quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A meio caminho

A meio caminho com destino ao Japão, na Coréia do Sul,  tento desvendar onde é o Norte. E  avistar qualquer sinal do regime norte coreano: uma bandeira, um susurro, um míssel balístico intercontinental, um poster...

Mas só vejo montanhas

E aguardo, o vôo que me levará ao meu destino, meus próximos meses, meu próximo passo.

Assim, sento, escrevo, e espero.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Todo tempo do mundo (aos pés do Mississippi)

Todo tempo do mundo (versão paulista)

Em São Paulo
Meu esforço desmesurado em tentar passar tempo debaixo da sombra da árvore materna
A consciência clara de que o tempo passou 
e tem passado.
Ampulheta de minutos, 
segundos, 
instantes

Folhas levadas pelo vento leve, 
frutos não muitos, 
pouco doces
Flores que caem sem que eu veja, 
mas que sempre estão lá pra florir meu verão 
e colorir o chão nos quais meus pés brincam no inverno

Carrego comigo  todo o tempo

A vontade de voltar
Seria pra ficar perto daqueles que amo?
O tchau que ficou no Rio, 
daqueles que se despedem pra povoar novos mundos
Os tchaus que recebo em São Paulo, 
daqueles que me esperam de braços abertos

A saudade


terça-feira, 18 de julho de 2017

Todo tempo do mundo (versão carioca)

A primeira veio me contar dos sonhos não finalizados, 
filmes para se rodar enquanto a chuva cai lá for.

A segunda casou e veio me mostrar a aliança,
vida que vai pra longe, 
incerteza que não mais caminha descalça 

Aquele outro me veio chorar pitangas,
que degustei junto, sob sombra e cevada
mas deixei os caroços ali, para que outras pitangueiras crescessem

A última, abraço rápido de corre-corre que não deixa sobrar tempo.
Ficar doente e de manha no último minuto.
Querer ficar e ter que ir. Saudade.




domingo, 11 de junho de 2017

A arte de se receber e de se dar (ou "A supresa")

Li por esses dias uma estorinha "Frog and Toad", de um canadense chamado Alfred Loebel, que aqui descrevo (em minhas palavras). As personagens principais são dois sapos, super amigos; convenientemente um se chama Frog e outro Toad hehe :)

Num dia de outono Frog acorda e olha pela janela: há folhas tomando o quintal inteiro. Ele pensa no amigo Toad e diz pra si mesmo:

-Vou fazer uma surpresa pro Toad: vou varrer seu quintal escondido.

Frog pega seu arado e sai escondido pela floresta pra ir até a casa do Toad.

Na mesma manhã, Toad acorda e olha pela janela. Folhas e mais folhas. Ele pensa no amigo Frog e diz a si mesmo:

- Que surpresa Frog teria se ele acordasse pela manhã e não tivesse folhas pra varrer.

Ele pega seu arado e sai escondido pelo pasto em direção à casa de Frog.

Ambos chegam nos respectivos destinos e descobrem que estão sozinhos. Rapidamente começam a varrer as folhas, e depois de muito trabalho as têm empilhadas num canto.

- Que surpresa Toad vai ter quando voltar pra casa, diz Frog a si mesmo.

- Ahhh gostaria de ver o sorriso de Frog ao se deparar com seu quintal limpo, diz Toad.

Serviço feito, ambos pegam o caminho de casa.

Já no meio do caminho, nenhum dos dois percebe o forte vento que bateu e desfez as pilhas de folhas que ambos haviam feito. Os quintais que haviam varrido estão, de novo, uma bagunça!!

Toad chega em casa e olha pro seu quintal todo cheio de folhas:

- Amanhã eu me preocupo com isso... ao menos Frog não terá esse problema.

Quase ao mesmo tempo, Frog chega em casa e vê o quintal tomado por folhas.

- Depois dessa trabalhão na casa do Toad eu vou deixar meu quintal pra amanhã. Ao menos fico feliz em imaginar a cara do Frog ao se deparar com seu quintal limpo.

Essa noite, Toad em Frog dormem tranquilos e satisfeitos imaginando a felicidade um do outro diante das surpresas que se fizeram.


segunda-feira, 5 de junho de 2017

Despedindo-me #2: zoombies

Ontem deu uma crise: bateu um

"wtf, oque estou fazendo da minha vida!!"

 Corri pra pensar num plano B, liguei o Jorge Ben - Tábua da esmeralda.

Acalma
Respira

Pensei nos um milhão de micro detalhes pré mudança.. e me pareceram muitos. Micro surto com muita angústia e pesar. O ouvido dói, o peito dói... Aí ouvi "Zumbi"




...e fiquei pensando em como essa música fala sobre esse processo de mudança, de desapego/parto: uma princesa, que muda de país pra ser uma escrava. O contraste, das mãos negras pegando o algodão branco etc. Fiquei pensando na minha situação... e imaginei oq seria pra tal princesa ser destituída de sua realeza, seus súditos ainda sendo súditos mesmo depois do cárcere? Que loucura. Pensei em mim, no mundo que atravesso, na realeza que não levo comigo, o novo mundo que hei de desbravar.

Tá chegando a hora!! :) Diante do medo, no geral ainda me mantenho um pouco calmo. 



domingo, 28 de maio de 2017

Despedindo-me: parte 1 de muitas


"In some office sits a poet 

And he trembles as he sings 

And he asks some guy 

To circulate his soul around"

Joni Mitchell - For the roses

domingo, 7 de maio de 2017

Niponificação... cenas dos próximos capítulos I (Sail to the moon)



É, pessoal

E vai, e volta, e vou antes, e vou quando havia planejado.

Tá que tá uma bagunça!!!

Uma coisa boa que estou percebendo nisso tudo é que estou lidando com essas ondas grandes de uma maneira bem tranquila, sofrendo quando tenho que sofrer, sendo pró-ativo quando assim devo ser

Preparado pra um dilúvio!! (ou quase rssrs)


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Niponificação precoce

Olha... capaz de eu ter que me mudar pro Japão antes do que eu esperava :/ Há umas certas restrições com o VISA que não imaginava....

....puxa.... e eu querendo aproveitar meu último verão nos Eua...

Não...não.... ainda não processei isso :S