terça-feira, 5 de abril de 2011

Da ordem das coisas

Hoje escrevi no meu caderno na aula de probabilidade

PROB II                                                                                   04.05. 2011

É claro, não sem antes fazer um desenho (uma espécie de doodle =)   Só digo isso pq aqui, na lua, as pessoas escrevem os dois primeiros termos trocados (diferente do Brasil). Oque me fez pensar..


"- Caramba...se fosse 4 de maio iam faltar só 6 dias pra ir pra casa"



Isso com aquele ruído de fundo, do professor falando

"blabla bla...martingale... bla bla... stooping time"

e adicione a isso as risadas do professor, que são engraçadas/ esquisitas por si só (aliás, risada é uma coisa que merece um post, pra não dizer um blog..ou um livro!!! ) O assunto é tão relevante que vai virar tese no instituto de pesquisas avançadas da usp hahaha (isso se já não for. Aposto )

Bom, mas isso tudo aconteceu rápido.... e então bateu aquela saudades de todo mundo =|



...mas depois eu comi um candy e fiquei bem.

Já esqueci de vcs =P


ps: a parte do candy é fictícia
ps2: só a parte do candy

terça-feira, 15 de março de 2011

The lost thing

Eu sempre digo, e não vou perder a oportunidade de dizer de novo: existem coisas que estão num outro patamar de comunicação entre os homens- música, arte, desenhos. Eu vou postar esse aqui hoje por que ele é muuuuito, muuuuito bom.

Está em inglês.
Com legendas em francês.
E o tirei de um site húngaro.
Ávido para postá-lo no blog que mantenho, em português,
E que sempre tento atualizar daqui, dos eua.

Mundo pequeno.
Pessoas-universo.
Universais pessoas.

Porque os sentimentos, no fim das contas, são todos parecidos.

Neste filme há algo (não posso falar oque... não insista!! ) que se acha perdido, que não se encontra no mundo. Como muitos de nós, que às vezes pensamos,

" - Que porra de sociedade é essa!! Eu não quero fazer parte disso!"

Mas nossos gritos são ignorados, quando não sufocados.

No filme é bem interessante notar a reação das pessoas, que não vêem essa coisa que eu, de novo, não vou contar oque é ( VEJA O FILME!!!).

Será que "a coisa" tem algo de novo? hummm isso  me faz lembrar de um comentário que alguém fez sobre o novo (tá bom!! Não vou me alongar mto neste ponto!! Prometo!) em que às vezes, a questão não é criar o novo, mas sim percebê-lo.

O filme é bonito. Tem um final bonito e uma cor bonita (tá, parei  =) Mas é bonito %=P ver o quão importante é ir atrás daquilo que nos faz bem: se vc não se encontra, não se acha feliz onde está agora, por que não mudar? Comodismo, preguiça? Talvez vc seja um pequeno monstro que ainda não encontrou o seu país de monstros para morar, ou tavez vc seja um duende que não encontrou um jardim onde tomar sol.

Incrível a quantidade de metáforas que eu vejo nesse filme. Quando o rapaz leva a coisa no achados e perdidos: serão aqueles os sonhos que deixamos pra trás? As setas, todas as setas que tentam indicar um caminho...  dúvidas que temos dentro de nós?

Não sei ainda. Esse filme me deu muito oque pensar na primeira vez que o vi. O final, lá pras últimas frases, retoma um pouco daquilo que eu sempre temo, mas que tenho quase certeza que vai acontecer (acho que já falei disso aqui, ó): a gte envelhece, fica meio bobo - ou mto bobo, não sei ainda - e esquece nossos sonhos. Não sei como isso  não entrou na lista de teoremas provados com rigor aqui no blog.

Não falo de idealismo!

Bom... melhor não me prolongar mto. Vcs já devem estar pra lá de curiosos.

Aproveitem este curta; ele é realmente mto especial.


sábado, 5 de março de 2011

Misunderstandings

É muito estranho vc querer se comunicar com as pessoas em outras línguas e aquela palavra essencial, que iria dar um puta desfecho bonito pra tua frase, não existe no seu vocabulário... aí fodeu tudo: vc tem que começar do zero, ou tentar explicar o que queria dizer. Isso pra não falar nas vezes em que vc fala uma coisa mas as pessoas entendem outra.

