quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Companhia

Semana passada, ainda no estado de fossa em que me encontrava, um amigo me disse:

" - Man... I guess I know what you need...
[pausa longa de quem chegou a uma solução depois de muito pensar]
.... A CAT!!!"

Na hora eu ri muito, e acabei me lembrando de um desenho muito bom do Cordell Barker: The cat came back.





Uma das melhores coisas nos vídeos do Cordell Barker é que sempre tem música, e as música são bem legais (ele é o mesmo diretor que fez o "Runaway", que eu postei aqui, ó  e do "The big snit", que eu postei neste outro post).

Bom, divirtam-se =)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Interlúdio: um aviso dos nossos patrocinadores









[O instrumental dessa música é perfeito para essa propaganda...]
[... tirando o simples fato de que a letra não tem nada a ver com o assunto hahaha, chegando até a ser indecente. Seria uma propaganda daquelas proibida em países nórdicos, aposto =)  ]

[Mas  não seja por isso: num país "letrado" como o nosso as pessoas nem ligam pro conteúdo das coisas (e olhe, as coisas por aqui não são muito diferentes... cultura de massa existe e é consumida em doses exageradas em todo lugar )]

[De qualquer forma, a música é muito animada:  eu tive uma tarde relativamente produtiva ouvindo-a, regado de sol na biblioteca, fazendo minha prova de sistemas dinâmicos]
[E quando imaginei-a como pano de fundo pra esta propaganda eu falei: " - caramba... fazia tempo que não via uma propaganda boa como estas."]
[vi na minha cabeça, claro =) ]

[Ahh!!! Guidelines: você deve ouvir a música e imaginar a seguinte cena: 

uma imagem aérea de uma floresta,
só verde, verde, verde.
até que a câmera chega numa clareira, 
onde frutas e pessoas estão dançando.]

[ A propaganda na verdade é curta, então só um trecho bonito da música já bastaria.]
[O problema agora é que eu ouço as músicas do Belle and Sebastian e fico imaginando frutas e  bichos dançando.]
[Será que é fome?]

domingo, 23 de outubro de 2011

Para aprender a não cantar vitória antes do tempo





Às vezes você pensa que o grande espaço que te separa do resto do mundo é tanto e tão grande, que cada segundo te passa como um mês, cada minuto passa como se fosse um ano, que cada dia é um infinito... e você quer reaver/manifestar/abraçar tudo num átomo de tempo. Oque é impossível, insensato...

 Hoje lembrei de um poema/música do Itamar Assunção com o Leminski:


Um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado,
como se chegando atrasado
andasse mais adiante

Carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa
um milhão de dólares
ou coisa que o valha

Álcool, éter, analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
morrer vai ser
a minha ultima obra

e vi que eu tenho caído nessa falácia da dor elegante. Pois bem: vou tirar minha coroa de papelão, extinguir meu grito pra não me sufocar na angústia.... respeitar o tempo das coisas, e assim esperá-las amadurecer. 

Ok, senhor tempo: nós temos um acordo.


ps: a música tem um significado lindo que fala muito sobre o tempo das coisas "crescerem e ganharem cor de novo".... por mais que hoje elas estejam soando meio fora do ritmo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dias de porco-espinho #3: memórias do fundo do poço (última parte, acho)





Volver a los 17 - Milton Nascimento & Mercedes Sosa



Talvez dizer fundo do poço seja muito... talvez poça...uma poça de lama: lá, eu, preso, sem conseguir sair por um tempo..mas me livrando disso \o/

Hoje logo cedo veio um momento muito único de estranhentendimento  - "todo entendimento repentino parece uma aguda incompreensão". Eu estava logo cedo indo nadar, quando comecei a enumerar o que estava se passando comigo. Resumindo, "mudança & processo".

A palavra "processo" então ficou quicando dentro da minha cabeça por um tempo, até que me remeteu a um trecho do livro  - qual qual? - "O processo", do Kafka. Eu, particularmente, não sou um grande fã do trabalho dele, mas me lembrei desse livro por dois motivos:

A personagem principal fica o livro inteiro sem saber porque as coisas estão lhe acontecendo (como eu, confuso e perdido como estava), até que no final ele entende o porque, mas já é tarde.

