segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O flamingo e o coelho

Ao olhar pra baixo já se podia perceber: os rios estavam todos congelados. Ele voava, voava e voava... talvez com mais intensidade por querer se afastar daquilo, que mais lhe pareciam artérias coaguladas.

 " -Embora rios congelados não morram... ou seria como morrer e desmorrer logo mais?", disse em voz alta.

O coelho pensava/refletia enquanto voava. Suas asas recém adquiridas podiam lhe levar longe e lhe fazer voar alto. De qualquer maneira, depois de tanta distância, achou melhor se quedar no alto de uma montanha para um breve descanso.

[Barulho de pouso de coelho]
[Como os coelhos em geral não voam e não têm asas, imagine um ser bem estabanado tentando pousar]


O coelho pousa e se senta ao pé de uma árvore. Ouve um barulho ao longe de algo que caminha em sua direção. 


[Um flamingo...]
[ ... um flamingo vermelho, muito vermelho]


"
- Quem diria que te encontraria por aqui - disse o coelho."

"
- Não é?" - disse o flamingo. "- E vejo que agora você também tem asas!!"


[Risos]

[Os dois se abraçam, como velhos amigos que parecem ser]

"
- Péraí..." - diz o coelho


[O coelho cospe nos pés do flamingo]
[O flamingo, ri desenfradamente]
[Passam-se alguns longos segundos-quase minuto  - em pleno riso]


"
- Ai ai...pelo visto você não mudou nada. Bem sabe que o seu cuspe me queima a pele."

" Ihhh é... me desculpe, " diz o coelho.

" - Que é isso, Eu até gosto. Soubesse eu cuspir sairia cuspindo em todo mundo que vejo lá embaixo enquanto vôo."


[Os dois riem novamente]
[...como antes, por alguns bons segundos-quase-minuto(s)]


"-Entããão... até mais!! ...", diz o coelho

"-Inté", diz o flamingo

O coelho sai em vôo - estabanadamente, como quando do pouso - enquanto o flamingo o observa de longe até que ele suma de sua vista. O flamingo s
uspira... olha os arredores, olha pra copa das árvores e todos os seus verdes ... olha o céu azul com suas poucas nuvens... e diz em voz alta: 

"- Acho que vou à pé" 

E segue andando calmamente por uma trilha no meio da mata.



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