domingo, 17 de março de 2019

A vida dos outros (parte 1 de 2)


Há uma parte no fime "Alta fidelidade" (High fidelity) da qual gosto muito: nela o ator principal, dono de uma loja de discos, é entrevistado por uma reporter fofinha. Aí ele fica meio que interessado na garota. Entrevista vai, entrevista vem, até que ele fala em gravar um "tape" pra ela (se você não sabe ou se lembra daquelas fitas K7, aqui vai um link ... sei lá: vai ver há pessoas de outras gerações lendo este blog hahaha). Em casa, quanto interpelado/questionado pela namorada sobre o tal "tape pra uma jornalista", ele pára e pensa: por que estou fazendo isso?



Aí ele chega nesta parte



A vida dos outros é sempre um nevoeiro de mistérios, que fica ainda mais anuviado pela nossa curiosidade: projetamos muitas das nossas expectativas nas pessoas que encontramos, há idealização que não acaba mais.

De certa maneira, tudo que nos é desconhecido traz teorias e hipóteses à mente. Mas.... uma vez que se ganha consciência desse processo (que é essencialmente oque ocorre no segundo vídeo acima) as coisas passam a se suceder de maneira mais fiel àquilo que realmente são. No que diz respeito à essa dualidade ter consciência/projeção de expectativas: minha memória me remete a uma música do Edu Lobo com o Chico Buarque que essencialmente fala sobre uma mulher que não existe -  uma que não tenha ex-namorado, problemas, calcinha molhada deixada no chuveiro etc E sejamos justos aqui: um homem sem ex-namorada, sem filhos (pqp, é verdade, tá assim já haha), que não seja cabeça dura em algumas coisas... dificilmente há de existir!


Esse assunto se ramifica facilmente... acho que este post continua.

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