Felizmente já consigo ver uma certa ordem em tudo oque aconteceu. Ainda frágil como um segundo, me pergunto se saio disso mais forte(?). Assim espero... mas isso é um caminho, um trajeto: keep rowing, Rafaello!!!! \o/


[Gritam os passarinhos da beira do casco do meu barco]


Mas no entanto, não foi isso que me pegou... e sim um trecho esquecido, antes jogado às traças pela minha memória não muito boa. Há uma história dentro do livro, e eu nem mesmo me lembro o pq dela ser contada, mas eu me lembro dela. Enfim, fala de um homem que chega num portão enorme, no qual há um guarda. Ele pergunta

" - Posso passar"

O guarda:

" - Se você realmente pudesse passar eu não estaria aqui, não?"

E o homem espera....espera (paciência é uma virtude a ser assimilada...). Mas aí ele já esperou demais!!!Pergunta de novo para o guarda:

"- E se eu passar, oque acontece?"

O guarda:


"- Primeiro você teria que passar por mim;  e você até pode conseguir isso, mas saiba que depois deste há outro portão, com um guarda ainda maior e mais forte, e mesmo depois dele há outros portões cada vez piores, com guardas cada vez mais truculentos."

O homem então é demovido de sua idéia de tentar passar. Mesmo assim ele espera e espera....

Passam-se anos e, já velho, o homem não tem mais forças nem pra andar; nem mesmo ousa encarar o guarda. O tempo continua passando, e ele já não tem mais esperança de ir adiante. Então, já prestes a morrer, ele chama o guarda com dificuldade: força para falar também lhe falta. Sussurra então para o guarda, que se agacha para poder ouví-lo:


"- eu sei que o senhor não vai me deixar passar, e nem é isso que lhe peço. Somente me responda algo: porque nunca vi ninguém além de nós dois aqui? Porque outras pessoas não tentaram passar por você?"

O guarda se levanta...suspira...abaixa de novo para dizer:

" Por que este portão foi feito para que você o atravessasse."

O guarda então fecha o portão e vai embora.


[provavelmente ele foi tirar um dia de folga, beber uma cerveja com os amigos e levar as crianças no parque]
[Vou tentar colocar um desenho aqui depois... não dá pra escanear nada por agora]


Bom... por hoje é só, pessoal. Boa sexta feira a todos. Cuidem-se!!!

=)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dias de porco-espinho #2: da relação com os outros

Por que será que ainda existem porcos-espinho no mundo? Se um porco-espinho não consegue chegar perto do outro, como será que eles se reproduzem?


[Qual será o plural correto de porco espinho? Ó, dúvida]

Estou num processo... o de me encontrar. Não consigo chegar perto dos amigos, embora neles encontre conforto, embora neles encontre parte de mim. Não consigo chegar perto de outras pessoas por achar que vou machucá-los. Isso quando você não as machuca mesmo, falando e fazendo as coisas mais insensatas e confusas do mundo.

Será que vai demorar muito pra que eu durma um porco espinho e acorde um menino de novo?




Skhizein! - de Jérémy Clapin


Trazendo à tona um trecho da "Paixão segundo G.H." que ficou na marcado na memória: não há como continuar com uma visão fragmentada das coisas, pois o mundo teria que se modificar todo para que eu coubesse dentro dele.... mas isso, certamente,  não existe.

Sigo por momentos de súbita compreensão, acompanhados de desentendimento e dúvida, que seguem momentos de angústia e paz, com outros de coceira no pé e ansiedade. Não adianta pneumotórax, nem cair um meteoro sobre mim que me traga para onde estou agora... me traga do Brasil, onde eu acho que deixei uma vida, uma bicicleta, um amor, um samba, um tudo. O meu tempo é hoje, e eu realmente quero voltar a vivê-lo... não sob a sombra do que poderia ter sido, mas sob um sol que queima-e-me-dá-vida: quero voltar a ser eu mesmo, quero fazer fotossíntese.

Isso tudo é um caminho... há de se começar de algum lugar: espero ler tudo isso daqui a algum tempo e pensar: "caraleo, eu passei por tudo isso..."

Rafael mãos de tesoura
entra num casulo
para criar asas

... assim espero

=|

[ps: não vou cortar meus pulsos, estejam certos disso]

sábado, 8 de outubro de 2011

Os ventos do norte não movem moinhos

Assumo os pecados pelas mentiras que jurei. Lanço no espaço este desabafo, este grito.




Oque será que nos resta? =|


[Este post foi feito para ser ouvido de olhos fechados, e não para ser lido]
[para que a música adentre e fique]