domingo, 26 de julho de 2015

Yard sale + "black birds"




[Bobby McFerrin, Blackbird, dos Beatles, regravado no incrível álbum dele, The Voice]



Ontem rolou um yard sale. Fim da linha quase!!! Espalhei a história de que estava indo pro Pólo Norte. Várias pessoas passaram meio curiosas, perguntando, querendo saber da história. Desenhei um pássaro viajante (na verdade era pra ser um pinguim viajante, mas meus dons artísticos são um tanto falhos). 






Aí fiz um outro com uma família de pássaros indo viajar. A idéia era ter um pequeno pássaro com um chapéu do Mickey (pra contrastar com o pássaro pai com o chapéu de panamá). No fim deu nisso.




Foi curioso ver que, mesmo as tarefas mais estúpidas a serem feitas em dupla ou grupo (como prender um cartaz num poste), se tornam um "big deal" quando encaradas sozinho. Sem falar na coragem em acordar de manhã, fazer algo que só conhecia na teoria. A fábula toda ficou muito mais como um desafio pessoal do que qualquer coisa: o objetivo de dar fim nas coisas em detrimento do lucro foi alcançado e algumas pessoas farão proveito de coisas que antes ou iriam pro lixo ou pra doação. 


Mas foi um desafio bom... me sentir desafiado, tentando levar a coisa toda numa brincadeira, fazendo piada daquilo que estava sendo um parto, tentando relaxar e me soltar ao máximo diante do que posso criar com minhas próprias mãos... idéias.. ter idéias e dar vazão a elas. Uma tarefa a menos agora... mini apple em breve =)





sábado, 25 de julho de 2015

Carnivoris danishiusmanholeous

Carnivoris danishiusmanholeous: discovered in the early XXI century by the Brazilian explorer Raffaello Monterius (1984- ), this fine specimen was first found hidden in the asphalt of a calm Copenhagen street (Denmark) while it tried to bite defenseless tourists in the surrounds of the Danish Royal family castle. According to specialists in urban jungle fauna/flora of the University of Danish Columbia, there were strong evidences that the plant/animal was running away from the Royal family garden across the street; the spokesman of the king and queen vehemently denied all the assertions of this kind. Later on, the king himself contested the discovery while other members of the Amalienbourg palace supported the theory that Raffaello had brought the animal from Brazil; the explorer was never found to confirm these assertions.



[Meu primeiro "graffiti"]
[Feito durante visita a Copenhagen no começo de Julho de 2015, perto do palácio de Amalienborg]
[Fiz morrendo de medo de ser pego pela guarda do palácio]
Não ficou tão bom quanto eu gostaria. O bueiro original foi avistado durante um passeio de bicicleta, o quel eu tive que interrromper pra tirar uma foto desse monstro que havia avistado =) ]
[Sinto-me feliz de ter sobrevivido para relatar a história a vocês, leitores ]

[O bueiro original tinha alguns remendos de asfalto ao redor. Na hora 
avistei oque era o tão misterioso bixo/planta (foto abaixo)]



quarta-feira, 22 de julho de 2015

Things in life: o sonho de Rafaello/the dream of Akinosuke


    [Dennis Brown - things in life]

Acordei essa manhã bem cedo... e continuei com sono. Continuei dormindo e tive um sonho: sonhei que me olhava no espelho e que havia algo entre meus dentes (achei que estivesse sujo). Aí tentei tirar e... quando vejo é uma borboleta. Me esforço e esforço para tirá-la da minha boca mas ela lá fica. Até que, surpreso, a deixo de lado e a observo.

Acordei logo na sequência pensando sobre o assunto e procurando desesperadamente no google oque um sonho do tipo poderia significar. Na grande maioria dos sites diz que borboletas são associadas a momentos de transição... me lembrei do personagem de cem anos de solidão que, pra onde quer que fosse, um bando de borboletas ficam ao seu redor (pro ódio de quem ia ao cinema com ele por perto rsrs). O mais interessante talvez tenha sido esse texto 


The Dream of Akinosuke tells of Akinosuke, a gōshi (yeoman or land-holding farmer) living in feudal Japan. Akinosuke often takes a nap under a great cedar tree in his garden. One day, Akinosuke is sitting under this tree, eating and chatting with friends, when he suddenly becomes very tired, and falls asleep.

