Calhou de eu estar tocando essa música dos Beatles há um tempo (por conta do solo no final, que tirei com uma escaleta) e ...a letra - bom, o título ao menos - e essa idéia de você esconder o seu amor pelas coisas ou pessoas. Você se reprimir e não dizer, não poder falar.
Pra falar a verdade isso me parece tão estranho (você não fala o que quer e sente, e isso te machuca) e quase contra intuitivo, pois cai num loop rapidinho já que o falar às vezes também acaba nos machucando: podemos ser oprimidos, rejeitados, ignorados.... e, por fim, falar e não falar acaba dando na mesma. É um loop infinito onde tudo acaba em dor.... a pior sensação do mundo e, de alguma maneira, como eu tenho me sentido.
No fundo, talvez tudo nasça do fato de não termos uma opção: a dicotomia está posta e é essa, divide todo o espaço de escolhas - falar, não falar - e tudo se sustenta nisso. Não há muito por onde fugir: a dor acaba te comendo pelas beiradas, por dentro, te subindo pelas entranhas, te corroendo.
Por outro lado... essa dor pode nos mover, nos mudar, nos fazer entender - como no post anterior quando falava sobre "nossos limites nos tornarem mais humildes" - que no fundo, bem lá no fundo, estamos vivos e na chuva para nos molhar. Vai doer mesmo, seja amor escondido, dito, não dito, bendito, em banners, em faixa de avião que sobrevôa a orla, em cartinhas, em mensagens, em sonhos, em conversas que se deixa pra depois para se dizer a verdade, em conversas que acabam não acontecendo, em fugas pela tangente, em respostas em que se faz de desentendido, em saídas de campo antes do final do segundo tempo diante da derrota evidente, em tudo!
Apesar de aprender com ela (ou tentar) não advogo pelo caminho da dor, que fique claro. Doer não é nem prazer tipo 1, nem tipo 2: doer é uma merda.
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