sábado, 17 de abril de 2010

Efemeridades, bolos e formigueiros

Esta semana eu sentei sozinho na cantina ...foi quinta...é, quinta. Sentei e comi dois pedaços de bolo. Sensação mto boa.. fiquei olhando pra mesa branca de fórmica..e vi uma formiga passeando e se deleitando em restos de outros bolos, que outras pessoas algum dia comeram e deixaram por ali. Ela parecia feliz e contente com a refeição que encontrara... eu parei e pensei fortemente que u poderia realmente ter nascido uma formiga: viver só de comer migalhas de bolos, todos os bolos, andar pelas paredes e tetos (sonho de infância rsrs  )


Por sinal, andar no teto me faz lembrar de um videozinho que eu vi há mtos anos



mas voltemos.. eu pensei em como seria minha vida de formiga e no quanto o que eu faço hoje difere dos hábitos cotidianos deste ser tão pequeno e (aparentemente) humilde: trabalho um monte....isso se pudermos chamar estudante bolsista do cnpq de trabalhador; se chamarmos "receber para fazer algo" de trabalho então sim, eu sou um trabalhador =). Eu tbm adoro bolos, como ja mencionei várias vezes aqui... e tem tbm a mágica de andar pelos tetos, entrar em frestas (vejam bem F-R-E-S-T-A-S..com ÉRRE!!! Uma formiga não vai a festas... mas pra ir tbm elas nem precisam de convites - exceto em fábulas rs)

Mas aí me veio a realidade, como um fundo de prato sem bolo (que eu acabara de comer, diga-se de passagem): as formigas não se reproduzem e deixam descendentes férteis. Claro, se reproduzem,mas não as operárias. A menos que eu fosse uma formiga rainha, mas eu não sofro de tais devaneios, me sendo muito muito claro o ponto da pirâmide social a que pertenço.

[Drama]

E, a bem da verdade, minha vida está muito mais pra de operário do que pra de rei...então... eu não teria tempo pr ame preocupar com isso, e nem poderia!

Assim, da mesma forma brusca com que fui tomado por este pensamento, ele se foi sem deixar vestígios - exceto pelo post de agora - já que brevemente eu mudei de idéia. Tudo muito efêmero mas muito profundo..como vcs bem podem reparar rs

=)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Úmida manhã (ou "Pros dias de chuva")

Rio de Janeiro. Pela manhã, acordo e descubro que estou ilhado. Tenho internet somente por poucos minutos ao acordar, o suficiente pra descobrir que o resto do mundo está sob as águas também. Da minha janela? Sim, vejo um imenso lago e alguns poucos aventureiros a passar por ele.

Na hora que vi isso tudo eu me lembrei do filminho abaixo. É muito bem feito, dotado de um certo lirismo. A música também, lembra um pouco Debussy. Muito bonito e interessante, espero que vcs gostem.

=)

La maison in petits Cubes from rovanush on Vimeo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Úmida felicidade

Homem médio, ligeiramente leviano no dia à dia.

Chega em sua casa depois de um árduo dia de trabalho.
Regressa na chuva, pois falta transporte público na provinciana cidade onde mora.

Ele caminha pelas águas, enquanto os carros apressados passam pelo mar que o separa de casa.

Ele sente o cheiro das árvores
Das folhas,
Dos insetos que vivem nas árvores
Das folhas que um dia serviram de telhado pras casas dos insetos.



Ele continua a caminhar.
Pensa no seu trajeto e nos passos úmidos que dá.

Nos amores que teve.
Nos casos que teve.
...e nos amores que tem: os casos não correspondidos, as mulheres que vivem em casulos, os filhos pra quem dar de comer, o parco sálario.

Seu pé está encharcado.
Ele pisa mais fundo e parece que seus dedos afundam, atravessando a sola de seu sapato

Ele pensa em chegar em casa.

A felicidade é um pedaço de bolo de cenoura, com calda de gengibre

sábado, 3 de abril de 2010

Outro incrível dia na vida do homem macroscópico

O homem macroscópico perde a fé na natureza humana mais uma vez.. ele parece desolado. Coça sua cabeça novamente (fazendo aquele barulho horrível, já descrito antes)

Chega um pequeno homem ao seu pé: hesitante, temendo ser esmagado. O pequeno homem parece gritar. O homem macroscópico, primeiramente, aponta sua lupa para ele. Ve que ele tenta falar algo e pede para que ele escreva. Para tanto, rasga um pedaço de papel e joga sobre o pequeno ser (que quase morre esmagado, não fosse um poste o salvar daquele peso todo).

