Acontece quase naturalmente de, quando estou com muita dificuldade em algo (como por exemplo, quando comecei na mini-apple), eu procurar re-entrar no problema de maneira invertida. Assim: se encontro obstáculos ao aprender uma nova teoria ou perspectiva, procuro encontrar algo onde consiga ensinar (como nos dias em que fiz trabalho voluntário).... e quando tenho dificuldade em me perdoar, tento ir pro outro extremo, saindo por aí, a torto e a direito, perdoando e me desculpando a quem posso.
Alright, alright, não é assim tão gratuitamente, nem sem significado. Muitas vezes é, simplesmente, alcançar... "reach out" (caramba.. não existe algo similar em Português?) pessoas que um dia me machucaram ou machuquei e, quando sinto que devo, me arriscar a dar um passo em direção a elas.
Acabei fazendo isso recentemente, e isso me ajudou muito a cicatrizar feridas ainda abertas que toda essa mudança de país tem causado.
O primeiro trata-se de um amigo da época da faculdade que era muito próximo e um dia despirocou numa festa nos idos de 2010 e... nada de bom saiu dali. Há algumas semanas o nome dele apareceu numa conversa. Decidi o contactar: disse que sentia muito como as coisas "terminaram" (sim, fim de amizades dóem como break-ups) e que torcia muito para que ele estivesse bem. Ele disse que eram águas passadas e... "-pérai, você tá no Japão também?" Sim. Por um milagre, o cara está morando em Tokyo.
Hoje o reencontrei. Acabei de voltar do encontro. Nem sei como não chorei. Dei um grande abraço nele e, ao longa da conversa, tentamos nos atualizar desses quase 12 anos distantes um do outro. Foi realmente especial tê-lo visto, um cara que me ajudou um tanto durante a faculdade e sempre acreditou mais em mim do que eu mesmo (pra variar). Catarse!
Outro caso, também recente, foi a minha ex (que ficou na mini-apple). Sei lá... senti que, ao fim desse ciclo, precisava agradecê-la por ter aberto meus olhos pra sair da academia. Pedi muita desculpas por tê-la feito sofrer com a distância e com isso ter feito o relacionamento que tínhamos sofrer junto. Contei também que estava a regressar ao Brasil e tudo o mais... calhou dela estar vivendo algo parecido: está de saída dos EUA, voltando pra sua terrra natal. Me disse que sofreu muito ao até chegar a tal decisão, e me desejou sorte ao longo do caminho "-we will both get through it".
Honestamente, duvido que um grande contato nasça em qualquer um dos casos. No entanto.... significou muito pra mim ter arriscado, ter assumido o medo de me expor em dizer a essas pessoas que elas foram e ainda são importante pra mim, de alguma maneira.
Perdoar para que nos perdoemos... aceitar os erros dos outros para que aceitemos os nossos próprios erros... não sei... pareço ter testemunhado algo tão raro nesses dias que até decidi escrever sobre... Vai ver o Japão foi isso pra mim: me empurrar tão longe para, no fim das contas, me trazer pra tão perto daquilo e daqueles que me importam.
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