"-Tá vêno aquela barraquinha ali? Tá vêno?"
Entro no carro, e já nos 10 primeiros metros, ali na curva que liga o aeroporto Santos Dummont à zona sula, o motorista já me diz isso, na maior intimidade do mundo.
"...Tá vêno?"
"⁻Sim, tô vendo."
"-Então... ali tá rolano u' chá de bebê de uma moça da cooperativa... gente bôa. Tá toooodo mundo lá: comêno, levânuns presentes... uma festa."
"-Ahhh legal" -disse eu, meio sem saber o rumo que a conversa tomava.
"-'tra coisa legal tamém é qui o pai é tamém da cooperativa. Trabalha todo muno juntu"
"-Ahh que coincidência"... acrescentei
"-É sim, bastante, né? Só que vou te contar um detalhe: o cara... ele é casado! E a esposa dele é púlicia civil. Já imaginou o B.O.? Amigo, eu num quero nem estar perto quando isso acontecer. Vou te levar ali e na volta comprar um presentinho...assim, um pacote-de-fralda ou algo assim, mas é só: vou é sair de perto. O pessoal fica co'essas fotinhos em redes sociais, instagram...daqui a poco essa mulher descobre ...mêrmããão.... vai ter tiro pra tudo que é lado."
[Taxista abre a boca a caminho do Catete]
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