O homem pega um pedaço de tijolo e caminha rapidamente sobre o papel. Então,  escreve:

"...faça um pneumotórax!!!"


O homem macroscópico olha para o nada por alguns segundos.
Ele parece estar pensando.
Profundamente

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mais um incrível dia na vida do homem macroscópico

O homem macroscópico acorda no meio da cidade. Abre os olhos com calma e se senta: sua cabeça desponta no meio dos prédios, o sol da manhã aflige seus olhos. Ele  tenta proteger o rosto com a mão esquerda...até que se levanta. Se vê enorme: mãos enormes, pés enormes.... O mundo lá embaixo pequeno... mas ele ignora tudo. Todos os pequenos detalhes são irrelevantes diante da sua macroscópica existência.

Ele anda...

[paaa....][estrondoso]
[tuuuummmm][estrondoso]
[barulhos de sirenes e de automóveis][intensidade média]
[barulhos de pessoas gritando][intensidade média]


... e segue pelas grandes vias da cidade, amassando prédio com o seu andar ressonante e bonachão, apavorando os moradores do Rio de Janeiro. Centenas de turistas tiram fotos dele com suas canon-kodaks-fujis de dentro do bondinho, mas isso somente enquanto estes ainda funcionam, pois a simples espreguiçada que o homem macroscópico acabou de dar (de maneira exaltada) faz com que os cabos de segurança se rompam, e todos os turistas são jogados contra o Pão de Açúcar na maior velocidade que se possa imaginar

Ele segue, atrás de algo... pelo que já sabemos, um objeto que não se encontra no seu bolso, pois ele acabou de tateá-lo vigorosamente agorinha. O homem macroscópico olha ao seu redor, coça a cabeça (o barulho é horrível: as pessoas gritam e tentar tampar os seus ouvidos; os poodles que passeiam com seus donos na praia urram de dor, tendo seus tímpanos estourados quase que imediatamente).

Mas esperem... esperem!!! Parece que ele encontrou algo!!!

Ele se ajoelha, cuidadosamente (i.e., destuindo menos habitações do que até agora fez)... estica seus dedos por debaixo de uma ponte... e alcança uma lupa. Ele comemora, fazendo uma espécie de dança (um tanto exótica, diga-se de passagem).... e segue seu caminho em direção ao norte (não sem antes molhar os pés no mar para se refrescar do calor).

segunda-feira, 29 de março de 2010

Squirrel Nut Zippers

Olá, pessoas!!! Como andam todos?

Bem, tenho andado sumido... não culpa minha, e sim de pessoas excêntricas que gostam de massacrar seus alunos nos institutos de pesquisa pelo mundo à fora... premanecerei normal (na medida do possível>, custe o que custar!!! Nem que eu precise ir à Lapa todos os finais de semana do mundo...daqui para a eternidade. Abaterei nuvens à tiros, comparei algodões doces e sairei correndo com eles nas duas mãos no meio da avenida paulista, andarei de pantufas no metrô de grandes cidades... tá...fiz meu protesto do dia rsrs Tá bom por hoje.

Na verdade passei por aqui pra lhes mostrar um vídeo muito legal de uma banda que eu gosto muito: "Squirrel Nut Zippers". Este cd, perennial favorites, é foda..é mto bom mesmo. Quem tiver a oportunidade de adquirir, vale mto à pena. Bom, aproveitem (aind amais pq o clipe é um desenho =)


quarta-feira, 24 de março de 2010

Antevejo (pelo buraco da fechadura =)

Eu bem disse há algumas semanas!!!! Os matemáticos estão virando seres pops... em breve teremos um programa idiota na mtv, garotos propagandas que são matemáticos..etc etc 

Estou exaltado, como vcs podem notar ... bons ventos se aproximam desta terra ...


Ahhh...e  o pq disso tudo? Bem..... vejam por vocês mesmos em http://www.revistapiaui.com.br/edicao_12/artigo_263/Concavo_e_convexo.aspx

É uma reportagem que parece ser mto legal falando sobre o cara que resolveu a conjectura de Poincaré (que é um problema bizarro de geometria, mas não só dessa área, ao que parece)

Foi só pra dar uma passada rápida por aqui... divirtam-se

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dias vagos que se fazem plenos

Observação antes de se dar oi: o post de hoje deve ser lido ouvindo a música do filme abaixo...vcs só podem começar a ler quando ouvirem as primeiras notas do piano...



