domingo, 13 de novembro de 2011

Da estrutura das revoluções - sobre o novo de novo =P



" Se me perguntassem qual foi a maior façanha de Cristóvão Colombo ao descobrir a América, minha resposta não seria que ele se beneficiou da forma esférica da Terra para chegar às Índias pela rota ocidental (essa idéia ocorrera a outros antes dele), nem que preparou sua expedição meticulosamente e equipou seus navios com extrema perícia (também isso, outros poderiam ter feito igualmente bem). Seu feito mais notável, foi a decisão de sair das regiões  conhecidas do mundo e navegar para o Ocidente, até muito além do ponto a partir do qual seus suprimentos poderiam levá-lo de volta pra casa.
Também na ciência, é impossível abrir novos campos se não se estiver disposto a deixar o ancoradouro seguro da doutrina aceita e enfrentar o perigo de um arriscado salto à frente em direção ao vazio.
[...]
Em geral, o progresso na ciência não exige mais do que a absorção de idéias - e esse é um chamado que a maioria dos cientistas se compraz em atender. Entretando, quando se trata de enveredar por novos territórios, a própria estrutura do pensamento científico ( e não apenas seu conteúdo ) pode ter que se alterar, para que seja possível entender o novo."

Weiner Heisenberg  - A parte e o todo, capítulo 6   
"Explorando o novo campo,  1926-1927"



Tropecei no trecho acima num livro do Heisenberg, A parte e o todo - muito bom, recomendo - no qual ele versa sobre a ciência, descobertas, a estrutura que há por traz dessas revoluções científicas (se é que há alguma ). O perigo da viagem... acho que nisso a gente raramente pensa quando se depara com esta parte da história.

[Esse post estava na pasta de rascunhos há tempos, só que eu não via muito o pq de postá-lo. ]
[Digamos que eu o esteja compartilhando com vocês =)  ]
[Na verdade, era pra ter sido postado junto com aquela "série" sobre o novo que eu fiz há tempos...]
[... que você podem ver aqui, e aqui, ó ]

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