terça-feira, 28 de abril de 2015

Last leaf




Achei a animação até que boa. A letra é fofinha, mas nada fora do comum. Essa banda tem outros dois clipes dos quais gosto muito. A música no "skyscrappers" é muuuuito boa... há uma parte em que o vocalista parece o sax do Coltrane... muito bom :)

Este vídeo abaixo eu vi interpretado ao vivo por este grupo de dançarinos do clipe (well...eram 3 casais de dançarinos... voltarei a falar mais sobre num outro post). Acreditem: ao vivo consegue ser muito melhor que no clipe.




domingo, 12 de abril de 2015

Pois é

[A foto ao lado foi tirada nessa última terça (dia 7 de Abril), dia em que defendi minha tese. Hesitei pela manhã um pouco: ir de chinelo pra defesa? Não não... acho que sou um escravo de formalidades.. não cabia ir dessa forma: tratei de ir o mais formal possível (embora de tênis vermelho :) ]

[Escrito ao som de "No one ever tells you"
... "It never comes easy"...]

Pois é.... acabou. Quem diria. Nesses dias eu tenho encontrombado amigos e colegas; passam aqueles filmes diante dos olhos "nos conhecemos no primeiro semestre..parece que foi ontem..agora vc está se formando", disse um deles. Tudo parece que foi há pouco: sair da casa antiga, mudar pra casa branca, a casa temporária no verão, partir pro trabalho debicileta numa manhã de verão e sentir o sol cedinho-quente-quentinho, a viagem à nova Iorque com calor de abraços e beijos, tantos tchaus cinematográficos em aeroportos,  dias de ressaca, os dias de coração rasgado ao voltar do Brasil, as manhãs com o vermelho do nascer do sol batendo na minha janela pra que eu acordasse.... tantas coisas... ainda não chegou o momento de dizer tchau pra essa cidade, mas é o momento em que um ciclo se fecha: acabou o doutorado. Uffaaa....

O futuro me pareceu incerto por tanto tempo... as possibilidades em minhas mãos: EUA ou Brasil? Poutz... nunca imaginaria que seria uma escolha tão difícil. Por anos e anos tenho dito que quero voltar ao Brasil (e ainda o pretendo fazer assim que possível); surge uma oportunidade e eu digo não a ela!!?? Me pareceu irreal tanto pensar/hesitar, mas ponderar é sempre a melhor coisa diante de uma decisão tão grande. Mesmo ao lado de amigos, família e tantas outras coisas acho que a realidade dos fatos me fez ver uma única coisa: a decisão era minha e que eu deveria tomá-la sozinho. Só eu sei oque é bom pra mim, e nesse momento não é o Brasil: instabilidade econômica, falta de dinheiro pra pesquisa/viagens... quero e penso em voltar pro Brasil, mas não pra enterrar/afundar minha vida devido a uma escolha precipitada. 

Curiosamente, não foi uma decisão com o mesmo "gosto" da decisão que tomei ao vir pra cá em 2010: naquela época eu vim sem saber oque me esperava; dessa vez eu voltei sabendo que diante de mim só estariam boas coisas. Acho que foi importante ver que ... sim, sou uma pessoa diferente depois desses cinco anos: tenho mais conciência dos meus medos e,  acima de tudo, tenho consciência quando eles tentam tomar conta das minhas atutudes/escolhas. Nunca, nunca... Faça aquilo que você gosta, busque aquilo que procura, guie-se pelo que te é belo e pelo que alimenta teus dias. Basear escolhas em medo corrói a alma... por que o caminho certo nem sempre é o mais fácil. Me dói ainda a escolha que fiz.. na verdade me dói ter que ter encarado essa encruzilhada, mas... acho que foi importante tê-lo feito: agora sei que há um caminho de volta e que minha vida não se tornou um labirinto (como tanto temi durante os anos aqui). Embora não soubesse que o sei, me peguei no meio desse mar conhecendo o caminho de volta ao "meu" porto. Mais que isso, acredito que poderei voltar adiante num cenário mais otimista não só pra minha carreira mas, no aspecto pessoal, como uma pessoa mais íntegra/inteira (seja lá oque isso signifique). 