Upon waking, he finds himself still under the tree, but his friends have gone. Coming toward him, Akinosuke sees a great royal procession, full of richly dressed attendants. The procession approaches him, and informs him that the King of Tokoyo (a dream world that Hearn compares to Horai) requests his presence at his court. Akinosuke agrees to accompany the procession, and when he arrives at the palace, he is invited before the King. To his astonishment, the King offers Akinosuke his daughter in marriage, and the two are wed immediately.
A few days later, the King tells Akinosuke that he is being sent to be the governor of an island province. Together with his beautiful wife, Akinosuke goes to the island, and rules it for many years. The island is idyllic, with bountiful crops and no crime, and Akinosuke's wife bears him seven children.
However, one day, without warning, Akinosuke's wife becomes ill and dies. The grieving Akinosuke goes to great trouble to hold a proper funeral, and he erects a large monument in his wife's memory. After some time, a message arrives from the King, saying that Akinosuke will be sent back to where he came from, and telling him not to worry about his children, as they will be well cared for. As Akinosuke sails away from the island, it suddenly disappears, and he is shocked to find himself sitting under the cedar tree, his friends still chatting as if nothing has happened.
Akinosuke recounts his dream. One of his friends tells him that he was only asleep for a few moments, but while he was asleep, something strange happened: a yellow butterfly seemed to come from Akinosuke's mouth. The butterfly was grabbed by an ant and taken under the cedar tree. Just before Akinosuke awoke, the butterfly reappeared from under the tree. His friends wonder if the butterfly could have been Akinosuke's soul, and the group decides to investigate. Under the cedar tree, they find a great kingdom of ants, which Akinosuke realizes was the kingdom he visited in his dream. Looking for his island home, he finds a separate nest, and investigating further, he finds a small stone that resembles a burial monument. Digging beneath it, he finds a small female ant buried in a clay coffin.

Só pra constar: minha borboleta não era amarela, mas sim  laranja com detalhes pretos (talvez seja uma reminiscência de uma camiseta do Jimi Hendrix que eu tenho e usei há alguns dias atrás)... enfim, se alguém tiver algum insight ou comentário...

[ninguém parece entrar nesse blog há tempos... então eu deixo como um post pra mim mesmo rsrs]
[Em todo caso, eu continuo intrigado]

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Paredesp(ed)idas

Hoje tirei os quadros e posters das paredes... casa branca ficando nua-nua, despida de vida, despida de mim, despida do que fui dentro dela, me deixando ir.

Despida
Despedida
Despe-se
de 
tudo 
oque um dia lhe pedi...
...me dizendo tchau. 

Acho que é isso. Recebi email da universidade hoje dizendo que eu acabei mesmo por aqui: minha tese foi aceita e todas as mudanças aprovadas... e que é isso. Daqui pra mini apple. Wow.... quem diria... o fim de uma era

quarta-feira, 1 de julho de 2015

"Hashtagging"

No mundo existem dois tipos de pessoas: as que deixam barulhos e ruídos no celular pra tudo e qualquer coisas que chega, mensagem de trabalho-spam-whatsapp, e as pessoas que deixam em modo silencioso. Essa classe certamente contendo as pessoas que ñ tem celular. Não.... no mundo há ainda a categoria das pessoas que roncam e as que não roncam! Talvez três tipos de pessoas: as que roncam, as que não roncam e a que fazem um barulhentos engraçados de quando em vez enquanto dormem hehe. Mas tem tbm as pessoas que acordam de bom humor e as que acordam de mau humor. Total, 2*3*2=12. Não... tem mais aqueles que acham o barulho de sanfona gostoso e os que ñ acham. Os que sabem andar de bicicleta e os que não o sabem (grupo este que inclue os que dizem que sabem, mas na verdade não têm muita certeza disso. Também inclue aqueles que não sabem mas dizem que sabem). E aqueles que prefeririam que o céu tivesse outra cor alguns dias da semana (vermelho claro no sábado pela manhã, verde no domingo) e aqueles pros quais o azul é eternamente azul e lá deveria ficar. E os que pegam ao menos um trem errado por viagem. Total... 

