A mãe de uma amiga de infância faleceu, mais uma vítima das ingerências do governo brasileiro.
Li recentemente que bilionários americanos ficaram 15% mais ricos durante a pandemia, e 16 novos bilionários surgiram. Me pergunto como pode, alguém poder lucrar diante de tanto sofrimento humano?
Tento não me fechar numa ostra e sofrer sozinho diante de tanta brutalidade: tenho ligado pra minha mãe todos os dias, tenho procurado falar com amigos. Em princípio, não estou mal. Mas dizer que esbanjo felicidade seria mentira: me sinto como um esporo, vivendo em estado latente à espera de uma vida que não vem, que não chega, não acontece, que pegou o trem errado e foi descer numa outra estação que não a que espero por ela.
Acho que só fui encontrar palavras pra isso quando recentemente me apontaram um texto do Damin Linker na the week, When time stops, quando, dentre outras coisas interessantes, ele diz
Human beings live their lives in time. Our sense of ourselves in the present is always in part a function of our remembrance and constant reinterpretation of our pasts along with our projection of future possibilities. We live for the person we hope to become. We look forward to who we will be a month or a year or a decade or more from now — and we commemorate the transitions from present to future with rites of passage celebrated in public with loved ones and friends. This makes us futural creatures. A high school senior applying for a university is living for the college student he hopes to be a year in the future. But what is a high school senior who can no longer look forward to a first day on campus next fall?
Mas talvez oque tenha resoado em mim mais fortemente é quando ele diz
A life without forward momentum is to a considerable extent a life without purpose — or at least the kind of purpose that lifts our spirits and enlivens our steps as we traverse time. Without the momentum and purpose, we flounder. A present without a future is a life that feels less worth living, because it's a life haunted by a shadow of futility.
É...pessoal... tá entrando água no barco... mas mantenhamos a calma. Tentemos abraçar (à distância) aqueles que podemos, tentemos ter consciência da dádiva que se é estar bem e vivo agora.... tentemos ser grato por tudo que temos (eu, agora, por estar aqui, sob o sol e brisa da manhã escrevendo), sem nos deixarmos perecer e cair diante de tanta, tanta dor pela qual o mundo passa agora. Infelizmente, não acredito que como sociedade sairemos melhores dessa crise. No entando, como indivíduos, torço pra que ganhemos uma visão mais clara sobre oque é justo, e sobre oque não é.
Fiquem bem.
Abracem-se.
Cuidem-se.
Liguem pr'aqueles que vocês amam.
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