Tenho mta saudds de poder ter mais tempo pra falar com todos os poucos vcs, que pra mim me parecem muitos e que, se eu deixar, entram na minha casa e a preenchem de todas as formas. Mas não os expulsaria, nem os jogaria pra fora da minha cama (tragam um pedaço de bolo, esta é a senha para que eu os deixe entrar.... um pedaço de bolo por pessoa =)

Ando num momento incerto da minha vida. Ok, isso não faz diferença pra ninguém...só queria tentar falar das coisas que me acalmam, a presença de coisas intocáveis, mas nas quais nos apegamos nestas horas de infortúnios espirituais e nebulosidades. Alguns chamam isso de deus, mas eu não creio nisso (é uma opinião só... talvez algum dia eu mude de idéia, estou aberto a reconsiderar mta coisa.. até aberto a reconsiderar que eu não devo reconsiderar isso rsrs). Mas voltando, essas inquietudes espirituais exigem de ti  algo que te guie e ponha no lugar. Que traga sua cabeça de volta de saturno e ponha os teus pés no chão de forma tão leve e -vc não sabe como- segura, que mesmo uma erupção pode ocorrer embaixo da tua janela que vc está ali, inabalado e se aprofundando em si mesmo...bebendo das suas próprias dúvidas para tentar vomitar algumas respostas.


Mas isso tudo não é o que eu chamo de crise existencial, como eu achei que fosse entrar há alguns posts atrás.. isso tudo é deixar minha cabeça fluir e escrever pra vcs enquanto eu ouço a partita #6... é isso que o mundo me oferece eqto ouço uma música como esta.

Acho que o post de hoje é isso... uma impressão de dentro pra fora... como alguém que te fisga pelas entranhas com um pequeno anzol mas não te mata... só te eleva pra longe do seu habitat, te oferece um bolinho de arroz com chá de camomila, te põe na cama e te dá um bj de boa noite

sexta-feira, 12 de março de 2010

Adendo ao post anterior

Palavras que passaram o dia no meu subconsciente, brincando no playground (vide o post anterior )


"...nos tornamos, por meio de uma adaptação de milhares de anos, tão semelhantes a esta vida que, por um mimetismo afortunado, se nos mantivermos quietos, quase não nos diferenciaremos daquilo que nos cerca. Não temos motivo algum para desconfiar de nosso mundo, pois ele não está contra nós. Caso possua terrores, são nossos terrores; caso surjam abismos, estes abismos pertencem a nós; caso existam perigos, então precisamos aprender a amá-los."

de Rainer Maria Rilke - Cartas a um jovem poeta

ps: não repitam isso em casa sem a presença de um adulto =)

"Resolução da conjectura de Poincaré inaugura um novo ciclo da era de aquário"

Olá, digníssimos leitores. Um bom dia nessa manhã ensolarada, com beija-flores brincando enquanto voam, crianças sorrindo e correndo, filas no metrô, teoremas, filmes, e mais teoremas

Estava andando hoje, vendo essas coisas que citei acima e pensando em boa parte disso tudo, quando vi que na verdade eu estava andando parado...ou mesmo parado com a sensação de estar andando - algo concomitante, uma mistura dessas duas sensações absurdas; tantas dúvidas, tantas coisas para se pensar e decidir... ouvi o barulho do vento que soprava no meu ouvido e fazia aquele som dos lábios quando tiram som de garrafas. No exato momento que eu senti isso, eu me senti camuflado no mundo que me cerca. Não camuflado, por que algo que se camufla não deixa de ser outra coisa senão si mesmo com outra roupagem; eu me senti uma parte do todo que está ao meu redor: minha presença era insignificante para o resto; por outro lado o resto tbm, me era irrelevante. Tem um cara que fala disso num texto, depois eu acrescento um trecho aqui.

Ok ok, isso de fato não me ajudou em nada e eu continuo cheio de dúvidas... mas eu queria contar pra vcs

=)

ps: acho que ando lendo muito Rilke, inclusive que o texto citado é dele

ps2: o título do post é uma brincadeira com aquelas pessoas que te conhecem, vcs vão levando aquela puta conversa interessante, qdo a pessoa  emenda uma das célebres perguntas: "qual é o teu signo?", "qual é o seu ascendente?" ... tô meio chato hj =P... essas pessoas no geral fazem uns comentários estranhos sobre ciência, ao que eu inventei o título de hj