sexta-feira, 8 de julho de 2011

O violino e o violão

Oi, pessoal

O post de hoje nasceu de uma leitura da bíblia... hahaha piada =)

nasceu enquanto eu lia um livro do Heisenberg (A parte e o todo) no qual ele começa a descrever uma reunião de jovens na alemanha pós primeira guerra. Pelo que ele conta, ele estava andando na rua quando recebeu um folheto explicando sobre essa reunião, que iria acontecer num castelo.  Vários discursos, jovens falando sobre como reconstruir um país devastado, inflação altíssima, que teve que assumir a culpa pela primeira grande Guerra... oque aquela geração poderia fazer pra mudar aquele estado? Aí, durante uma das tantas discussões acaloradas (lembrando, tudo dentro de um castelo!!! Imaginem a cena!!! ) um cara aparece numa das janelas e começa a tocar a Chaconne de Bach. Puts!!! O pessoal deve ter ido ao delírio!!! Gente subindo no palco e dando uns moshs, rodinhas... Imagina...nada melhor para restaurar a paz entre os homens do que a música divina que vem de Bach

A Chaconne de Bach é uma peça linda.. linda mesmo. E, curiosamente, ela foi escrita pra violino, mas a versão qeu eu mais curto é a pra violão.  Engraçado ser a "mesma peça" que, quando tocada por instrumentos diferentes, ganha novas cores. Bom...talvez as mesmas cores, embora em outros tons...o  violão a deixa mais sóbria, menos estridente. Quanto ao violino... hummm.... como dizer?




O violino pra mim soa como uma mulher  louca que mora numa casinha pequena, em cima de uma barbearia... e nunca paga seu aluguel no dia certo.

Ela fica na janela, olhando para o horizonte por horas a fio, esperando o marido voltar da guerra. Pra sufocar a saudade, ela canta umas árias na sacada; o coração pesado, vazio por dentro. Os vizinhos saem nas janelas, se emocionam....  e ficam lá embaixo da tal sacada, chorando a saudade dela.



E o violão é um senhor simpático, boa praça e galanteador, que vai todas as tarde à padaria
 comer um sonho, conversar com o dono do estabelecimento, e cantar uma daquelas músicas antigas..tipo um Carlos Gardel





Mas, voltando ao ponto central deste post, a comparação entre estes dois seres maravilhosos, figuras marcantes de um vilarejo minúsculo ao sul da Itália, ouviremos a Chaconne de Bach!!!..

A primeira versão que vocês vão ouvir é a da mulher louca que canta maravilhosamente ... digo, a versão do violino


Itzhak Perlman - parte I





Itzhak Perlman - parte II






Como todos os homens únicos, o violão têm seus imitadores, que ficam se engraçando em outros tantos  bares/padarias pelas esquinas do mundo. Eles cantam a mesma canção, mas não com o mesmo vigor e alegria.


A primeira versão é a que eu acho a mais original e bonita ( do John Williams). É daquelas que vc tem que ouvir pela manhã, quando o sol está entrando pelas frestas da janela do seu quarto, querendo te dar bom dia ( forçosamente). Todas as nuances muito bem trabalhadas... um crescendo ultra lindo, carregado de um peso duro e sofrido, mas ao mesmo tempo de uma beleza que, por mais que a gente não possa tocar, está evidentemente ali.
Infelizmente deixaram o arquivo dividido (um crime!!!! ), mas vocês não vão me condenar por isso, vão?  A culpa não é minha, acreditem

John Williams - parte I



John Williams - parte II



Aqui tem uma versão do Manuel Barrueco. Não acho bonita como a do John Williams, mas... gosto é gosto (tá...de certa forma eu estou induzindo vocês a não gostarem. Me desculpem.... é que este blog prima pela sinceridade rsrs Sempre! =)

Manuel Barrueco




Essa outra é do Leo Brouwer. É boa tbm... mas a do John Williams... (ok...vou ficar quieto )

Leo Brower




Há uma outra, com o David Russell... mas aí já é apelar pra paciência de voc... tá, vou colocar. Mas pq acho que essa é uma das versões legais- legais mesmo.


David Russell




Pra quem nunca ouviu essa peça, espero ter trazido um pouco de luz à vida dessa ovelha desgarrada! =P

Aos que já ouviram, ouvir uma vez mais é sempre um prazer; vcs vão curtir novamente.

=)

2 comentários:

K & Cia. disse...

Incrível como diferentes músicas brotam da mesma partitura!
Na 2a e 3a versão (latinos?) Bach vira cigano! Principalmente na do Leo Brower. Se me dissesse que é Paco de Lucia, passaria batido rs..
Já John Williams e David Russell, beem anglo-saxões. Bach volta à abadia.
Como escolher entre "Elegy" do John Donne e "Elegia" do Augusto de Campos?
Acho que a preferência varia com meu estado de espírito ;)
Adorei! Bjks

Rafael disse...

Ahhh não sei... as versões latinas são boas até, mas as do David Russell e John Williams são mil vezes melhor! Não sei o quanto essa pegada latina conta, já que nunca havia me dado conta disso. Vou ver se escuto de novo e te digo

=)