Os anos aqui me serviram pra algo: pra exorcizar fantasmas que nunca quis encarar e que sempre me perseguiram. Sou razoavelmente otimista diante do futuro: acho que ao menos estou a caminho de me tornar o homem que almejo ser. E isso não tem a ver com carreira, dinheiro, status, nada... tem a ver com estar feliz consigo mesmo e a pessoa que você é. Allegro, ma non troppo... mas talvez chegando lá. Pois é... serenar por agora e deixar assim... como está. 

Buckets of rain



[Uma poça no meio do mundo]
[Coincidentemente, na hora eu estava com aquela música do Dylan na cabeça, "Buckets of rain"]
[]
[Achei bonito ver como a água "smooths out" as rugosidades e "sharpness" de cantos e quintas]
[Curioso que esse é um aspecto matemático bem claro devido à viscosidade (em equações parabólicas), mas acho que não vem ao caso discutir isso rsrs ]
[Na hora me pegou mesmo a mistura de cores: o azul do céu, o branco das nuvens, com a lama perdida no fundo, o escuro dos galhos... mais folhas pra lá e pra cá..]
[...acho que não há matemática no mundo que descreva isso :) ]


sexta-feira, 20 de março de 2015

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Desenhos animados e música erudita: "The ErlKing "

Essa é uma animação feita em areia, baseada num poema de Goethe, sobre um rei que rapta uma criança para matá-la. A música é de Franz Schubert.




Bom...é isso... tô partindo pro Rio pra dar palestra e pular carnaval. Escrevo mais em breve =)


sábado, 31 de janeiro de 2015

Subserviência

Uau.... assisti esse filme agora à noite e de certa maneira o achei bem perturbador. Fiquei tentando entender bem a que ele se remete... à nossa conivência quanto à exploração dos menos favorecidos? À subserviência ser também uma dependência mútua?



domingo, 18 de janeiro de 2015

Perspectivas

Recentemente eu tenho esbarrado em um monte de música que já foi gravada por mais de uma pessoa e que são beeem diferentes. Há muitas e muitas por aí, mas eu quero selecionar umas que acho boas e que adicionaram uma dimensão a mais a estas obras. A grande maioria tem um significado muito especial pra mim e me traz boas lembranças de dias de sol, cachoeiras, tocar violão etc etc. Espero que vocês curtam (caso tenham tempo pra ouvir :)



1) Pale blue eyes


A versão original é do Velvet Underground, num dos meus álbum favoritos deles.  A Marisa Monte regravou no álbum "cor de rosa e carvão".


Velvet Underground:



Marisa Monte:





2) The lonesome road


A versão original é do Sinatra (acho). A Madeleine Peyroux regravou mais tarde. 


Frank Sinatra:




Madeleine Peyroux:




3) Between the bars


A versão original é do Elliot Smith. A Madeleine Peyroux regravou. Ao que parece a letra original não fala sobre um amor ==pessoa, mas sim do vício do cara em heroína. Linda, sem dúvidas.


Elliot Smith:




Madeleine Peyroux:





4) Jokerman


A versão original é do  Bob Dylan. O Caetano regravou  regravou num álbum ao vivo. A letra é linda (como a maioria das letras do Bob Dylan), mas a versão original é horrível hahaha tem um teclado de churrascaria que não pertence a essa música (saia dessa música que não te pertence :P )


Bob Dylan:




Caetano Veloso ( a versão do caetano é incrível):




5)  Lady Madonna


A versão original é dos Beatles. O caetano regravou  regravou.


Beatles:




Caetano Veloso:






6) Higher ground


A versão original está no ótimo "Innervisions", do Stevie Wonder. O RHCP regravou anos depois.


