sábado, 11 de novembro de 2017

"Oque que é isso, gaijin", ou "coletividades à parte"

O Japão é uma terra coletiva. Ser coletivo: uma virtude enorme num mundo onde as pessoas cada vez mais parecem pensar somente em si mesmas. É comum ver colegas trazerem lembranças pros outros depois de uma viagem de trabalho, ver pessoas varrendo a rua na frente de casa, ver pessoas limpando um parque depois de um evento... coisas impensáveis na América ou Europa, acho, onde há a mentalidado "eu sigo minha vida e pago meus impostos, alguém é pago pra fazer isso por mim".

No entanto há de se fazer uma ressalva, pois acredite ou não, há um lado negativo nisso tudo: o coletivismo não é um modo de agir somente, mas tambpem um modo de pensar. Ele está em tudo, e se você ousar fazer algo um pouco diferente então... você é mal visto, ou visto com olhares de

".. se funciona do jeito A, pra que inventar um jeito novo?"

 É, o Japão é meio assim, meio travado com novidades, com a reinvenção, com o novo e com o diferente. Da maneira diferente de se olhar para um problema à você dizer que não vai a um evento por que nele só vai haver sopa de bacon e você é vegetariano: o Japão pede de você o teu dever com o todo, com o grupo, com a sociedade, com o país. Não é incomum casamentos acontecerem no Japão pela obrigação de se casar e, filhos virem pela obrigação do indivíduo com o país. É um outro mundo, um outro universo.

Amor? Oque que é isso, gaijin... amor é pros ocidentais.

Um comentário:

Thais disse...

Fale-me mais sobre isso rs... Realmente muito interessante e muito diferente da nossa mentalidade/cultura.
E, particularmente, acho que o amor "romântico" está over valorizado por aqui no ocidente rs ... O seu "Amor? Oque que é isso..." me fez pensar nisso, é uma ideia que tenho há algum tempo.
Anyway, enfim, concluindo, rs... Adorei o seu texto, Rafa, muito mesmo.