Vai ver no fundo só existem dois tipos de pessoas, as que gostam de vc e as que não gostam. Mas aí tem o problema das pessoas que vc ñ conhece... afff 

[escrito em trânsito: Paris-Lyon]

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Nowhere to go

Eu sempre penso quando viajo: faltam lugares para se sentar, para descansar, comer uma fruita, ler um livro. Você só consegue se pagar por isso: sentando num café, numa starbucks desse mundo etc. Esse é um "problema" bem claro nos EUA: ñ há para onde ir se vc ñ tiver para onde ir (parece uma redundância, mas no fundo ñ é); a cidade ñ te oferece caminhos ou algo que te mantenha nela. Bem dizem que a máxima do capitalismo neoliberal se dá pela atrofia do espaço público e aumento extensivo do espaço privado. Mesmo onde moro nos EUA, uma cidade de pouco mais de 100 mil pessoas, eu sinto isso: vejo os mesmo moradores de rua de sempre pra cima e pra baixo, matando tempo no café do supermercado, na praça... mas no fundo ñ há muito pra onde irem. Me senti "vítima" disso em algumas viagens; em São Francisco, por exemplo. E veja: isso é diferente de ñ se ter oque fazer (só pra frizar)!!! 

Estou em Paris/frança agora. Incrivelmente, sinto bem pouco isso que descrevi acima. Os parisienses parecem se apoderar da cidade no verão: saem às ruas e as tomam com cores, roupas coloridas, pedalando, cantando e fazendo picnics nas beiras dos rios, farofando nos parques (eles são muito bons nisso!) etc 

Ñ me lembro muito como é no Brasil... tenho sempre onde ir, quem visitar... mas dessa ultima vez tentei me limpar dessa história toda que tenho com o lugar pra tentar sentir isso... ñ acho q consegui... o Brasil ainda é uma incógnita pra mim. 

[embora esse parágrafo pareça contrariar a distinção q eu quis frizar no parágrafo anterior a ele, ainda mantenho minha opinião de q são coisas distintas]

Mas enfim... vou parar de ficar em divagações sem como nem por que ou onde é ir descansar: hora de dormir, mesmo que o sol por aqui esteja caindo por volta das 23hs somente. O ultimo apague a luz. 

domingo, 21 de junho de 2015

For (almost) good

Quando o tempo de viajar de novo chega me vem aquela sensação mais intensa de responsabilidade... dois motivos: um, viajo sem deixar nada pra trás e dois, sou responsável por mim mesmo em todas as instâncias da viagem; o encarregado de lembrar do band-aid, do formulário I745GJ e de fazer reservas. Pra constar, envio um email pra família no Brasil com o meu itinerário (ao menos, se ser alguma merda alguém faz idéia de onde estou). Viajo preocupado pensando se deixei alguém avisado sobre o gato que ñ tenho, alguém com a missão de regar as plantas que ñ tenho, bilhetes colados pelas paredes da sala pra quando uma mulher linda q ñ existe aparecer em casa de surpresa eqto viajo, todas as contas pagas (isso de fato tive q fazer) etc etc 

Meu gato ñ morrerá  de fome, minhas plantas ñ secarão e, apesar de ñ ter deixado tais bilhetes, ñ haveria por que o fazer. Verifico a mala mais uma vez pra ver se ali tudo está.... 4:19am... hora de sair de casa.

(Próximo post, possivelmente da França :)

domingo, 14 de junho de 2015

Lágrimas negras

Alguns aspectos de lecionar ainda me são desconhecidos, enquanto com outros eu venho tecendo contato aos poucos. Como ontem, quando uma aluna passou na minha sala para ver seu exame e começou a chorar como uma criança por conta da nota que tirou. Admito que na hora eu não soube muito bem o que fazer... consolar? Abraçar? Não... como professor não dá pra ser assim tão paternal. Corri e peguei um lenço de papel pra ela... e fiquei assistindo, dizendo que nada estava perdido, dizendo o quanto estava disposto a ajudá-la a "recuperar" a nota.

Por incrível que pareça, a cena foi bonita: ela estava cheia de maquiagem, e as lágrimas começaram a correr negras pelo rosto. O rosto bem arredondao, parecia uma estátua.  Me lembrou de uma música do Otto



"Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento...." de fato.