Stevie Wonder:




Red Hot Chili Peppers




7) With a Little help from my friends


Joe Cocker regravou a versão dos Beatles

Beatles:



Joe Cocker:




8) Hollis Brown


Nina Simone regravou Bob Dylan




Nina Simone





9) Maracatu atômico


Versão original do Gil. Nação Zumbi regravou 

Gilberto Gil




Nação Zumbi



10) You're Gonna Make Me Lonesome When You Go

Essa música eu acho liiiinda. Me traz vááárias memórias da época que morava no Brasil :)

Bob Dylan




Madaleine Peyroux




11) Love in vain

Original do Robert Johnson, regravada pelos Stones (numa versão linda também  que me traz várias lembranças boas tbm :)

Robert Johnson:



Rolling Stones:

sábado, 3 de janeiro de 2015

A arte de contar estrelas



Será que eu estou me mudando daqui?! Me pergunto e tento me convencer disso. Há um medo residual - "e se" - de ficar por mais um tempo que me assusta. Resolução de ano novo: dar uma geral na casa branca, jogar um monte de coisas inúteis fora. Abri aquela caixa com notas de aula, rasguei um monte de páginas... wow... realmente, eu passei muito tempo e fiz muita coisa por aqui.


Por não fazer mais aulas eu havia me esquecido de um costume que tenho pra marcar páginas: o de numerá-las com desenhos relacionados à matéria que estou estudando ou algo que me aconteceu no dia (ou algum objeto, como a caneca de café do professor, por ex). Achei esses das aulas de mecânica muito legais.... de fato, a única coisa interessante nessas notas (já que a aula era muito, mas muito ruim).

 



Alguns deles são bem abstratos rsrs (como o da folha 5... acho que o professor falava sobre "matéria escura")



 ...ou sobre relatividade





Acho que o melhor disso tudo é ver que é um período da minha vida que passou. 


Encontrei outra caixa ainda, com cartas e postais que recebi enquanto estive/estou aqui (maioria da minha irmã, ávida enviadora de postais que é). Realmente, me sinto meio perdido por me imaginar indo mas não saber pra onde. Me sinto como o coronel do conto de Garcia Marquez e os guarda-chuvas ao longo da estória (deixa eu ver se acho online...)



ENCONTRÓ EN EL BAÚL UN PARAGUAS ENORME Y ANTIGUO. LO HABÍA GANADO LA MUJER EN UNA TÓMBOLA POLÍTICA DESTINADA A RECOLECTAR FONDOS PARA EL PARTIDO DEL CORONEL. ESA MISMA NOCHE ASISTIERON A UN ESPECTÁCULO AL AIRE LIBRE QUE NO FUE INTERRUMPIDO A PESAR DE LA LLUVIA. EL CORONEL, SU ESPOSA Y SU HIJO AGUSTÍN -QUE ENTONCES TENÍA OCHO AÑOS- PRESENCIARON EL ESPECTÁCULO HASTA EL FINAL, SENTADOS BAJO EL PARAGUAS. AHORA AGUSTÍN ESTABA MUERTO Y EL FORRO DE RASO BRILLANTE HABÍA SIDO DESTRUIDO POR LAS POLILLAS. 

- MIRA EN LO QUE HA QUEDADO NUESTRO PARAGUAS DE PAYASO DE CIRCO -DIJO EL CORONEL CON UNA ANTIGUA FRASE SUYA. ABRIÓ SOBRE SU CABEZA UN MISTERIOSO SISTEMA DE VARILLAS METÁLICAS. -AHORA SÓLO SIRVE PARA CONTAR LAS ESTRELLAS.

EL CORONEL NO TIENE QUIEN LE ESCRIBA, GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ 

A chuva e o frio lá fora, essas cartas quebrando buracos no meu teto, me fazendo olhar pra dentro de mim como se eu fosse um céu aberto com o qual brinco e me perco a contar estrelas... acho que não existe guarda-chuva pra essas horas.