Encontro o Prof. N caminhando pelo corredor, distante. Tento apressar o passo, mas minha xícara cheia de cafe não me permite. Mas tenho algo a dizer, e então o chamo:
-Doutor N, Doutor N!!!
- Sim...?
(um sim bem puxado, entre o "você está me incomodando" e "estou te fazendo um favor aqui lembre-se de que você é meu subalterno")
- Lembra daquela palestra que eu daria quando voltasse de viagem?
- Simmmm...??
- Eu descobri que há um erro no relatório que iriamos apresentar. Devido a esse problema não há sentido em ter reuniao alguma, pois a discussão se baseia num argumento enganoso. Teriamos como desmarcar?
- Não... Impossível
- Por que?
- Por que você havia dito que ia dar uma palestra.
- Sim, eu sei, mas o assunto está errado. Consequentemente, não há oque apresentar!
- Eu entendi. Mas não podemos cancelar.
- Por que?
- Por que você me disse ha um mes que iria apresentar algo.
[3 minutos depois]
[muitos vais e voltas]
[ou melhor]
[depois de andarmos em círculos por 3 minutos]
- Ok, eu vou apresentar. Mas fique ciente de que há um erro fundamental no relatório.
- Tudo bem.
[Sorriso de chefe]
Saí da conversa pensando: quem está sendo mais inflexível aqui, eu ou meu chefe?
"Since I had nowhere permanent to stay, I had no interest whatever in keeping treasures, and since I was empty-handed, I had no fear of being robbed on the way" [Matsuo Bashô , The records of a travel-worn Satchel]
quinta-feira, 14 de junho de 2018
quarta-feira, 6 de junho de 2018
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