"Here am I floating 'round my tin can, far above the moon. Planet Earth is blue, and there's nothing I can do."
Esse versinho pode até soar meio bobo. Mas acho que tem que ser "ouvido" como parte do todo nessa música, que eu não conhecia até recentemente. A letra é uma estória, que começa com o lançamento de um foguete ao espaço e vai desde os preparativos para seu lançamento.
Somos oniscientes, tudo vendo/ouvindo de longe.
A base, o "ground control", se comunica com o Major Tom, pede para que este cheque os últimos detalhes, suas pílulas etc. No decorrer da viagem, o astronauta percebe que há algo de errado, começa a flutuar de maneira estranha, as estrelas lhe parecem estranhas. Pede então pra base avisar à esposa que a ama... a base responde em desespero dizendo que a esposa sabe. Embebidos em café e angústia, a base pede por esclarecimentos e mais coordenadas...até que não há mais contato com o foguete.
Oque eu gosto dessa música é o fato dela ser cantada por uma só pessoa, e o contexto do "quem fala oque" ficar pro ouvinte.
Aí ficam flutuando no espaço, como ondas intergaláticas as palavras da base de controle:
"-Can you hear me, Major Tom?"
"-Major Tom, você me ouve?"
E a mensagem parece não chegar a lugar algum. Nós, ouvindo a música, parecemos testemunhas em primeira mão desse homem fora de órbita que hoje não vai voltar pra ver a esposa, para seus pais, para seus semelhantes, filhos (ou sobrinho!).
Em contexto, essa música me soa particularmente interessante nesses dias de Japão onde tenho me sentido bem away, desconectado do "ground control" que são família, amigos e, até há pouco, namorada. Um momento em que me sinto flutuando no espaço, perdido, desconectado, me perguntando se minha nave sabe em que direção deve seguir.
"-Can you hear me, Raffaello?.... Can you hear me, Raffaello?"
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