sexta-feira, 3 de abril de 2020

A insustentável leveza de se perder em teoremas

Linha de chegada, ali adiante.

Você já vê tudo: o sol, a praia, o descanso (bom...ignorando corona-times)...

Aí você vai, e prova um teorema: que te diz que você poderia ter feito melhor.

Que merda.... volto atrás e refaço tudo? Tento colocar dias de simulações computacionais no contexto certo? 

Foi tudo perdido? Perdido?!!

Bom... depois de dias em que nadei em papéis, jogados pela minha sala-casa-escritório-shelter-from-the-storm, me acalmei: se é esse o caminho...que seja, façamos de novo, adicionemos mais linhas a complexa monstro-serpente de mil cabeças.

Pra acrescentar à minha recente quebra de protocolos ao ficar apurrinhando os outros com coisas nonsenses, vou contar brevemente sobre um sonho que tive (não, não vá embora!!! É rápido!!) Por estes dias sonhei com uma onça dando o bote numa girafa, cujo pescoço se mexia como uma serpente. Eu ali, em desespero, testemunhando aquele duelo e torcendo para não ser notado (seria eu, a próxima isca). A onça se descolocando e fugindo dos botes da girafa/serpente, dando nós no seu pescoço... até que a batalha parece finda...e a onça parece levar o troféus às costas ...quando, pra minha surpresa, é o contrário: a onça que vai às costas da girafa serpente, abatida... 

É foda... acho que é justamente isso....

[Tô brincando hahaha o sonho não me disse porra nenhuma, mas foi uma imagem linda de dois seres monstruosamente fortes se degladiando]

Talvez eu tenha que me conformar e agradecer... por que há tempo de se refazer, há tempo de se melhorar. Sem falar que deveria ser no mínimo grato por ter encontrado uma forma mais clara pra entender a questão. Oque me chateia é ...sei lá...meu orgulho? Como uma namorada que tem sempre razão, a matemática entrou na minha casa, bagunçou meus rascunhos, tirou meus livros de ordem (e emprestou alguns a conhecidos)...e no final, ela ainda estava certa: é a porra de um teorema, não tem como discutir!! E isso que me pega... por dias fiquei mordido com o resultado, meio apreensivo.. "talvez não seja verdade"... ou "talvez não queira realmente dizer oque diz"... e ainda "talvez dê pra ser estendido pros parametros que considerei...."  Não, não, não.... você vai fazer de novo.

É ... dei o braço a torcer, engoli meu orgulho, e admiti que não há oque fazer: vocẽ está certa... e se é o certo que deve ser feito eu vou lá e faço de novo

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