....M@tematicos Marc0vald0s
"Since I had nowhere permanent to stay, I had no interest whatever in keeping treasures, and since I was empty-handed, I had no fear of being robbed on the way" [Matsuo Bashô , The records of a travel-worn Satchel]
domingo, 15 de outubro de 2023
A grama mais verde... que não é assim lá tão verde
quarta-feira, 7 de junho de 2023
Um ano nos trópicos
Muita, mas muita coisa mudou desde então: profissionalmente, pessoalmente, em várias esferas. Difícil dizer se houve progresso, mas certamente eu mudei.
- Me surpreende que ao estar mais perto de algumas pessoas eu acabaria por falar menos com elas.
- Lidar com família tem sido mais fácil do que imaginava. Lidar com amigos também.
- Como um lado oposto de uma moeda - Brasil versus Japão - hoje meus dias de semana têm menos gente, enquanto finais de semana são mais cheios.
- Eu já imaginava que curtia trabalhar com mais pessoas e/ou em times. Aqui isso ficou ainda mais evidente.
- Talvez por conta disso meu apreço pelo silêncio e tempo sozinho ficou ainda maior.
- Sim, acho que tenho alguma forma de hyperacusis.
- Descobri que engenheiros dominam o mundo. Matemáticos que querem ser ouvidos devem fazer amizades com eles.
- Morar no Brasil é muito mais gostoso e fácil do que imaginava. Tem uma riqueza e simplicidade que não existe em outros lugares em que vivi. Talvez o único lugar que conheço que tenha isso - mas de uma outra forma, totalmente diferente - seja o Japão.
- Por outro lado, muita gente aqui acredita que o que vem de fora é sempre muito melhor (vira-latismo rules).
- Crescer no Brasil é muito mais difícil do que imaginava e, quando acontece, se dá em circunstâncias muito mais adversas. Sendo assim, se você vê alguém que consegue crescer por seu próprio esforço aqui você pode tirar o chapéu: essa pessoa pegou muito mais touros pelo chifre do que qualquer primeiro mundista bem sucedido.
- Jovens são muito mais engajados politicamente do que em qualquer outro lugar que já vivi (exceto talvez pela Alemanha).
- Infelizmente, as pessoas parecem ter uma crença gigantesca em tudo aquilo que vem pelo celular. Sendo assim, uma reportagem num jornal de renome e uma mensagem no WhatsApp têm a mesma credibilidade pra muita gente. Há uma carência de referências enorme. Às vezes temo viver num mundo dominado por tiktokkers, influencers no instagram e celebridades religiosas ou sertanejas.
- Há muito mais pobreza do que imaginava dentre os que não têm nada. E muito mais riqueza do que imaginava dentre os que têm tudo.
terça-feira, 11 de abril de 2023
Repete
segunda-feira, 20 de março de 2023
Paradoxos e incompletudes
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
Queen of Hearts
Alice in Wonderland Queen of Hearts and King of Hearts
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
Dois pra frente, dois pra trás...
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Chocolatinho
segunda-feira, 5 de dezembro de 2022
Adultescência, tardia mas precoce
O pleito, as pestes e a copa do mundo
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
A peste e o pleito
Fiquei doente há umas semanas. Aconteceu do covid finalmente chegar a mim. O café com um gosto horrível aquecia minhas manhãs com um amorgor sem igual. Me pergunto se é este o gosto que pessoas que não gostam de café sentem ao tomá-lo... se assim fosse pra mim, eu me compadeço: também eu nunca beberia dessa bebida.
Foi foda e foi triste. Ouvia do apartamento as pessoas comemorando a vitória do Lula (ou seria, comemorarem a derrota de Bolsonaro?), ouvia fogos, "tchau, miliciano!", eu me segurando pra não sair na rua e ir comemorar numa das avenidas da cidade. Foi um dia e tanto, cheio de preocupações e no qual fiquei em casa, ouvindo de longe a esperança de que esse pesadelo acabou sem nem mesmo poder participar. "-Paciência... celebre por dentro". E assim, o fiz.
Isso foi há algumas semanas. Desde então, a covid se foi, o atual governo continua governando (bom... continua no poder e sem fazer nada - como sempre, mas bem menos ruidoso que antes). Eu tento aguardar o primeiro de Janeiro sem ter uma crise de ansiedade: vem logo, vem logo!
Estranhamente, estes 4 anos me fazem pensar que não dá pra esperarmos um governo fazer muito pelas mazelas que afligem este país. Fico me perguntando se posso contribuir com algo, se posso fazer algo pra ajudar. Será que voltei pra isso? Em conversas tenhos ouvido bastante a metáfora de que não sou uma folha em branco, que por mais que tente assimilar a diferente cultura que me cerca, tenho muito a trazer de volta. Eu, pareço ficar incerto entre esses dois universos (o de dentro e o de fora) e fico em conflito: será que existe um meio termo?
Nem sei como cheguei a este tema. Nem falei também que minha mãe pegou covid; provavelmente de mim. Por sorte, não teve nada de grave e levou a doença melhor que eu. Fico imaginando oque teria sido em outro caso, pensando nas tantas estórias nesse país de pessoas que carregam o peso nas costas de terem infectado alguém que amam. Dei sorte, e mais sorte ainda é saber que hoje eu posso aproveitar um pouco mais a companhia de diversas pessoas que até então estavam longe de mim. OK, por uma manhã e tarde me perguntei se tudo isso não seria um grande erro, representado por mais 4 anos desse governo estapafúrdio e desumano... será que aguentaria? Nessas horas me pergunto se o Brasil faz sentido e chego à resposta de que não, não faz. Assim como nenhum outro lugar faz. Mas aqui tem uma grande densidade de gente que eu gosto, então...
...enfim: a covid passou, tanto a minha quanto a da minha mãe. Estamos bem. Agora é só esperar por Janeiro, que vai ficar ainda melhor.