isso acontece, geralmente, se dá depois de muito se ponderar."
Falei pra ele sobre oque é se sentir um estrangeiro, e que não conseguiria viver assim, em estado de sítio, sob esta pele; meu plano B: voltar ao Brasil antes do imaginado, sem doutorado nenhum, com uma mão na frente outra atrás. Ele me disse o dele: voltar ao Peru. Me disse o quanto sente falta de Lima, de como era gostoso receber os seus amigos em casa no meio da tarde pra dar uma volta pela cidade, numa época em que não existia celular nem nada; os amigos apareciam em casa, batiam na porta e lá saiam eles pelo mundo: " -Minha esposa é européia... nem ela nem a família sente falta do lugar onde viviam... a relação deles com o local é diferente também, eles não têm estes valores que nós temos, talvez..." A partir daí, acho, começamos a falar sobre eua e europa, e sobre oque é ser um estrangeiro lá daquele lado do Atlântico. Ele me disse que antes pensava em ir morar na europa, que seria melhor, que se sentiria em casa. No entanto ele se convenceu de que casa pra ele é no Peru: onde ele se sente entre os seus. "De qqr forma, há uma diferença importante entre americanos e europeus: os americanos são ignorantes e preconceituosos, enquanto os europeus são instruídos e preconceituosos". Começou a enumerar as coisas que o levavam a pensar nisso: "por exemplo, muitas vezes eu andava pela rua e as pessoas me davam bom dia... mas não por que elas são educadas, mas pq elas querem mostrar que elas são civilizadas e que vc, latino, deveria aprender e admirar o quão elevado eles são. No entender deles vc está sendo reeducado para viver entre gente civilizada...isso quando eles não te dão bom dia por terem medo de que você os assalte ".
[Esta não é a minha opinião, ainda mais por que não conheço a Europa ]
[Mas não pude deixar de pensar nisso quando recebi o bom dia que relatei acima]
Falou também de uma vez que estava em um museu na alemanha e havia uma sala descrita como " arte primitiva". Quando ele entrou na sala havia um monte de coisas peruanas. Aí eu me lembrei de uma Bienal em que os trabalhos do Arthur Bispo do Rosário foram parar na sessão de arte rústica (ou algo do tipo, não me lembro ao certo). Será que pq ele era um louco/negro/pobre que não estudou em instituto algum de arte e não tinha um diploma?" Lembrei dele que, na minha opinião, é um dos artistas brasileiros mais únicos do século XX... segui andando, pensando nisso  e  em mais um milhão de coisas enquanto perambulo pelas ruas dessa cidade "quase-São-Paulo."

[O "wake up" do título é um tanto ambíguo...]
[por conta do meu estado de agora... ]
[... e por que, no fim das contas, este meu amigo acabou me levando ao aeroporto pra vir pra cá,]
[Os dois morrendo de sono no carro]
[No caminho ele ligou o rádio: estava tocando esta música =) ]

sábado, 2 de junho de 2012

Dos labirintos e fios de Ariadne



Quando se tem que entrar num labirinto, preocupa-se não somente em encontrar oque se busca, mas mto em como sair dali.




A tática de joão e maria é falha pois os mendigos, mesmo na disney, aos montes existem e comem as migalhas que os viajantes deixam no chão para marcar seu caminho... já não existem pássaros, pois a mesma fome forçou os mendigos que hoje se alimentam de migalhas a comê-los... a solução pode ser amarrar-se a uma corda que lhe puxe pra fora dali.  A este fio dá-se o nome Fio de Ariadne. 

O fio por si só é matéria, mas é mais que isso, pois é como um cordão umbilical que te liga ao mundo e de onde vem alimento e força... não passa nada pelo qual senão a sensação de liberdade... um escafandro... pelo qual se respira: as paredes do labirinto são como um mar - quando dentro, não se pode ver muito longe.  



Cada ser humano tem o próprio fio e o carrega consigo: um que lhe faz voltar pra casa... um que garante, no meio do desvario e dos becos sem saída pelo mundo, que caminho outro não há senão virar e voltar pro lugar de onde se começou.... um fio que te assegura, quando perdido no que um dia foi vida,  o regresso ao que um dia fora essência... ao que talvez possamos chamar de luz.  
Os fios de Ariadne tbm embolam, dão nós não desatáveis /NdesÃtávOeis,  se emaranham/nhamerama... mas dizem que nunca se rom - pem. A cada um cabe, qdo perdido, lembrar de tatear seu corpo e encontrá-lo: deste momento em diante o caminho de volta -por mais longo que seja - está ao alcance das mãos e no muito trabalho dos pés.