Dois eventos que eu me lembro bem (um me foi relatado) são:

  • O dia que eu quis usar a palavra "varinha de condão" e a palavra "condom" [ camisinha] acabou escapando no meio da frase (isso faz tempo..eu estava no Brasil ainda, conversando com um gringo);
  • A esposa de um amigo, qdo chegou em B-twn, foi na casa da vizinha pedir algumas coisas que eles não tinham emprestadas:  "- Do you have a pan? "  [ou "cooking pan" - panela].  A vizinha, depois do esforço todo pra entendê-la, falou um " - Wait a minute!!!" , e voltou com a mão cheia de canetas [pen], de todas as cores.

Ontem eu vi um vídeo do vila sésamo muito engraçado, que me fez lembrar de como eu me sinto qdo tenho que explicar o que eu quero dizer, ou qdo tenho que usar mil palavras para substituir o uso de uma, uma única maldita palavra que eu desconheço.




Achei genial a quebrada no discurso do soldado da rainha: no começo ele é todo formal e pomposo, mas quando ele descobre a confusão que fez ele fica todo sem jeito e muda o palavreado, a forma de conversar...

Enfim, o post de hoje é um post didático =)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Desvios padrões napoleônicos + sonata Kreutzer

Incrível:
todas as vezes que eu trabalho
ouvindo Beethoven
eu me sinto,
estranhamente,
poderoso e inteligente.

Me sinto como Napoleão,
limpando as botas sujas no capacho de sua casa,
depois de retornar de uma batalha.

Então a música acaba e eu volto a me sentir eu mesmo.
Aí eu fico deprimido
(e ponho a música pra tocar de novo =)



ps: o segundo movimento é o mais bonito ( se é que eu posso dizer isso).

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bike project again

Sábado nublado, mas sem neve. Sinal de bons tempos para a região de B-town =)


Felizmente, pela primeira vez em váááários finais de semana, não vou ter que ir consertar minha bicicleta. É claro, vc pode dizer que fui por burrice, por ter furado o pneu duas vezes no mesmo lugar (no meio da ladeira que chega à minha casa).... enfim, sábado tranquilo, regado a um bom café.

Na verdade eu só queria escrever hoje pra falar de como eu me sinto enquanto estou lá, desmontando pra tentar montar de novo a minah bicicleta, oque é uma história sem precedente na minha vida. Minha mãe sempre falava que, no que eu colocava a mão, eu destruía: bonecos do aqua-man, o aparelho de vinil, o rádio, minha gaita.... Não sei como a tv de casa sobreviveu àquela queda


[eu estava tentando abrir a tv por acreditar que, dentro dela haviam vááários bonecos, 
que eram os bonecos que apareciam nos desenhos.
 Minha mãe me pegou no pulo do gato com uma chave de fenda na mão.... 
no desespero, a tv caiu no meu pé. 
Pelo menos o pé machucado impediu minha mãe de me dar uma bronca maior hahaha ]

De qqr forma, no bike project as coisas não são lá tão diferentes. Soma-se a isso  aquela trilha sonora, que sempre me faz lembrar daquele filme, "deliverance", do qual eu só assisti metade ( mto forte o filme). Esta cena do começo é muito bonita.




E pra vcs verem em que isso me faz lembrar as minhas manhãs de sábado com as mãos sujas de graxa, eu gravei um vídeo (ééé...acredite)... no qual essas mesmas sujas mãos são personagem principal

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Microcosmo, macrocosmo ( e infância revisitada)

Incrível na infância a gente inventar um próprio mundo, que alimente e sustente as mais absurdas coisas em que acreditamos.


Eu acho que já contei uma história aqui sobre como eu era uma criança meio-mto ingênua (nesse post, ó) Acabou que eu assisti esse filminho hoje e pensei nisso: vendo a cara de surpresa e desespero da menina, que anda com cautela perto da avó "brava" ( possivelmente); menina que parece descobrir um mundo novo, sob novas lentes; e que foge do irmão que lhe priva de algo que ela gosta.


