Uma mini bíblia..nao, menos, uma nano biblia, pq era menor do que uma biblia. Como só havia aquilo na mesa, eu dei um chega pra lá no livretinho e abri um outro livro sagrado (de matemática, claro =).
As horas foram passando, eu terminando a prova que tinha que fazer (prova pra casa... ninguém merece. É uma agonia que vai pra cama contigo... ) e ninguém voltava pra buscar a biblia.
[Eu sai]
[comi umas castanhas]
[voltei]
[pensei na ultima questao (que nao sabia como resolver)]
[ eureka... achei como resolver]
[sai de novo (desta vez pra jogar a prova por debaixo da porta do professor)]
[voltei e a pobre bibliazinha estava lah]
Aí nao teve como: coloquei ela na mochila e pensei
" - Se algum cristão ver isso eu vou ser apedrejado " rsrsrs
Voltei pra casa com o fruto do meu furto (furta do meu fruto qeu eu te dou um bj!!! Parece nome de bloco de carnaval = P... se eh que posso chamar assim). Na verdade, nao faço ideia se foi puro acaso ou se alguém reparou neste meu hábito de sentar sempre no mesmo lugar deixou a bíblia lá, imaginando algo como um
" Hey... I guess this boy needs a bible.."
Bom, se foi isso, foi meio mal feito, porque a pessoa podia muito bem ter deixado uma bala, um twix junto, um CANDY!! Eles adoram isso!!! (terra de homer simpson! =) , aí sim eu poderia pensar em comecar a acreditar em algo (seria um escambo espiritual - coitado dos nossos indios, mal sabiam o péssimo negócio que estavam fechando).
Bom, voltei pra casa e pensei em postar no blog. Dia chuvoso, parecendo São Paulo: chuva leve e vento desfolhante - preciso colocar uma foto por aqui. Passei no mercado chinês da rua 10 pra comprar uns cogumelos e fazer uma sopa. Na hora de pagar a senhora no caixa viu a biblia na minha sacola e começou a me sacanear, com um
"-Do you read the bible!!!???" - seguido de um sorriso nonsense.
Achei mta filhadaputice, mas...enfim (palavra que não ouvia há tempos rsrs...saudades do português, lingua pátria desalmada).. mandei a chinesa as favas e vim embora pra casa pra contar isso pra vcs.
No caminho/longa jornada de subida da colina, eu lembrei de uma vez em que eu roubei uma parada na escola. Na verdade, minha infância foi marcada por alguns pequenos delitos: eu era uma criança mto furtante. Acho que até os 7 anos eu era mto assim. Depois eu mudei (sabe-se lá pq.. vai ver depois que meus pais se separaram...quem sabe?). Bom, só sei que eu tinha essa história num email que eu mandei pruma ex namorada de tempos passados, muuuuito remoto (2005, acho). Garimpei garimpei e encontrei. E meio complicado falar de tais coisas em público, por que as pessoas no geral te consideram um produto pronto, como se vc tivesse chegado naquele estágio da sua vida sem nunca ter ido a escola, sem nunca ter corrido na chuva, sem nunca ter feito uma prova de geografia, sem nunca nada. E talvez o mais importante de tudo seja ver como a sociedade molda seus integrantes, como nossa sociedade (a família tbm, vai) é responsável pelo que somos. Algo que é bom e ruim... ainda mais numa sociedade tão permissiva, sem pé nem cabeça como o Brasil (que o diga aqui, a terra do tio sam ). Ok, a história é a seguinte:
"Rafael de Araújo, numero # na chamada, individuo meliante que sentava no fim da sala da segunda série B. Vivíamos no começo da década de 90, um ano após o impeachement do Collor: os colégios compravam os materiais das crianças e os pais se descabelavam pagando, cheios de raiva. Calculava-se a quantidade que cada aluno deveria receber e mesmo assim sobrava um monte de caixas...como foi o caso dos lápis nº2-faber castell, daqueles pretinhos - no colégo Dominus Vivendi. Na falta de estoque, deixaram umas caixas no fundo da sala. Percebi logo o fato e, metido a desenhista que era, via neles minha glória: imaginava quantas tardes felizes cheias de lápis poderia passar... desenhando.
Era isso: roubaria os lápis !!
Tomei a medida quando ninguém via e, mesmo assim, meu coração bateu rápido. Cheguei em casa e, não sabendo o que fazer com a prova de meu crime, decidi-me: levá-la-ia comigo para todos os cantos. Na minha condição de criança, adorava o pote das batatinhas PRINGLES (se é que é assim que se escreve). Peguei um daqueles vazio e fiz de cúmplice um moço mexicano sorridente, que sorria se fazendo de desentendido, tal como eu deveria me comportar dali por diante. Por ser uma criança que não andava, corria, e, não sendo certo falar que corria, mas pulava, os lápis da caixinha pulavam comigo. Numa manhã minha mãe desconfiou do por que eu andava com o potinho o tempo todo, com ele fazendo barulho.
Sim: meu crime havia sido descoberto.
Debaixo de lágrimas , entreguei a embalagem de papelão revestido com um papel de aparência metálica. Cinza. No dia seguinte fui ter uma conversa com o diretor da escola e devolver a minha arca de ouro. Chorei ao fazer isso; mas não por perder o tesouro que estava em minhas mãos ou por perder as tardes maravilhosas que dele poderia desfrutar, e sim por aquela batida cardíaca rápida que assolou minha alma quando meus olhos cobiçosos brilharam por algo que não era meu.
Vou indo...dar uma lida na minha bíblia roubada hahaha =P
ps: o mais engraçado é a contracapa - há um texto dizendo
" Confessing to god that I am a sinner, and believing that the lord jesus christ died for my sins on the corss and was raised for my justification.... bla bla bla "
" NAME _____________________________________________________________
DATE _____________________________________________________________ "
hahah que diferença faz eu assinar e datar? É um contrato isso? Tem garantia? Pode-se pedir o dinheiro (o do dízimo) de volta? =)
Vou indo...dar uma lida na minha bíblia roubada hahaha =P
ps: o mais engraçado é a contracapa - há um texto dizendo
" Confessing to god that I am a sinner, and believing that the lord jesus christ died for my sins on the corss and was raised for my justification.... bla bla bla "
.... aí termina com um
" NAME _____________________________________________________________
DATE _____________________________________________________________ "
hahah que diferença faz eu assinar e datar? É um contrato isso? Tem garantia? Pode-se pedir o dinheiro (o do dízimo) de volta? =)
4 comentários:
Rafa,
En el impa siempre me preguntaba por qué tenías en la cartuchera TANTOS lápices... Ahora entiendo :p
Beso!
O melhor de todo o post são as "tags"!
Saudades, mané!
Pães de queijo.
hahahaha Ei, Ana!
Isto nao eh verdade! No maximo meu estojo era cheio de canetas velhas!!
Mantenha o respeito, viu? Sou um homem de bem agora =P
besos =)
po, babi!
Me esforco pra fazer um post decente e vc vem elogiar as tags?
Caramba, que inversao de valores!!! hahaha =)
Saudades tbm,
geleia de amora (daquelas organicas )
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