[Havia pensado inicialmente em fazer uma camiseta sobre essa história,]
[mas como estou dando uma desanimada de desenhar camisetas, acabei só desenhando no meu caderninho mesmo]
[Os desenhos foram feito durante o atraso do meu vôo Eua- Brasil.]
[Eu reli o post do quelônio errante, do qual nem me lembrava, e fiquei rindo sozinho]
[Os risos me motivaram a desenhar/ilustrar a estória, como vcs verão abaixo]
[Eu vou colocar aqui oque escrevi na época pra acompanhar os desenhos]
É fato, velho e sabido pelos habitantes do mundo afora, que algo não cheira bem no reino da polinésia francesa.
Por este e tantos motivos, seus habitantes, como muitos outros animais, de lá têm saído para procurar novos lares (para não dizer novos ares, o que nos levaria ao mesmo ponto de antes - na linha de baixo apenas). Diante de tais proposições, à princípio descabidas, admito, mas que fazem sentido, devo me explicar para que o leitor, no aconhchego do seu lar quentinho nos trópicos, posso me entender. Tudo começou na última manhã de domingo, quando eu, o sr R, fui ao mercado comprar frutas e verduras.
Interlúdio: Essa é uma história verídica
Interlúdio #2 : tirei essa introdução dos programas policiais norte-americanos..eles adoram isso =)
Manhã de domingo - 12 de setembro de 2010 - Itapopoca - Indiana - U.S.
Saí para fazer a acima mencionada compra do lar. Não sei se posso chamá-la "do lar", pq a compra só diz repeito à mim. Eu, por mim mesmo, não constituo um lar... e o indiano que mora aqui em casa não é bem o que eu chamo...tá...voltando... eu estava indo de bicicleta pro mercado que considero o melhor de todos para os produtos vegetais que crescem nas prateleiras. Lá fui eu, com a minha bicicleta vermelho-preta com uma "caixa de cerveja" na garupa (não se trata bem de uma caixa de cerveja, mas é parecido..qdo tiver uma foto eu posto aqui). Desci a rua na manhã fria de Itapopoca de maneira veloz, de maneira que o vento gelado, de tão gelado, quase arrancou-me o nariz. De fato, o arrancou, mas eu tinha outro no bolso e coloquei no lugar.
Segui viagem. A sabedoria dos amigos que andam pelo mundo me fez virar à esquerda no fim da descida, e assim eu encontrei o/um atalho. Isso iria fazer toda a diferença...pois isso me levou a encontrar o que adiante eu vou descrever.
Peguei o atalho de maneira sensata, sem grandes arroubos sobre a minha bicicleta. Não poderia bater de frente com o vento, pois não haviam mais narizes no meu bolso caso eu perdesse o que eu tinha no vento gelado. Fui, cauteloso e sensato...até chegar na 10th street. Lá, como de costume, pedalei, como nunca pedalei antes..mentira, como pedalo sempre: até encontrar o farol fechado.
"PQP...merda de subida..."
Disse isso bem alto...mentira..não disse isso porque não tenho certeza do que é um quelônio...Mas o som teria sido agradável, por que soa bem..
[puts..será que morde?]
E então segui, deixando a tartaruga para trás. Mas a dúvida veio ao meu encalço (acho que ela pulou dentro da minha cesta de cerveja): porque eu não a ajudei a atravessar a pista? Será que eu fiz certo em tê-la colocado do mesmo lado que ela havia começado?
Uma merda isso de ter consciência.. e isso que eu tenho pouca perante os meus atos e comportamentos. Fui pro mercado pensando no quanto o bicho deveria me odiar pelo que eu fiz.
E se ela tinha marcado com um tartarugo do outro lado da pista e, no meio da viagem, eu cheguei pra atrapalhar? Caramba, o tartarugo pode ter ficado puto com a demora dela (já que ela teria que atravessar metade da pista de novo) e foi embora. Vai que ela estava tentando um suicídio e eu, no alto do meu altruísmo, estraguei o seu intento.
Estas e tantas outras perguntas coerentes passaram pela minha cabeça enquanto estava no caminho do mercado, no mercado, e na volta do mercado... ao menos até o cruzamento, já que voltei pelo mesmo caminho que fiz.
[ps4: há um adendo ao post do quelônio errante aqui, ó]