segunda-feira, 11 de abril de 2022

Direto da Terra do Sol Nascente #124: a maior das distâncias

Muito provavelmente é a palavra sobre a qual mais falei em todos esses anos de blog: distância. 

E ciúmes...falei de ciúmes? E de se sentir substituído?

Acho que não... mas, de alguma forma, num universo não muito distante, esses termos todos se emaranham.

Estar longe... a sensação horrível de impotência, como se fossem mulhares de borboletas a se debatem na nossa barriga, fragilidade em erupção, o estado de não-presença exacerbado também, o coração longe, a cabeça mais longe ainda... 

Em suma: uma merda.

Acho que não foi nem uma, nem dias, mas várias as vezes que senti isso. Em todas, é difícil: a dor parece intransponível, o tempo parece se dilatar, dilacerando a alma como cacos de vidro ... você deseja que tudo passe rápido pr'aquilo acabar, mas não, o tempo se mantém longo e vagaroso, alfinetando cada segundo da nossa existência com um "eu te disse", ou "a culpa é tua"....

Perder alguém é muito difícil.... Ver essa pessoa se distanciar, imaginar que foi culpa sua...sem falar em saber abrir mão por não poder mudar a situação, ao menos não ali, naquele derradeiro segundo em que você quer que sim, tudo mude e seja diferente.

Caramba..sempre penso sobre isso: já perdi tantas pessoas que considero especiais, tantos amores, e sempre sofro da arrogância de achar que da próxima vez será mais fácil. Não: sempre me dói como se fosse o primeiro, como dura como o último fosse nada.... É um estoicismo de amor: "sofra cada amor como se fosse o último a te rasgar a alma", e lá vai você, vendo que todos os remendos do break-up anterior não serviram de nada.

Pensando bem, talvez serviram: pra racionalizar a situação de perda e ver que, num horizonte sabe-se lá quão distante, essa dor passa.


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