Errar talvez seja a forma mais simples e fácil de se desumanizar. De esquecer de se ouvir. De parar de se acolher. De se confundir, perder-se.
Essa semana, depois de me esforçar ao máximo pra me livrar de uma revisão de um projeto (que submeti novamente na última sexta-feira), acordo no meio da noite do domingo pra segunda num estalo
"Pqp, aquela desiguldade no artigo estava errada!"
A partir daí não deu outra: não dormi. O cérebro, que inconscientemente deve ter ficado remoendo desigualdades e inequações durante o final de semana inteiro, não quis mais parar.
E sim, havia um erro.
Fui invadido por uma mistura de coisas: vergonha em ter submetido algo errado, angústia de ter que esperar mais ainda pra que o artigo fosse publicado..e uma seção looonga de autoflagelamento; eu achando que tudo corrobora com minhas crenças de que não faço bem oque devo etc etc.
Somos finitos. E curioso: somos vaidade, fruto dos nossos medos. Perfeccionistas, em maior ou menor grau. Mas incrivelmente, oque somos não se mede pelo que ansiamos, pelos troféus que carregamos nas costas, mas como nos portamos depois de quedas e tropeços. Profissionalismo é a maneira como lidamos com nossos tropeços no palco e como conseguímos integrá-los à cena de maneira sutil, quase despercebida aos olhos do público; não é mensurável pela perfeição que almejamos, inalcançável, impossívelmente distante.
Mais que ganhar, aprender a perder e errar. E transformar essa "matéria escura" em instrumento de transformação.
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