segunda-feira, 24 de julho de 2017

Todo tempo do mundo (aos pés do Mississippi)

Todo tempo do mundo (versão paulista)

Em São Paulo
Meu esforço desmesurado em tentar passar tempo debaixo da sombra da árvore materna
A consciência clara de que o tempo passou 
e tem passado.
Ampulheta de minutos, 
segundos, 
instantes

Folhas levadas pelo vento leve, 
frutos não muitos, 
pouco doces
Flores que caem sem que eu veja, 
mas que sempre estão lá pra florir meu verão 
e colorir o chão nos quais meus pés brincam no inverno

Carrego comigo  todo o tempo

A vontade de voltar
Seria pra ficar perto daqueles que amo?
O tchau que ficou no Rio, 
daqueles que se despedem pra povoar novos mundos
Os tchaus que recebo em São Paulo, 
daqueles que me esperam de braços abertos

A saudade


terça-feira, 18 de julho de 2017

Todo tempo do mundo (versão carioca)

A primeira veio me contar dos sonhos não finalizados, 
filmes para se rodar enquanto a chuva cai lá for.

A segunda casou e veio me mostrar a aliança,
vida que vai pra longe, 
incerteza que não mais caminha descalça 

Aquele outro me veio chorar pitangas,
que degustei junto, sob sombra e cevada
mas deixei os caroços ali, para que outras pitangueiras crescessem

A última, abraço rápido de corre-corre que não deixa sobrar tempo.
Ficar doente e de manha no último minuto.
Querer ficar e ter que ir. Saudade.