; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > Nesses dias de uma quarentena que toma formas distintas ao redor do mundo - nos trópicos brasileiros, mais saidinha e desajustada, enquanto nipônica segue comedida mas abaixando a guarda - tenho conversado bastante com minha mãe ao telefone. E nessas ligações, conheço um pouco mais sobre ela (impressionado, pois não achava isso possível). Mais estarrecido ainda é me perceber tão similar a ela em diversos aspectos. ; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > Enquartelada, numa torre de marfim cercada de prédios, concreto armado e desigualdade social, minha mãe passa os dias em São Paulo falando ao telefone com amigos, conhecidos, e familiares; estes últimos não necessariamente amigos, nem conhecidos. Passa-se ainda bastante tempo costurando (a époa das máscaras já passou) e, recentemente, tricotando. ; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > Tricota-se. E com isso, tricotam-se as conversas de telefone entre nós dois: um fio, que se estende a um outro tema, que se embola numa vírgula, que se engole com uma fruta de café da manhã enquanto o outro janta. Dessa forma, "Nada se perde, tudo se transforma" se transmuta em nada se entende, tudo se embola-emaranha. ; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > Política vira discussão sobre desigualdade ; - - > Saúde vira bronca por não fazer ginástica na sala de casa ; - - > Presidente e ausência de governo vira suspiro angustiado de quem não tem vacina ou tem medo de golpe militar ; - - > Sobrinho vira árvore de natal acesa fora de época pra que o mesmo veja do outro lado da rua ; - - > Avó vira "iaia" ; - - > E saudade permanece saudade, porque isso não tem no que se transformar. ; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > Minha mãe tricota de um lado, me fala sobre as viscissitudes da arte; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > enquanto isso, eu teço (tricoto?) os paralelos com minha vida de criar e tecer a linha abstrata das idéias e números, com as agulhas rígidas, extensas mas finitas, da matemática.; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > "Fiz e desfiz a blusa da Vana (minha irmã), usei regra, me afundei em números...a cada conta que faço errado vou e recomeço a carreira do começo", me diz ao telefone, num papo que me traz à cabeça a natureza repetitiva do criar, do pesquisar, do fazer, do criar. Repetir...repetir.... penso no "zen in the art or archery" e suas discussões sobre como "iterar" e o "entender" se imiscuem, num rio que desagua em si mesmo, ou como numa figura de Escher, dum rio que se acaichoeira em si mesmo, e desagua na sua própria nascente... Herrigel que li feliz, mas que me deixou triste, por não tê-lo lido mais jovem, enquanto ainda estudante.- - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >;
>; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >[Waterfall, por M.C. Escher] >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - > "Como pode.....tão díspares e tão similares?", me pergunto na hora, ao pensar nas inúmeras repetições, control+C, insatisfações, dias de abandono e lema em aberto, pesquisa em fórum pra automatizar fórmula, control+V, apaga mais, escreve mais, edita....- - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; de cada 5 blusas tricotadas, uma vira blusa- - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; pra cada trabalho que escrevo, na verdade tricoto outros quatro, emaranhados nas entrelinhas que só aquele que tricotou as palavras, as grudou, as combinou, sabe- - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; "hummmm isso é uma vírgula, mas na verdade é uma fissura, um dead-end do sobre o qual não tive muito espaço pra falar" - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; me angustio, divido sobre os projetos que se finalizam por aqui: o supercomputador que de tanto supercomputar travou no meu trabalho (e teve que ser reinicializado). - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; - - >; "o último trabalho por aqui", digo eu como tenho dito há meses, e que é traduzido pelo ouvido materno como um "tomara"... mas que me acalmo em acreditar que na verdade é só um novelo da minha natureza: que nunca vai deixar de ter ideias, curiosidade, e ser movido por elas, buscando transformá-las em algo novo... mas que no fundo ainda é só uma linha de idéias, um pouco emaranhadas.
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