sábado, 19 de fevereiro de 2011

Microcosmo, macrocosmo ( e infância revisitada)

Incrível na infância a gente inventar um próprio mundo, que alimente e sustente as mais absurdas coisas em que acreditamos.


Eu acho que já contei uma história aqui sobre como eu era uma criança meio-mto ingênua (nesse post, ó) Acabou que eu assisti esse filminho hoje e pensei nisso: vendo a cara de surpresa e desespero da menina, que anda com cautela perto da avó "brava" ( possivelmente); menina que parece descobrir um mundo novo, sob novas lentes; e que foge do irmão que lhe priva de algo que ela gosta.


O engraçado é que os adultos parecem sempre ignorar o que acontece no mundo de uma criança por estarem lidando com qualquer outra coisa, mto mto mais importante. Acho que  o Rilke fala disso no "cartas para um jovem poeta"


[pérai, vou achar ]
[folheia]
[folheia]
[busca no google]
[merda de google]

 numa parte em que ele diz


[atenção!!! Rilke foi feito para ser lido em voz alta!!! Para você poder sentir quão fraca a sua voz é diante de todo o barulho do mundo à sua volta; pra vc ler e, a cada pausa pra respirar, sentir o seu coração batendo, acompanhando o ritmo das palavras]
[... como música]


"
[...]
Ser solitário como se era quando criança, quando os adultos passavam pra lá e pra cá, envolvidos com coisas que pareciam importantes e grandiosas, porque esses adultos davam a impressão de estarem tão ocupados e porque a criança não entendia nada de seus afazeres.


E um dia, ao percebermos que suas ocupações são mesquinhas, que suas profissões são enrijecidas e não estão mais ligadas à vida, por que não olhar para eles como uma criança que observa algo de estranho, a partir da profundeza do próprio mundo, da própria solidão, que é ela mesma um trabalho, um cargo e uma profissão?
[...]
"

Acho que vcs vão curtir





No entanto a parte mais bonita vem na sequência, quando ele acrescenta:

"
[...]
Pense, meu caro, no mundo que o senhor leva dentro de si, então dê a esse pensamento o nome que quiser; pode ser lembrança da própria infância ou anseio do próprio futuro - apenas preste atenção no que surge a partir de dentro e eleve-o acima de tudo o que o senhor percebe em torno.
[...]
"

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