O engraçado é que os adultos parecem sempre ignorar o que acontece no mundo de uma criança por estarem lidando com qualquer outra coisa, mto mto mais importante. Acho que  o Rilke fala disso no "cartas para um jovem poeta"


[pérai, vou achar ]
[folheia]
[folheia]
[busca no google]
[merda de google]

 numa parte em que ele diz


[atenção!!! Rilke foi feito para ser lido em voz alta!!! Para você poder sentir quão fraca a sua voz é diante de todo o barulho do mundo à sua volta; pra vc ler e, a cada pausa pra respirar, sentir o seu coração batendo, acompanhando o ritmo das palavras]
[... como música]


"
[...]
Ser solitário como se era quando criança, quando os adultos passavam pra lá e pra cá, envolvidos com coisas que pareciam importantes e grandiosas, porque esses adultos davam a impressão de estarem tão ocupados e porque a criança não entendia nada de seus afazeres.


E um dia, ao percebermos que suas ocupações são mesquinhas, que suas profissões são enrijecidas e não estão mais ligadas à vida, por que não olhar para eles como uma criança que observa algo de estranho, a partir da profundeza do próprio mundo, da própria solidão, que é ela mesma um trabalho, um cargo e uma profissão?
[...]
"

Acho que vcs vão curtir





No entanto a parte mais bonita vem na sequência, quando ele acrescenta:

"
[...]
Pense, meu caro, no mundo que o senhor leva dentro de si, então dê a esse pensamento o nome que quiser; pode ser lembrança da própria infância ou anseio do próprio futuro - apenas preste atenção no que surge a partir de dentro e eleve-o acima de tudo o que o senhor percebe em torno.
[...]
"

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Simetria

Toda vez que a semana começa eu penso:

"Será que vou sobreviver até sexta?"

Mas quando chega quarta minha percepção muda um pouco...
...e eu já tenho mais esperança.

Talvez por que quarta seja o meio-meio da semana...de onde tudo é simétrico: 3 pra lá, 3 pra cá. Como uma valsa meio estranha (mto estranha!), de onde tudo o que está à direita é passado, tudo o que está à esquerda é futuro, e os dois parecem ter o mesmo peso...

... de qqr forma, dançar valsa deve ser um porre.

Nada como uma boa manhã com cheiro de sábado
"
CONDITIONS: Fair
TEMPERATURE: 42.0 F (5.6 C)
HUMIDITY: 
60 %=)  "

Estou me sentindo em Ipanema (5.6 C!!! ) \o/ \o/

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

4'33''

Nããããoooo!!!! Vocês estenderam tudo errado!!! Não se trata de um número cabalístico, profecias estranhas , mirabolantes, número da loto que vem no biscoito chinês, tamanho do meu tênis na numeração de Madagascar.

Nada disso!


Trata-se de uma música que o John Cage fez há muuuuuitos e muitos anos, em que se toca o silêncio. Claro, oque esse fdp do Rafael quer dizer com tocar o silêncio? Ninguém toca o silêncio, envaza ele e o vende (talvez nos eua eles já façam isso...vende-se de tudo por aqui). O que ele fez foi escrever uma partitura - sim, existe partitur apra isso, em que se toca uma música sem se emitir uma única nota. Tá, minha última frase soa contraditória, por que, de fato, se toca algo: o silêncio. Mas tudo bem, não vou entrar no mérito da questão. O lance é que me lembrei disso quando li um post no blog de uma amiga que, claramente, me lembrou dessa peça.

Aí - olha que sortudo eu - achei uma versão dela feita com bonecos de meia!!! Muito boa, acho que vocês vão adorar =)




Evidentemente, como este blog está comprometido com as classes mais aristocráticas e conservadoras da sociedade, devo postar também a versão pra orquestra (mas a versão acima é muito mais legal =)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Elegia







Vem, Dama, vem que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
O que ele guarda quieto, tão de perto.
O corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o Céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu Anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.
     Deixa que minha mão errante adentre.
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
Minha América! Minha terra a vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha Mina preciosa, meu império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
Onde cai minha mão, meu selo gravo.
     Nudez total! Todo o prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
O olho do tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente

A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-
Te: atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
     Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.



John Donne (trad. Augusto de Campos & Péricles Cavalcanti)


Pr'os dias de calor
pr'as noites de inverno 

=)