Ainda sinto que estou me debatendo diante de tanta coisa que me cerca: um tanto preso no passado, insatisfeito com o presente, e assustado diante do futuro; não é uma boa combinação, não é? No entanto, mesmo entre os amigos que finalmente "hit the jackpot" vejo que não há unanimidades, não há certezas, não há muito: só há caminhos, que as pessoas seguem aos tropeços e/ou pequenos passos. A grande verdade é que no fundo ninguém faz bem idéia de como as coisas procedem, porque viver, crescer e se profissionalizar é uma grande incógnita, e ninguém faz idéia da maneira correta de se seguir adiante.
Isso me remete a um conto indiano:
Acho que esse conto pode ser visto de diversas formas. Por mais que oque eu vá dizer destoe um pouco da moral da estória (se é que havia alguma), lembrei dele por achar que profissões são um pouco como esse elefante (os que a exercecem são os cegos, tateando): por mais que tenha uma forma, não é a mesma pra todas as pessoas. E o elefante, se abstrairmos um bom bocado, é realmente tudo aquilo ao mesmo tempo: uma parede, um ventilador, uma corda etc.
Permitir que essa mudança de marcha ocorra é realmente a coisa mais brusca que me ocorreu nesses últimos anos (mais do que vir pro Japão até) e a vejo como um grande sinal de que a rigidez com a qual via oque faço - no que tange à progressão "faculdade, mestrado, doutorado, pós-doc, tenure track..." - pôde sim ser quebrada por uma boa causa. Por que, no fundo, crescer e se permitir crescer é de certa maneira mudar e se permitir mudar.
Enfim... é isso por hoje. De tão cansado nem nadei hoje; mais parece que um elefante sentou em cima de mim de tão quebrado que estou :P Termino a noite em descanso.
"A group of blind men heard that a strange animal, called an elephant, had been brought to the town, but none of them were aware of its shape and form. Out of curiosity, they said: "We must inspect and know it by touch, of which we are capable". So, they sought it out, and when they found it they groped about it. In the case of the first person, whose hand landed on the trunk, said "This being is like a thick snake". For another one whose hand reached its ear, it seemed like a kind of fan. As for another person, whose hand was upon its leg, said, the elephant is a pillar like a tree-trunk. The blind man who placed his hand upon its side said the elephant, "is a wall". Another who felt its tail, described it as a rope. The last felt its tusk, stating the elephant is that which is hard, smooth and like a spear."
[de Blind men and an elephant, Indian parable]
oque, não sabia, também ganhou um poema:
[que com certeza mereceria um belo desenho]
[pro qual não tenho tempo agora, infelizmente]
[que com certeza mereceria um belo desenho]
[pro qual não tenho tempo agora, infelizmente]
THE BLIND MEN AND THE ELEPHANT - A HINDOO FABLE.
I.
It was six men of Indostan
To learning much inclined,
Who went to see the Elephant
(Though all of them were blind),
That each by observation
Might satisfy his mind.
II.
The First approached the Elephant,
And happening to fall
Against his broad and sturdy side,
At once began to bawl:
"God bless me!—but the Elephant
Is very like a wall!"
III.
The Second, feeling of the tusk,
Cried: "Ho!—what have we here
So very round and smooth and sharp?
To me 't is mighty clear
This wonder of an Elephant
Is very like a spear!"
IV.
The Third approached the animal,
And happening to take
The squirming trunk within his hands,
Thus boldly up and spake:
"I see," quoth he, "the Elephant
Is very like a snake!"
V.
The Fourth reached out his eager hand,
And felt about the knee.
"What most this wondrous beast is like
Is mighty plain," quoth he;
"'T is clear enough the Elephant
Is very like a tree!"
VI.
The Fifth, who chanced to touch the ear,
Said: "E'en the blindest man
Can tell what this resembles most;
Deny the fact who can,
This marvel of an Elephant
Is very like a fan!"
VII.
The Sixth no sooner had begun
About the beast to grope,
Than, seizing on the swinging tail
That fell within his scope,
"I see," quoth he, "the Elephant
Is very like a rope!"
VIII.
And so these men of Indostan
Disputed loud and long,
Each in his own opinion
Exceeding stiff and strong,
Though each was partly in the right,
And all were in the wrong!
MORAL.
So, oft in theologic wars
The disputants, I ween,
Rail on in utter ignorance
Of what each other mean,
And prate about an Elephant
Not one of them has seen!
[de "The poems of John Godfrey Saxe", Wikipedia]
Acho que esse conto pode ser visto de diversas formas. Por mais que oque eu vá dizer destoe um pouco da moral da estória (se é que havia alguma), lembrei dele por achar que profissões são um pouco como esse elefante (os que a exercecem são os cegos, tateando): por mais que tenha uma forma, não é a mesma pra todas as pessoas. E o elefante, se abstrairmos um bom bocado, é realmente tudo aquilo ao mesmo tempo: uma parede, um ventilador, uma corda etc.
Permitir que essa mudança de marcha ocorra é realmente a coisa mais brusca que me ocorreu nesses últimos anos (mais do que vir pro Japão até) e a vejo como um grande sinal de que a rigidez com a qual via oque faço - no que tange à progressão "faculdade, mestrado, doutorado, pós-doc, tenure track..." - pôde sim ser quebrada por uma boa causa. Por que, no fundo, crescer e se permitir crescer é de certa maneira mudar e se permitir mudar.
Enfim... é isso por hoje. De tão cansado nem nadei hoje; mais parece que um elefante sentou em cima de mim de tão quebrado que estou :P Termino a noite em descanso.
Um comentário:
O título me veio de Bob Dylan, "like a rolling stone".
https://www.youtube.com/watch?v=IwOfCgkyEj0
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