quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Direto da Terra do Sol Nascente #107: they love me (ou "lá, e de volta outra vez")

 S me quer. 

Ouvi ontem. Como um poeminha enviado anonimamente por terceiros, como uma declaração não avexada de desejo, me disseram oque poderiam me oferecer. Me senti como num estranho date, onde o outro lado recita seus atributos:

"cintura 82, coxas... gosto de cafuné mais pela manhã, antes do café.."

uma série de coisas das quais pouco havia ouvido falar. Vai ver sair da academia é isso... outra coisa mesmo.

Foi bom, e estranho.Talvez o estranho esteja mais envolvido com um possível regresso ao Brasil, este que, como eu, também regressa a algum lugar: a idade da pedra e do homem selvagem. Olho as notícias políticas, vejo a barbárie que não vem das ruas, mas sim dos políticos... mas também contrasto isso com outros casos. Não é verdade que há poucos meses atrás os EUA não andavam pela mesma corda bamba? É.... mas naquele caso eu fugi de lá, evitei, desconversei quando me falavam de vagas de emprego... 

... e então, porque o Brasil?

Bem... acho que há uma comunhão de fatores que me levariam a isso. Do ponto de vista profissional talvez seja uma estratégia "sub-optimal" que pode sair pela culatra caso eu me assente em conforto, embora no médio e curto prazo talvez me seja bom. Do ponto de vista financeiro também, algo a ser ponderado com cuidado. Do ponto de vista pessoal acho que seria ótimo viver essa transição perto de família, sobrinho, sereias tropicais, carnaval-inexistente-pandêmico, amigos.. toda uma rede social com tramas de calor humano, carinho, amor e conforto.

Fácil contrastar tudo isso? Não, de forma alguma. Mas enfim, ao que parece minha vida já teve diversas dessas situações de "vai-não-vai": no final da graduação, comecei um mestrado em São Paulo pra descobrir que fora aceito no Rio (pra onde me mudei); no Rio, comecei um doutorado pra descobrir que fora aceito num programa nos EUA (pra onde me mudei); nos EUA, me vi numa outra encruzilhada ao pesar um regresso aos Brasil ou continuar nos EUA mais um pouco (onde fiquei). Agora, por aqui e por agora, me divido entre aceitar, ficar, e esperar oque A tem a dizer. E se A disser não (provável, em vista da minha última "performance"): fico mais por aqui, só mais um pouquinho?

Aguardem as cenas dos próximos capítulos.


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