segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Dois pra frente, dois pra trás...

Às vezes acho que já me adaptei, que já me misturo aos meus arredores como um camaleão, inotável. Como um papel de parede, lá vou eu, brasileiro até a alma seguindo pela cidade.

Cidade que me assusta, me surpreende. 

Não sei se há um brasileiro médio. O típico comportamento brasileiro do qual outros brasileiros gostam de falar e criticar. Mas sei o seguinte: que o brasileiro que irrita tem o poder de irritar mesmo. 

Por exemplo: é muito comum encontrar pessoas que ouvem celular alto no metrô. Ou que não tem o menor pudor em deixar o celular com aqueles barulhinhos horríveis, sem o menor respeito pelo espaço auditivo do outro.

É algo tipicamente tupiniquim? Definitivamente não: já vi isso na China, na França, nos EUA. Agora... no Brasil isso ocorre bastante também. 

E isso faz daqui pior? 

Não, não faz. Por outro lado, gera um desconforto estranho, uma desolação que me abate quando presencio essas coisas e penso que pouts, nem em 100 anos esse país vai conseguir vencer essas coisas, dar educação pra todos seus cidadãos, imbuir de bom senso e civilidade a maior parte da população que aqui vive.

Claro, pareço estar sendo dramático ao falar só de um celular barulhento. Antes fosse só isso: o Brasil mostra seu subdesenvolvimento em diversas facetas. Pra piorar, mostra o quão desenvolvido é também em diversas outras coisas.

E aí, nesse turbilhão de contradições, eu não sei mais oque pensar. Pareço viver num grande páis desenvolvido-em-subdesenvolvimento, um oxímoro que só quem pisou nesta terra pode entender. Ou melhor: muitas vezes nem entende (como eu), mas testemunha. 

Um bagunça... uma confusão... ainda estou por entender, mas acho que nunca vou fazer sentido desse país.

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