Foi num sonho. Uma moça com a qual saía enquanto no Brasil, há muitos e muitos anos.
Conversávamos como se estivéssemos de saída, como se passássemos muito tempo próximos (emocionalmente). Confortáveis um com o outro, diria.
Conversávamos como se estivéssemos de saída, como se passássemos muito tempo próximos (emocionalmente). Confortáveis um com o outro, diria.
Íntimos. Ou quase isso, como vocês verão em breve ;)
Ela me descrevia oque trouxera pr'aquela viagem, oque queria fazer, com a casualidade de encontros múltiplos que só o universo dos sonhos nos permite (dados tantos milhares de quilômetros de distância). "Trouxe o vestido...." e por aí vai..
A conversa se estende, e vai para o banheiro, onde eu estou escovando os dentes e ela falando comigo. Aí, no auge da conversa-intimidade, ela se senta e faz xixi.
Isso. Como se não houvesse amanhã ou barreiras entre nós.
No sonho, oque mais me deixou surpreso, foi a súbita sensação de estranheza daquela cena. Me senti como no "eyes wide shut", do Kubrick, logo no comecinho.
Eyes Wide Shut, by Stanley Kubrick (1999)
Opening scene (with Nicole Kidman & Tom Cruise)
O mais curioso foi, dentro do sonho, ter essa percepção da camada de intimidade - meio não desejada, mas ainda assim intimidade - que aquilo implicava.
Há uma cena parecida num outro lugar, um livro do Garcia Marques (o Amor nos tempos do cólera, acho): a esposa está passando mal, aí o marido a ajuda a vomitar e tudo o mais. Aí, ele também meio bêbado, se levanta cansado depois de acolhê-la, e agora ele vai e faz xixi na frente dela. Acho que nunca havia me dado conta da estranheza da cena. Se não me engano a cena é narrada sob o ponto de vista dela, que relata a força com a qual ele urina, a masculinidade daquele barulho, daquela brutalidade....
....vai ver só "acordei" pra esse detalhe enquanto dormia, ao sonhar.
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