Acabei nem desenhando muito nos dias que fiquei em SF; até voltei antes do que previa. Foi bom, mas acho que precisava de um pouco mais pra me inspirar. De qualquer forma, acabei fazendo alguns desenhos.
"Since I had nowhere permanent to stay, I had no interest whatever in keeping treasures, and since I was empty-handed, I had no fear of being robbed on the way" [Matsuo Bashô , The records of a travel-worn Satchel]
quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
Veni, Vedi, Vici
Segunda-feira, 5:47 da manhã, e eu caminhava dois blocos em direção ao "official parking lot" da casa branca, que se trata de uns bike racks que ficam em frente a um mercadinho local. Olho de longe antes de atravessar a rua, avisto minha bicicleta; ao lado, uma cartola roxa com os dizeres
Veni
Vedi
Vici
da qual pendiam duas orelhas. Aproximo-me, já com a chave do cadeado da bicicleta na mão. Com o canto do olho observo um coelho dormindo dentro da cartola. O barulho da chave o acorda. Eu, não querendo incomodar, sussuro-quase-digo:
"-..good morning"
Ouço de volta algo.
"... Gooooood moooorning..."
[bocejo espreguiçado]
Perguntei ao coelho oque ele fazia tirando uma soneca ali. Vejo sua bicicleta escorada num poste, solta.
[traduzido]
"-Vim de bicicleta do Wal-mart até aqui. Trabalho lá.".
" -Sério?! O Wal Mart é longe pra cacete!", disse-lhe, estarrecido.
" - É.. parei aqui pra descansar um pouco e continuar a viagem pra casa", disse o coelho.
" - E oque um coelho faz no walmart?!", perguntei estarrecido.
" - Eu sou um coelho que finge ser uma americana loira... aí eu trabalho no caixa".
" ...ahhhh...", exclamei, surpreso, mas sem entender direito.
Subi na minha bicicleta e olhei pra frente. Liguei minhas bike-lights, pus meu capacete.
"- Have a good one", disse o coelho.
"-You too", lhe disse, já pedalando.
Pensava no quanto nadaria ainda, na minha corrida contra mim mesmo. Pensei no que é nadar para chegar mais adiante quando a qestão não se é ir longe, dado que nadar em piscinas é um exercício monótono de idas e voltas.... Lembrei da corrrida de Aquiles e da tartaruga e do paradoxo de Zenão (Zeno, em alguns livros) sobre a qual li no primeiro ano de faculdade; veio à cabeça o abrir do livro e o desenho de um homem apostando corrida com uma tartaruga. A legenda dizia
"...os gregos não entendiam como somas infinitas poderiam convergir."
[Um exemplo seria,
$$ 1 + \frac{1}{2^2} + \frac{1}{3^2} + \frac{1}{4^2} + \ldots $$
]
Lembrei-me então de, por um certo tempo, não conseguir entender o porque daquele "paradoxo" ser realmente um paradoxo, e oque a soma da série infinita trazia à coisa toda dado que era evidente que não se tratava de um paradoxo, mas sim de um grande mal entendido. Me sentia um tanto confuso - pra não dizer um tanto "grego" hahaha - com a confusão dos nossos antepassados. Visualizei na minha cabeça aquele funcionário coelho do walmart apostando corridas com os funcionários lesmas ou tartarugas para ver quem ganhava em eficiência e habilidade pra chegar ao trabalho na hora certa e bater ponto ("to clock in", nos dizeres americanos) e tinha então sua foto estampada na parede como "funcionário do mês".
Nadei pensando um pouco no assunto. E foi só.
ps: indo por um tempo pra outras terras pra curtir tão almejadas e necessárias férias; voltarei em Agosto, quando terei notícias, mais histórias e, espero, alguns desenhos =)
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Pequeno manifesto por um mundo sem #hashtags
A primeira vez que eu tive contato com as divisões taxonômicas em biologia eu pensei no trabalho hercúleo que aquilo era. Sem falar no aspecto arbitrário que algumas coisas pareciam ter quando a coisa transcendia reino, filo, classe etc e chegava nos finalmente: bicho com nome de jogador de baseball, de popstar, de matemático até!! (mentirinha hihi =) Me lembrava também de um trecho do livro "cem anos de solidão", onde as pessoas de uma cidade começam a esquecer o nome das coisas ( não me lembro se, além do nome, também esqueciam a funcionalidade delas): à partir daí as vacas tinham um nome escrito nelas, a campainha, a janela, as panelas etc... e por aí vai. Vendo mais de longe eu resumiria a situação como: as coisas perdiam o significado por si mesmas e tinham, pois, que ser explicadas.
Recentemente as pessoas começaram a colocar oque se chamam "hashtags" nas coisas.. como se eu escrevesse
Adoro este blog e o rapaz que o escreve é muito fofinho
#blogs, # gentebonita, #matematicobrasileirofofinho
Ou poderia também mudar pra
Adoro este blog e o rapaz que o escreve é muito fofinho#blogs, #falsidade, #textoridiculo
Ou seja... o mundo passa a ser menos arbitrário. E não que eu goste de arbitrariedade!!! Muito pelo contrário!!! Logo eu que... whatever hahaha =P Acho boa a idéia de catalogar algumas coisas, palavras, conteúdos, fotos ( como no caso das manifestações recentes no Brasil) mas vir a usar isso em frases? Ow gente... que é isso... cadê o "livre arbítrio"?! hahaha Quem é que vai me impedir de interpretar textos alheios sem que a pessoa que escreveu me apurrinhe com hashtags dizendo oque eu deveria pensar?
Pronto, falei tudo!!!
[Espero que vcs amados leitores consigam ainda dormir em paz depois dessas palavras tão contundentes!! =P ]
#manifesto, #verborragia, #hashtag, #=), #gostodeusarhastagsmasminhafamilianaosabe, #meseguraquevouusarumahashtag, #caldinhodefeijaocomcouvemineirasóR$7.89, #matemáticosmarcovaldos
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