Enquanto estivermos sobre essa terra, incorreremos em erros. Em enganos. Machucaremos os outros.
É muito difícil no entanto, quando você é a parte que sai ferida na estória. Mais ainda, quando a dor que te causaram lhe foi afligida de maneira intencional. Nessas horas a gente se pergunta: por que? Será que mereci, será que fiz algo de errado?
Recentemente algo do tipo aconteceu comigo, sendo eu a parte "açoitada" sem compreender porque. A conclusão que cheguei, depois de não ver razão alguma pro acontecido, é: não me cabe entender os porquês de algumas pessoas, mas sim tomar decisões que me protejam. E, no caso, minha decisão foi a de não guardar mágoa ou rancor, perdoar oque tiver que ser perdoado, mas me manter distante.
Talvez seja melhor assim. Talvez não: será melhor assim!
De alguma maneira, essa estória me lembrou de uma animação do Koji Yamamura.
[Koji Yamamura - The Old Crocodile (2005)]
Nela, por sua natureza, o crocodilo vai "matando" aqueles que estão perto dele, e não se dá conta do mesmo. No fim das contas, o crocodilo acaba como um deus de uma tribo. Quando assisti esse vídeo pela primeira vez eu me perguntei o porque desse final: seria a sociedade nos louvando pelo nosso egoísmo, pela nossa capacidade de nos desvincularmos, de nos alimentarmos a custa do sofrimento alheio? Seria isso uma ode ao nosso egocentrismo, onde não importa a dor que causamos aos outros: estarmos bem (no caso, nutridos) está acima de tudo e de todos?
Não sei. Só sei que minha interação acabou na triste decisão de, ao menos por agora, querer me afastar. Mas o que me deixa triste nessa situação não é dor nem nada (isso passa): me dói ver que a história em conjunto (com o agressor(a)) fica maculada. E talvez seja um pouco oque pessoas que vivem relacionamentos abusivos sintam: como olhar pra tras? Com que cores pintar as memórias, mesmos as boas? Como uma memória atual pode borra ruma foto antiga?
Sim, a pior parte de ser agredido por alguém que se ama ou ja foi parte da sua vida é você não saber muito bem como processar oque já passou com aquela pessoa. "Será mesmo que aqueles picnics foram bons? Será que o outro lado também estava gostando? Será qeu havia mesmo respeito?... " Você não sabe... ou fica na dúvida, se equilibrando numa tênue e trêmula linha de certeza....
Mas sabe... todos nós cometemos erros, e não são eles que nos definem como pessoas. Eu já cometi os meus, e vou continuar os cometendo aos montes. Mas, acima de tudo, me permito errar porque também me permito admitir erros e me desculpar quando sinto que me enganei, que agredi, ou que machuquei. Meu orgulho, minha vontade de estar correto, nunca-em-momento-algum se encontra acima de qualquer outra pessoa: quando sinto que errei não hesito em pedir desculpas.
Talvez seja isso que distingua as pessoas uma das outras: a maneira que elas escolhem se relacionar com outras é um pouco a maneira que elas escolhem crescer (ou não crescer, que também é possível).
[Bom, essa é a reflexão da semana:]
[tá tudo corrido por aqui porque as entrevistas de emprego]
[acreditem ou não]
[estão chegando e chegando =)]
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